(por Daniel Morales) O Real Madrid foi um dos clubes mais vencedores da última década. O time da capital espanhola conquistou em um período de seis anos, quatro Ligas dos Campeões, dois Campeonatos Espanhóis, quatro Mundiais de Clubes, uma Copa do Rei, três Supercopas da UEFA e três Supercopas do Rei. Neste período, jogadores como Luka Modric, Marcelo, Casemiro, Bale, Toni Kroos, Sergio Ramos, Benzema, Isco e, principalmente, Cristiano Ronaldo, colocaram os seus nomes na história do maior clube do Mundo ou aumentaram ainda mais sua importância para mesma. Tudo isso sob batuta do técnico francês e ex-jogador, Zinedine Zidane, que por sua vez, também está no olimpo de ídolos do clube merengue. Mas, toda grande equipe chega ao seu fim. Jogadores envelhecem, contratos acabam e outros são vendidos. E, com isso, é necessária uma reformulação, com novas peças e jogadores jovens que possuam a capacidade de manter a trajetória vencedora do clube. Além disso, também é preciso contratar uma nova comissão técnica para guiar esse elenco às glorias e conquistas. Porém, não é isso que se vê no Santiago Bernabeu. O Real Madrid atrasa temporada após temporada sua reformulação de elenco e de sua comissão técnica e, com isso, segue sendo mero coadjuvante em competições, como por exemplo, a Liga dos campeões, a qual desde a última vez que os merengues levantaram na temporada 17/18, o time já acumula duas eliminações nas oitavas de finais da competição continental. A primeira foi um vexame para o Ajax, onde após vencer na Holanda por 2×1 o time, na época comandado pelo ex-jogador Solari, levou um sonoro 4×1 no Santiago Bernabeu. E a segunda para o Manchester City, onde o time do técnico Zidane perdeu os dois jogos. Como explicar o pobre futebol do time? Para essa pergunta pode-se regressar ao ponto principal deste texto, a necessidade em uma reformulação madridista. Começando do técnico à algumas peças no elenco. Porém, Florentino Perez, presidente do clube, tem pecado nesse aspecto em não enxergar tal necessidade. E isso pode ser visto nas vendas do lateral direito Hackimi para Inter de Milão, o esquerdo Regulion para o Tottenham e a subutilização do meia norueguês Martin Oddegard, que por não jogar com Zidane na atual temporada, foi emprestado na última janela de inverno para o Arsenal. Para não só criticar, outros jogadores jovens e recém-contratados têm sido bastante utilizados como o lateral esquerdo Mendy, e os atacantes brasileiros Vinicius jr e Rodrygo, além do lateral direto Odriozola, que esteve recentemente no Bayern, campeão europeu. Mas, não é o suficiente, visto que jogadores envelhecidos como Marcelo e outros que já mostraram declínio precisam sair, como Isco. Além de Zidane, que já mostrou que seu tempo no clube passou. O técnico francês e ídolo também como jogador, ganhou tudo nas duas funções, mas para o bem do clube sua saída é necessária. Na primeira vez que Zizou deixou o Real Madrid, a equipe trouxe o espanhol Julen Lopetegui, que estava com a seleção de seu país na Rússia e, por causa disso, acabou sendo mandado embora da “Fúria” nas vésperas da estreia no mundial. Devido à urgência de resultados que de inicio não vieram, Lopetegui foi demitido, e quem assumiu seu lugar foi Solari, que caiu rapidamente também. Zidane volta no primeiro semestre de 2019 já com o time eliminado na Liga dos Campeões e só cumprindo tabela no Campeonato Espanhol. Outro acontecimento de extrema importância que ocorreu no clube neste período foi à saída de Cristiano Ronaldo para a Juventus, que acabou deixando o time carente de um cara que decidia os jogos nos momentos importantes. Para substitui-lo o Madrid aposta em Mariano Diaz, que tinha feito ótima temporada pelo Lyon, mas o mesmo não correspondeu as expectativas. Na temporada seguinte Florentino Perez abre os cofres para trazer o belga Eden Hazard, porém, devido a varias lesões, o jogador tem passado mais tempo no departamento medico do que em campo. A urgência de resultados, algo que sempre cercou o Real Madrid, tem feito o clube tomar decisões precipitadas e teimar com jogadores mais consolidados, porém, envelhecidos. Com isso, o clube segue acumulando maus resultados na liga dos campeões e, apesar da conquista recente do campeonato espanhol, não apresenta perspectivas de melhora. O que precisa ser feito?Para um dia voltar a erguer a Liga dos campeões e ter atuações mais convincentes, o clube precisa voltar algumas casas e se reformular, tendo como base alguns jogadores experientes, Sergio Ramos, Modric, Carvajal, Casemiro, Kroos e Benzema, para auxiliar os jovens, e serem os pontos de referencia do elenco, investir nos meninos que vem de “La Fabrica”, categoria de base do Real Madrid, e mapear bem o mercado buscando promessas e uma nova comissão técnica. Na Espanha é noticiado que em uma eventual saída de Zidane, Raul González, ex-jogador e ídolo do clube, deve assumir o cargo de técnico. Raul é hoje treinador do Real Madrid Castilla e, recentemente, foi campeão europeu sub-20. Recomeçar é preciso e no Real Madrid isso é urgente. Passar um tempo sem ganhar títulos será importante para colher os frutos lá na frente. O clube possui bons jovens que podem ser pilares dessa reconstrução, mas, para que eles possam ascender, velhos conhecidos precisam deixar o Santiago Bernabeu.
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