(por Marcos André) 2020 será, para sempre, um daqueles anos com destaque inevitável nos livros de história. Dia após dia, um mundo que jurava ter resposta para tudo se vê mergulhado em dúvidas, angústias e incertezas. No meio de tanto caos, os esportes ficaram um pouco de lado – não podia ser diferente, infelizmente. Com campos, quadras, pistas e piscinas vazias, a NFL também teve que se adaptar. Ainda é cedo para dizer o que acontecerá em setembro, mas a liga resolveu manter o Draft dentro do cronograma. O tradicional momento de maior dúvida da liga – quando jovens promessas são selecionadas, sem nenhuma certeza se vingarão, de fato, ou não – se ajustou ao momento de maior dúvida do século. À distância, técnicos e GMs fizeram as escolhas que podem consolidar um time pronto para lutar pelo Super Bowl ou afundar o Titanic. Como torcedor dos Cowboys, fui convidado a comentar um pouco sobre o Draft de Dallas. Não escondo que gostei bastante do resultado – mas só o futuro poderá dar um veredito mais justo. Dia 1: CeeDee Lamb (WR, Oklahoma)No primeiro dia, com a 17ª escolha geral, os vaqueiros selecionaram o WR CeeDee Lamb – que, inclusive, já anunciou que vestirá a tradicional camisa 88, de Drew Pearson, Michael Irvin e Dez Bryant. Personalidade, o jovem recebedor tem. Talento também. Com Amari Cooper – que há menos de um mês assinou um contrato de 100 milhões de dólares – e Michael Gallup, é fato que Wide Receiver não era a posição mais carente no elenco de Dallas, mesmo com a saída de Randall Cobb. Mas Lamb é o nome capaz de elevar um bom grupo de recebedores para outro nível. Ao que tudo indica, Dak Prescott terá um enorme arsenal à disposição no jogo aéreo. Enquanto persegue um contrato gigantesco, o QB dos Cowboys fará de tudo para, mais do que nunca, impressionar Jerry Jones. As peças estão no tabuleiro. Dia 2: Trevon Diggs (CB, Alabama) e Neville Gallimore (DT, Oklahoma)Se Dallas usou o primeiro dia do Draft para reforçar seu ataque, o segundo foi concentrado na defesa. E, mais uma vez, as escolhas têm tudo para dar certo. Trevon Diggs, selecionado na pick #51, caiu de graça no colo dos Cowboys. O cornerback, um talento considerado até de primeira rodada, chega para reforçar um setor carente: a secundária, especialmente com a saída de Byron Jones.Neville Gallimore, defensive tackle, foi selecionado na #82 e também será fundamental para tornar o elenco mais profundo na linha defensiva. Vale destacar que o jogador terá experientes companheiros ao lado: Gerald McCoy e Dontari Poe. Dia 3: Reggie Robinson II (CB, Tulsa), Tyler Biadasz (C, Wisconsin), Bradlee Anae (DE, Utah) e Ben DiNucci (QB, James Madison)No terceiro dia, Dallas aproveitou para reforçar carências do elenco, principalmente após baixas durante a offseason. Reggie Robinson II é um CB forte, que junto com Trevon Diggs, serão fundamentais para tornar a secundária sólida. Vale lembrar que, para 2020, a defesa dos vaqueiros têm um novo comandante: Mike Nolan, que trabalhava nos Saints, assume a vaga de coordenador defensivo.Tyler Biadasz, center, brigará por posição no interior da linha ofensiva, especialmente após a precoce aposentadoria de Travis Frederick. Também escolhido na quarta rodada, o jogador pode ser considerado um steal. Na quinta rodada, Dallas ficou com o DE Bradlee Anae, que também terá um papel importante em suprir outra ausência. Robert Quinn, que teve uma ótima temporada de 2019, foi embora na Free Agency e abriu um espaço na linha defensiva dos Cowboys. Em sua última escolha, os Cowboys selecionaram o QB Ben DiNucci, que terá a possibilidade de disputar com Cooper Rush a vaga de reserva de Dak Prescott.De forma geral, tanto a torcida (me incluo aqui!) quanto os analistas norteamericanos aprovaram as escolhas dos Cowboys – mas não custa repetir: Draft é uma grande incerteza. Tem tudo para dar certo.
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