(por Rafael Lima) A cada ano o Mundial de Clubes demonstra um choque de realidade entre o campeão europeu e o resto do mundo. Para se ter uma ideia da superioridade dos europeus, já fazem nove anos que um sul-americano não conquista o título, desde o título do Corinthians diante do Chelsea em 2012.Eis que em 2022, valendo o título de 2021, o Palmeiras e o próprio Chelsea se encontram na final e, após todos esses anos, o sul-americano e o europeu chegam praticamente em pé de igualdade na decisão. O Palmeiras deve ir a campo com Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Luan e Piquerez; Danilo, Zé Rafael, Gustavo Scarpa e Raphael Veiga; Dudu e Rony. O mais provável é que Piquerez possa variar para um terceiro zagueiro, Marcos Rocha se tornar um ala pela direita, com Scarpa pela esquerda e Raphael Veiga mais avançado, encostando nos atacantes. Já o Chelsea, alinhará com seu tradicional esquema de três zagueiros. A esclação terá Mendy; Rudiger, Thiago Silva e Christensen; Azpilicueta, Jorginho, Kovacic e Marcos Alonso; Ziyech, Havertz e Lukaku. Enquanto o Palmeiras joga completo, os Blues tem o desfalque de Reece James, machucado, e Kanté, que para muitos é o melhor jogador do time, ficará no banco por problemas físicos. Mason Mount também não estará no 11 inicial.Passadas as escalações, dá para notar que o Palmeiras completo, com uma variação tática que pode pegar o Chelsea de surpresa, pode avançar Raphael Veiga, tirando a sobra dos três zagueiros. Com Marcos Rocha e Gustavo Scarpa batendo de frente com Marcos Alonso e Azpilicueta, o Verdão tem condições de espaçar mais o jogo do que os ingleses, pois Azpilicueta é mais marcador e Marcos Alonso não tem a velocidade dos alas do clube brasileiro, tornando as pontas um caminho natural para o Palmeiras. Com essa configuração, sem um centroavante de referência, com Rony atuando por ali, mas muitas vezes caindo para as pontas e abrindo para a entrada de Raphael Veiga, o Palmeiras pode se aproveitar da ausência de Kanté, que se desdobraria para acompanhar Veiga, e explorar a falta de velocidade dos ingleses, utilizando isso como o caminho para a vitória. Apesar de todos esses pontos positivos, o Palmeiras não encontrará moleza pela frente, o espaçamento nas costas dos alas do Verdão pode ser um problema, já que Ziyech e Havertz são muito rápidos e habilidosos. Se o time brasileiro não souber variar para um 4-4-2 defendendo, a situação pode se complicar, principalmente se Lukaku ficar no mano a mano com Gustavo Gómez e Luan. A ausência de Kanté dificulta a marcação, mas o meio-campo com Kovacic e Jorginho tem qualidade no passe e pode tentar monopolizar a posse da bola, fazendo o Palmeiras se fechar para atuar no contra-ataque. Tudo isso colocado, o panorama da final deve ser o Chelsea tentando se impor com posse de bola e o Palmeiras acelerando a partida. Como os Blues não estão entre os times mais criativos da Europa e atuaram no contra-ataque para vencer a Champions League, o Verdão tem chances de títulos como há anos um sul-americano não tinha nesta decisão. Dá para cravar com tranquilidade que essa decisão é 50% para cada lado.Agora é esperar o jogo e ver se não teremos surpresas ao longo dos 90 minutos.
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