(por Leandro Chagas)Depois de mais de uma década de serviços prestados ao Ultimate, Charles “do Bronx” Oliveira finalmente conseguiu a tão sonhada chance pelo cinturão. No próximo sábado (15), diante de um Toyota Center lotado, em Houston, e dos olhares de milhões de fãs espalhados pelo mundo, o brasileiro disputará o cinturão vago dos pesos-leves (até 70kg) com o norte-americano Michael Chandler, na luta principal do UFC 262.Em entrevista ao UFC Brasil, o paulista de 31 anos falou sobre a sua expectativa para o duelo, que pode coroar o melhor momento de sua carreira.“Eu tô feliz demais. Feliz com a oportunidade que Deus tá me dando. Tô tranquilo. Sei do que eu tenho que fazer. Tô feliz e curtindo o momento”, disse Charles. Vindo de incríveis oito vitórias consecutivas, sendo a última delas em dezembro de 2020, contra Tony Ferguson, ex-campeão interino dos leves, que fará a co-luta principal do UFC 262, contra Beneil Dariush, ”do Bronx” disse que após sua última apresentação, já imaginava que a chance de lutar pelo título viria, e que possivelmente seria contra Chandler. “Quando acabou a luta com o Tony, meus empresários e professores já sabiam o que eu queria, que era o título. A gente tava o tempo inteiro batendo nessa tecla. Eu pensava muito que seria o Dustin Poirier. Mas sabia também que o Michael Chandler tinha assinado com o UFC para lutar pelo título. E quando surgiu o boato que iam lutar de novo (McGregor e Poirier), que ia ter a trilogia, eu já pensei muito nisso. Falei para eles assim: Eu quero lutar pelo cinturão, não importa quem vai vir. Então já tinha em mente que o Michael Chandler poderia furar a fila e vir”, relatou.Podendo conquistar o quarto cinturão para o Brasil, que atualmente tem os dois títulos de Amanda Nunes (peso-galo e pena feminino) e o de Deiveson Figueiredo (mosca), Charles Oliveira analisou o jogo de seu adversário, que estreou no UFC com um nocaute fulminante em Dan Hooker. Muito seguro, o paulista disse não estar preocupado com a mão pesada do ex-campeão do Bellator, prometendo “ousadia e alegria” para o duelo:“Michael Chandler é um cara durão. Merece todo o respeito do mundo. Fez história no Bellator, foi campeão. Chegou no UFC com toda essa moral dele, toda essa pressão. É um cara que pega muito duro em pé, um cara que tem um wrestling muito forte. Mas eu não tô preocupado com aquilo que o Chandler pode trazer para dentro do octógono, e sim com aquilo que eu posso levar para dentro do octógono. Como eu falei. Ousadia e alegria. Isso vai ser o que eu vou levar para dentro do octógono o tempo inteiro. Ele é um cara que anda pra frente. Então ele me encontrou, porque eu também ando pra frente. Tô feliz. Respeito ele como respeito a qualquer outro cara. Mas é o meu momento, minha hora chegou. A gente vai ser campeão do UFC. Ele chegou no momento errado”, disparou.Mesmo valorizando o jogo de quedas de Michael, que é especialista em wrestling, Charles defendeu que tem mais armas para vencer o duelo, dizendo ainda que é um lutador mais completo que seu oponente, e que qualquer outro atleta da divisão. “Sou melhor do que ele em tudo. A gente tá lutando MMA. Uma mistura das artes. Na mistura eu, no completo, eu sou melhor do que qualquer um. Sou um cara que é bom no jiu-jitsu, tenho wrestling, tenho muaythai, tenho boxe. Em pé e no completo eu sou muito melhor do que qualquer um. Ele tem um wrestling que tem que respeitar, lógico. Ele treina wrestling bem mais do que eu. Se for lutar só wrestling, com certeza ele pode ganhar de mim. Mas também se for só no jiu-jitsu, eu vou ganhar dele. Mas a gente tá falando de MMA, e na mistura, no completo, eu sou melhor do que qualquer um”, disse o peso-leve, que inclusive detém o recorde de finalizações do UFC, com 14.Por fim, Charles do Bronx agradeceu ao carinho dos fãs que fizeram campanha nas redes sociais, “pegando no pé” de Dana White, para que o presidente do Ultimate desse uma chance ao brasileiro. “Sou muito grato a todos vocês. Obrigado por me acompanharem, por me seguirem. Obrigado por todas as mensagens de carinho. Todo mundo sabe que eu tô sempre respondendo. Respondendo muita gente, mas a gente sempre tá respondendo. Sabadão fé em Deus que o cinturão vai vir, não só pra mim, mas pra todos vocês. Todo mundo com pensamento positivo, muita oração. Papai do céu nos abençoe e esse contigo já é nosso. A gente não tá indo buscar nada de ninguém, simplesmente buscando aquilo que já é nosso.”, finalizou.Vale lembrar que caso Charles se torne campeão dos leves, o Brasil igualará seu recorde de quatro cinturões simultâneos na organização. Entre julho e dezembro de 2012, o país teve Anderson Silva reinando nos médios, José Aldo nos penas, Júnior Cigano nos pesados e Renan Barão com o título interino dos galos. A marca poderá ser ultrapassada futuramente, caso Glover Teixeira também vença Jan Blachowicz no dia 4 de setembro, na luta principal do UFC 266, valendo a coroa dos meio-pesados.
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