frank williams en 2013
Automobilismo

O último garagista, Frank Williams morre aos 79 anos

(Por Jefferson Castanheira) Sir Francis Owen Garbatt Williams. Pois é, Sir. Frank Williams deixou o nosso plano terrestre com a alcunha que poucos humanos recebem perante á Coroa Britânica. Mas também, pudera… Estamos falando de um inglês turrão e apaixonado de Durham, mais precisamente em South Shields. Seu pai era da aeronáutica, enquanto a mãe era professora em educação especial. Em uma infância não muito abastada, Frank Williams sempre foi apaixonado por motores, mas foi quando ganhou um Jaguar XK150 de um amigo nos anos 50 que seu sonho ganhou vida.A paixão por carros colocou Williams dentro de garagens, pois com sua aptidão mecânica crescendo e a paixão envolvendo-o cada vez mais naquilo, começou a fazer parte de pequenas equipes em pequenos eventos automobilísticos nos anos 60, até fundar a Frank Williams Racing Cars em 1966. A equipe recém nascida logo foi subindo as escadarias do sucesso, conquistando espaço n Fórmula 3 Inglesa até chegar na Fórmula 2, onde conseguiu patrocínio e finanças para comprar um chassis da equipe Brabham, que fez a Williams estrear na Fórmula 1 em 1969. Em 1972, Frank conseguiu construir seu próprio Chassis, o Politoys FX3. O problema é que seu piloto, Henri Pescarolo, conseguiu destruir completamente o chassis em apenas uma corrida. Sem dinheiro e atrás de apoio, Williams recorreu à garagem pra se manter, sempre sendo a cabeça por trás do sonho. E o sonho veio, anos depois, após perder completamente a equipe para um investidor. Do fundo do poço, ao lado de seu companheiro de todas as horas e um dos gênios por trás das máquinas, Patrick Head, Frank finalmente inaugurou aquilo que chamamos de  Williams Grand Prix Engineering.A equipe conquistou títulos e vitórias que nós conhecemos muito bem. Títulos brasileiros como o de Nelson Piquet e carros espetaculares como a “Williams de outro mundo”, a FW14 de 1992, guiada e eternizada por Nigel Mansell. Mas em março de 1986, um baque colocaria um dos maiores gênios da mecânica em uma cadeira de rodas. Williams viajava de carro do autódromo francês Paul Ricard até Marselha, quando perdeu o controle do carro e sofreu um acidente gravíssimo, tornando-o paraplégico.Mas não houve falta de brio. Não houve falta de coragem, não houve aposentadoria que já poderia acontecer com as finanças indo muito bem.O que importava para Williams era o sonho. Não era o dinheiro. Não era o conforto. Ele poderia largar tudo, mas não o fez. Viu a equipe ser campeã mais algumas vezes, viu a perda que destruiu o coração do automobilismo naquele fatídico 1 de maio de 1994 por dentro de sua própria equipe. Com tantas vezes que caiu e subiu às nuvens, Williams poderia ser colocado como uma fênix. Mas a mitologia do pássaro de fogo que renasce das cinzas não se encaixa quando falamos de algo motivado por paixão, coração, sonho e determinação por aquilo que fazia brilhar seus olhos.  Não precisamos de mitologias pra explicar Frank Williams. Ele foi sua própria mitologia. A construção de um sólido legado que ficará por centenas de anos sendo reverenciada, por tantos que se espelham nele no fundo das garagens, com muito suor, as vezes pouco sucesso, mas nunca pouca paixão. Não existe mecânica ou engenharia que explique legado. Mas existe mecânica e engenharia que explique grandeza. E Williams foi um gigante – tão grande quanto seus sonhos que agora estão juntos á eternidade.Celebremos Frank Williams.

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