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NFL

Série Análise de Torcedor: O draft do Seattle Seahawks

(por Edmar Jardim) Pra começarmos a falar do que foi o draft de Pete Carrol e John Schneider para a equipe do Seattle Seahawks, cabe enumerar a classe de 2020 completa, com todas as escolhas por ordem, posição e Universidade. 1 – Jordyn Brooks, LB, Texas Tech2 – Darrell Taylor, EDGE, Tennessee3 – Damien Lewis, G, LSU4 – Colby Parkinson, TE, Stanford5 – DeeJay Dallas, RB, Miami6 – Alton Robinson, EDGE, Syracuse7 – Freddie Swain, WR, Florida8 – Stephen Sullivan, TE, LSU O torcedor dos Seahawks já sabe o que esperar dos drafts da equipe em geral: Trade down, jogador pouco especulado que ninguém conhece, posições que a equipe não necessita.O histórico recente aponta que desde a formação da Legion of Boom no início da década, e da escolha certeira e histórica de Russell Wilson no terceiro round de 2012, a franquia tem cometido erros bastante contundentes nas escolhas que efetua, com exemplos de L.J Collier (2019) e Rashaad Penny (2018). Sobre a classe de 2020, num primeiro olhar, é preciso estar dotado de uma imensa boa vontade para achar elementos que possam tornar o draft animador pra torcida.Para se ter uma ideia, a escolha de primeiro round, o linebacker Jordyn Brooks, sequer tinha câmeras da TV em sua residência, pois não era cotado para sair entre as primeiras 50 escolhas. Estava pegando algo pra comer quando recebeu a ligação, ficando ele mesmo surpreso com o telefonema. O atleta se destaca por sua eficiência contra o jogo corrido, carcterística que Carrol adora em um linebacker, porém, precisa melhorar muito nas leituras e posicionamento contra passes.As posições de maior necessidade para a equipe, recaptulando 2019, eram EDGE Rusher, Linha Ofensiva e Secundária. Vale lembrar que os Seahawks seguem sem chegar a um acordo para a renovação de Jadeveon Clowney (que continua como free agent e sem contrato até a data deste texto).Era esperado, portanto, que a escolha de primeiro round atendesse a essas necessidades claras, o que seria bem razoável se partirmos do pressuposto que muito provavelmente o jogador chegaria para preencher uma lacuna existente por motivos de deficiência ou ainda de futuros cortes, tendo de jogar e entrar na rotação o mais rápido possível. Veio um linebacker, sendo que Bruce Irvin acertou seu retorno, K.J Wright e Bob Wagner estão sob contrato, Cody Barton fez uma temporada razoável e Michael Kendricks tem sua atuação indefinida. Fica difícil entender a escolha do primeiro momento. Me agradou? Não. A escolha de um EDGE veio apenas no segundo round, com o bom Darrel Taylor, jogador de explosão física que contabilizou 8.5 sacks em 2019 por Tennessee. Vale lembrar que Schneider e Carrol subiram para buscar esse atleta, dando a entender que era um nome que estava mesmo nas pretensões.Olhando para os demais nomes, chama a atenção positivamente a escolha de Damien Lewis, right guard de LSU. O jogador tem habilidades impressionantes no bloqueio, técnica de uso das mãos excelente, bem como atleticismo e boa leitura de jogo. Seus highlights são bastante impressionantes e, ao meu ver, tende a ser o destaque desse draft de 2020 de Seattle. É sem sombra de dúvidas o nome que chega para assumir a posição logo de cara, em uma linha ofensiva com histórico recente de porosidade, mas que terá inúmeras alterações neste novo ano. Vale aqui lembrarmos das “cobranças” veladas de Russell Wilson em postagens no ano passado, onde fica claro que o quarterback gostaria de uma maior atenção do front office à unidade que o protege. Lewis tende a ser o nome de maior impacto no primeiro momento e somar-se-á a B.J. Finney (novo center da equipe, vindo do Pittsburgh Steelers); Brandon Shell (tackle, vindo do New York Jets) e nomes conhecidos da torcida como Mike Iupati e Duane Brown, no que deve ser a nova linha ofensiva dos Seahawks após os cortes de Justin Britt e D.J. Fluker ocorridos neste último domingo. A conferir.Finalizando essa análise inicial, chama a atenção a escolha de dois tight-ends no draft, para somarem-se a uma já vasta gama de jogadores na posição. Colby Parkinson é um especialista em Red Zone, recebedor nato, que pode ser utilizado também como Wide Receiver apesar de listado como TE, mesmo caso de Stephen Sullivan, que atua também como recebedor, tendo sido listado como TE para o draft. São atletas que podem apresentar elevado grau de desenvolvimento na franquia ao terem contato com Greg Olsen (estrela da posição vinda do Carolina Panthers), Will Dissly, Jacob Hollister, e Luke Willson. Uma verdadeira “festa do tight-end” com muita munição pra uma equipe que aplica um playbook que subutiliza a posição na conversão de jogadas importantes, bem como seus atletas com habilidades de recepção, usando por diversas vezes o tight-end como um sexto homem de linha ofensiva na proteção ao passe. Essa configuração deu certo em 2019 em diversas oportunidades. O que fazer com tanto tight-end? Vem mudança drástica no playbook a partir de 2020? Vamos descobrir em breve.Fato é que, do ponto de vista das posições, podemos partir de um pressuposto que Seattle fez um draft apenas razoável, não muito animador para a torcida, chegando inclusive a desapontar muitos analistas. Do ponto de vista dos atletas, foi um draft que pode parecer bem mais interessante daqui a alguns anos, com menos impacto em 2020 e mais barulho num futuro próximo.

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