(por Murilo Paiva)Aconteceu no último final de semana o tão esperado UFC 251, e não foi do jeito que os brasileiros sonhavam. Tivemos muitas vitórias, porém, o nosso principal representante não conseguiu o tão esperado cinturão. Na ilha da Luta, José Aldo teve a chance de trazer o cinturão para o Brasil, mas o russo Petr Yan não deu espaço para o brasileiro e frustrou a chance do “Campeão do povo”. Mas, e agora, o que será do futuro de Aldo?Todos que amam o mundo da luta sabem que José Aldo já marcou seu nome na história do MMA. Afinal, foram nove anos sem derrotas: Campeão do Peso Pena (duas vezes), Campeão Interino Peso Pena (uma vez), sete defesas de títulos, inúmeras lutas da noite e prêmios de lutador do ano (2009, 2010 e 2014). Porém, em suas últimas apresentações, o desempenho não foi satisfatório (cinco lutas, três derrotas e duas vitórias) e, se ele quiser retomar o caminho das vitórias, precisa, sim, inovar o seu jogo.Claro que a mudança de categoria do Peso Pena (até 65,8 kg) para o Peso Galo (até 61,2 kG) alterou sua estrutura corporal, prejudicando uma das suas melhores qualidades, a explosão com golpes pesados. Então, seria uma boa continuar nessa categoria? Já são duas derrotas em duas lutas disputadas e mais um tropeço colocaria em dúvida os rumos de sua carreira.Por outro lado, sua antiga categoria, peso pena, conta hoje com dois lutadores que estão entre os mais talentosos da organização (Max Holloway e o campeão Alexander Volkanovski). Alguns outros nomes também vêm chamando a atenção, entregando lutas muito cascudas, como o russo Zabit Magomedsharipov, Brian Ortega, entre outros.Então qual seria a melhor opção? Bom, isso somente o próprio Aldo e seu time saberão a resposta, entretanto, está mais claro do que nunca que ele precisa acrescentar algumas novas armas. Em suas últimas lutas, vimos um José Aldo indo para trocação, mas com pouca efetividade. Apresentou dificuldades contra adversários que contam com um jogo mais versátil em pé.É fato que novos talentos sempre surgirão para desafiar os lutadores que já estão nesse esporte há mais tempo. Eles acabam sendo mais estudados por seus adversários, o que os tornam mais vulneráveis e expostos. Uma saída é manter sempre todas as áreas afiadas, inovar e surpreender com novas armas. No caso de Aldo, que é faixa preta de jiu-jitsu, esta seria uma boa opção a ser explorada. Sabemos que ele é um “striker” nato, mas, no mundo do MMA, se você não está tendo o sucesso esperado, outras ferramentas podem e devem ser acionadas.Uma terceira (e triste) opção também já deve passar pela cabeça do ex-campeão: a aposentadoria.Todos os esportistas de alto desempenho sofrem na hora do “adeus” e definir o momento certo é um pesadelo para esses guerreiros. Alguns conseguiram ter o “timming” perfeito e se despediram em grande estilo. Outros, nem tanto. De qualquer forma, presenciar grandes campeões que marcaram gerações, começarem a acumular derrotas, é de cortar o coração de qualquer amante do MMA. Claro que, apesar de parecerem máquinas, são humanos e o tempo passa para todos. Encontrar esse limite do corpo e da mente é também uma batalha que todos eles, um dia, enfrentarão. Por isso Aldo, os seus fãs apoiarão sempre a sua decisão. Que você escolha esse caminho com sabedoria e criatividade, para que continue sempre em nossas memórias como o cara que é “mais forte que o mundo”, correndo pra galera ao som de “Uh vai morrer”.Valeu campeão!
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