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NFL

Os dois jeitos de se montar uma defesa na NFL

(por Henrique Rodrigues)  “Não tem como defender o passe perfeito”. Essa frase, dita pelo ex-quarterback dos Dolphins e um dos melhores da história, Dan Marino, é o motivo da posição de pass rusher ter sua importância aumentada desde que a liga passou a ser mais aérea, na transição dos anos 80 para os 90. Como Marino disse, o passe perfeito não tem defesa, não importa o quão bem a marcação esteja. Tem infinitos exemplos disso, mas só para citar um, temos o passe de Big Ben para Santonio Holmes no Super Bowl 43. Com aproximadamente 30 segundos para acabar o jogo, Big Ben passa para Holmes no canto direito da end zone, com a bola passando por entre 3 defensores dos Cardinals e onde só o seu recebedor conseguiria pegar. Com essa evolução do jogo aéreo e com uma onda de talento crescente na posição de quarterback, começou a surgir a pergunta sobre qual é a forma mais eficiente de defender o passe, com uma linha defensiva muito forte ou com uma secundária privilegiada. Por quase 30 anos os técnicos defensivos vêm dando suas respostas, cada um da maneira que julga ser mais adequada. Em 2019, vimos os 49ers chegando ao Super Bowl graças a uma defesa que contou com quatro jogadores de linha defensiva draftados na primeira rodada e um grupo muito forte de linebackers, o que ajudava a mascarar a falta de material humano na secundária, e tudo sendo muito bem gerido por Robert Saleh. Por outro lado, temos também os que preferem contar com uma secundária com talentos maiores, e a principal “árvore” desse grupo é Bill Belichick. Tanto Belichick quanto seus coordenadores que viraram técnicos preferem ter um grupo muito forte marcando o passe, dizendo que pra eles é mais fácil desenhar uma jogada para pressionar o quarterback. Esse é um dos motivos de vermos tantos jogadores de front seven que vão muito bem com Belichick mas não se dão bem fora de New England. Isso fica evidente também quando vemos alguns frutos vindos da árvore do Belichick, como Nick Saban e Brian Flores. Nick Saban é a versão de Bill no college, comandando o programa de Alabama a seis títulos nacionais e mais de 240 vitórias. Em todos os seus anos no college, Saban mandou diversos talentos na secundária para a NFL, todos sob o “pedigree” de Saban, o que mostra o quão bem ele consegue trabalhar o talento que recebe para marcar o passe, o que é parte importantíssima de seu sucesso em Alabama. Brian Flores, por mais que tenha apenas um ano como head coach em Miami, também já mostrou a sua preferência em uma secundária concentrando mais o talento do sistema defensivo. Em uma defesa cheia de buracos e com apenas Xavien Howard de talentoso, Flores trouxe Byron Jones a peso de ouro na free agency e, mesmo com esses dois, gastou uma escolha de primeira rodada em Noah Ighbinoghene, cornerback de Auburn. Flores não selecionou alguém para pressionar o passe até a quinta rodada, quando escolheu Jason Strowbridge e Curtis Weaver. Certamente, não existe certo ou errado em relação a esses dois métodos, existem técnicos mais eficientes em cada um desses caminhos.

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