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NFL

Top 10 Quarterbacks mais importantes da história da NFL

(por Henrique Rodrigues) O título pode ser um pouco enganador para o objetivo desse texto, mas foi a melhor maneira de escrevê-lo. O que eu quero trazer aqui não são necessariamente os mais importantes, mas os que mais mudaram o futebol americano como um todo. É por isso, também, que alguns nomes mais conhecidos talvez não estejam aqui (ou estão mais embaixo na ordem) e jogadores “desconhecidos” vão aparecer.Antes de irmos para a lista de fato, é importante dizer que vários nomes acabaram ficando de fora. Isso facilmente podia ser um top 15 ou até mesmo top 20, mas aí teria menos graça. Nomes como Bart Starr, Brett Favre, Steve Young, Drew Brees, Kurt Warner, Russell Wilson e Aaron Rodgers foram considerados, mas, pelo menos na minha opinião, não entram no Top 10.Sem mais delongas, vamos começar. 10 – Michael Vick (Atlanta Falcons 2001-2006/Philadelphia Eagles 2009-2013/New York Jets 2014/Pittsburgh Steelers 2015)Foi mal João, mas Vick acabou entrando. O fã mais recente pode não conhecer, mas Michael Vick foi (pra mim ainda é) o QB mais eletrizante que já jogou na NFL. Dono de uma habilidade única como corredor e de um braço extremamente potente, Vick poderia ter sido o melhor quarterback da história, mas problemas fora de campo (foi preso em 2007 por rinha de cachorro) atrapalharam uma carreira promissora.Ele abriu caminho para QBs corredores terem sucesso na NFL. Dificilmente teríamos Cam Newton ou Lamar Jackson sem Michael Vick. Seus highlights são de deixar o queixo caído, e, por mais que não tenha tido uma carreira com grandes marcas, ele fez por merecer uma vaga nessa lista. 9 – Joe Montana (San Francisco 49ers 1979-1992/Kansas City Chiefs 1993-1994)Aqui já temos mais uma polêmica, já que Montana ainda é considerado por alguns o melhor QB da história da NFL. E dói em mim colocar ele tão baixo. Apelidado de “Joe Cool”, por sua calma e frieza nos momentos decisivos, Montana foi o QB mais vencedor, até chegar um tal de Tom Brady. Joe tem muita importância para liga não só pela enorme carreira que teve, que inclui um recorde perfeito em Super Bowl (4-0), sendo três vezes MVP do jogo e duas vezes MVP da liga. Montana é importante por ser o QB que ajudou a elevar a West Coast Offense de Bill Walsh para um outro nível. Hoje em dia, todos os ataques da NFL usam algum conceito da West Coast, e muito disso graças a Montana, que comandava o ataque de San Francisco com extrema inteligência. 8 – Tom Brady (New England Patriots 2000-2019/Tampa Bay Buccaneers 2020-)Sim meus amigos, temos uma lista de QBs em que Thomas Edward Patrick James Jr. não está no topo ou perto dele. Se a lista fosse apenas de importância, seria praticamente impossível colocar Brady fora do top 3. Porém, outros quarterbacks provocaram mudanças mais profundas no jogo do que o menino Tom. Isso não é demérito dele, mesmo porque sua carreira será lembrada enquanto a NFL existir.Uma das últimas escolhas do Draft de 2000 que virou o maior vencedor da história e com recordes em playoffs praticamente inquebráveis, Brady também coloca precedentes em como se manter em alto nível já em idade mais avançada, passando para 40 TDs aos 43 anos e ganhando seu sétimo anel sem mostrar indícios que vai parar logo. 7 – Warren Moon (Houston Oilers 1984-1993/Minnesota Vikings 1994-1996/Seattle Seahawks 1997-1998/Kansas City Chiefs 1999-2000)A carreira de Moon é algo de outro mundo. Com medo de não ter muito espaço na NFL após o college, Moon resolveu ir jogar na CFL, a liga canadense. Lá ele se colocou como um dos melhores da história, jogando de 1978 a 1983 no Edmonton Eskimos e ganhando a Grey Cup cinco vezes seguidas. Após chegar na NFL em 1984, provou que não era só na liga canadense que ele faria sucesso. Um dos nomes mais importantes dos Oilers (hoje Tennessee Titans), Moon tem diversos recordes da franquia e foi um dos QBs mais importantes de sua época, sendo o terceiro jogador na história a passar para 4000 jardas em anos consecutivos (4689 em 1990 e 4690 em 1991). Em 1989, se tornou o jogador mais bem pago da liga ao assinar um contrato de 5 anos e 10 milhões de dólares. Warren Moon é também o único jogador a estar no Hall da Fama tanto da NFL como da CFL e foi o primeiro QB não-draftado a entrar no Hall da NFL.Porém, mesmo com uma carreira tão incrível assim, tem um motivo ainda maior para Moon estar nessa lista. Warren Moon foi o primeiro quarterback negro a ser aceito no Hall da Fama da NFL, entrando em 2006, seu primeiro ano de eligibilidade. 6 – Johnny Unitas (Baltimore Colts 1956-1972/San Diego Chargers 1973)O primeiro jogador da era pré-Super Bowl a aparecer aqui, Unitas foi o primeiro QB estrela que a liga teve. Suas 40,239 jardas foram recorde absoluto na época, até ser passado por Fran Tarkenton. Em seus 18 anos na liga, Unitas dominou o livro de recordes, venceu três vezes a liga, foi para o primeiro ou segundo time da liga 8 vezes, eleito para 10 Pro Bowls e foi o melhor jogador do ano mais três vezes. Unitas ajudou a fazer do QB uma parte importante do ataque em uma época na qual os times corriam muito mais com a bola e não tinham regras protegendo o QB ou seus recebedores. 5 – Fran Tarkenton (Minnesota Vikings 1961-1966 e 1972-1978/New York Giants 1967-1971)Se hoje temos Russell Wilson, Aaron Rodgers e vários outros quarterbacks que esticam a jogada correndo com a bola, nos anos 60 tínhamos Fran Tarkenton. O camisa 10 dos Vikings foi o primeiro QB a sair do pocket e mostrar que a posição envolve mais do que apenas ficar no pocket e passar a bola. Assim como o próprio Wilson, Tarkenton também é consideravelmente mais baixo que a média da posição, com apenas 1,83. Esse foi um dos motivos que fez Tarkenton sair do pocket nas jogadas, já que tinha dificuldade em ver acima da linha ofensiva, além óbvio de seu atleticismo. Suas 3674 jardas corridas ainda são a 4ª maior marca da história, e ele era um verdadeiro inferno para as defesas adversárias, correndo de um lado para o outro antes de achar um passe preciso e avançar no campo. Pois, além de correr bem com a bola, Tarkenton era um excelente passador, terminando a carreira com todos os recordes possíveis tanto no chão quanto pelo ar. Esses recordes só seriam superados quando a liga se abriu muito mais para o jogo aéreo, no final dos anos 80/90. 4 – Peyton Manning (Indianapolis Colts 1998-2011/Denver Broncos 2012-2015)Sim, temos aqui uma lista de quarterbacks sem Tom Brady ou Peyton Manning no top 3. E tem motivos para eles estarem longes um do outro. Peyton Manning mudou o pré-snap das jogadas. Provavelmente o QB mais inteligente a pisar em campo, Manning mudou não só como os ataques se preparam, mas principalmente as defesas.Como ele tinha uma habilidade ímpar em ler as defesas (ele seria um excelente coordenador defensivo se quisesse), isso obrigou elas a serem cada vez mais complexas, para tentar enganar o QB. Por sua vez, isso elevou o nível dos ataques cada vez mais, que tiveram que se modificar para dificultar a vida das defesas. Obviamente ele não foi o único responsável por essa mudança, entra nessa conta também vários grandes jogadores e coordenadores. Mas é inegável também que Manning tem um peso enorme na mudança do jogo. 3 – Fritz Pollard (Akron Pros 1920-1921/Union Club of Phoenixville 1920/Milwaukee Badgers 1922/Gilberton Cadamounts 1923-1924/Hammond Pros 1923,1925/Providence Steam Roller 1925/Akron Indians 1925-1926)Como deu para perceber apenas pela quantidade de times que Pollard jogou em apenas 7 anos, ele é de uma época em que a NFL era bem “varzeana”. Não para menos, já que ele jogou logo no começo da liga, quando ainda se chamava APFA. Ele jogou numa época em que quase não se passava para a frente, pois ele só era válido se fosse feito 5 jardas atrás da linha de scrimmage. A posição de quarterback era inexistente praticamente, ele era na prática um tailback (posição que mais se assemelhava a um QB hoje).Chega então o questionamento “Quem é ele e por que ele está na frente de nomes como Manning e Brady sendo que ele nem era um quarterback de fato?” Pois bem, Fritz Pollard está na terceira posição por um motivo que vai muito além do campo. Ele foi o primeiro “quarterback” negro a atuar na liga, e um dos dois primeiros jogadores negros, junto com Bobby Marshall. Pollard também foi o primeiro técnico negro, ao assumir o Akron Pros em 1921 (era bem comum antigamente). Com isso, ele assume uma importância que transcende o esporte.  2 – Dan Marino (Miami Dolphins 1983-1999)Marino ainda é considerado o melhor passador que a liga já viu. Ele colocava números que vemos hoje em uma época na qual as regras não eram tão favoráveis aos ataques como são hoje. E isso jogando menos jogos por temporada. Suas 5084 jardas em 1984 foram recorde absoluto até 2011, quando Drew Brees e Tom Brady o superaram. Seus 48 TDs, também em 1984, só foram batidos em 2004, quando Manning passou para 49. A NFL claramente tem uma era antes e depois de Dan Marino, um dos principais responsáveis em transformar a posição de quarterback e os ataques em geral. 1 – Otto Graham (Cleveland Browns 1946-1955)Como eu disse na parte do Pollard, o passe para frente só era permitido se fosse feito 5 jardas atrás da linha de scrimmage. Isso mudou em 1933, quando alteraram a regra para permitirem o passe em qualquer lugar atrás da linha. Mas mesmo assim os times pouco passavam a bola. Em 1946, uma nova liga de futebol americano (AAFC) chegou, e nela estavam Paul Brown, Otto Graham e o Cleveland Browns.A dupla Brown-Graham é o equivalente da dupla Belichick-Brady dos anos 40 e 50. Os Browns dominaram a liga com seu ataque aéreo, ganhando em todos os 4 anos de existência da AAFC e tendo uma campanha de 47-4-3. Após a liga se desfazer, a NFL chamou os 49ers, o primeiro Baltimore Colts, e, claro, os Browns. A principal liga também não tinha respostas para Brown e Graham, que venceram logo em sua primeira temporada e mais duas vezes com Otto de QB, além de uma em 1964. Otto Graham foi o primeiro grande quarterback que a NFL teve, e, sem ele, talvez a NFL tivesse tomado um outro rumo, já que os Browns foram importantes no crescimento da liga. Quando falamos de QBs mais importantes da liga, não tem como colocar o primeiro que ela teve, fora da primeira posição.

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