d73a3108c7e7da78eabf3a50b7b5193b
Automobilismo

O dia em que Ayrton Senna flertou com a Fórmula Indy

(por Ricardo Meneguelli) O ano era 1992. Ayrton Senna teve uma temporada discreta na fórmula 1, apesar das 3 vitórias (Mônaco, Hungria e Itália), acabou o campeonato em um discreto quarto lugar, sendo facilmente batido pelas duas Williams e terminando atrás do ainda jovem Michael Schumacher.A Honda havia anunciado sua saída para a próxima temporada e Senna estava claramente insatisfeito com a performance do seu time, que havia assinado acordo para correr com motores Ford desatualizados a partir de 1993 – já que a Benetton era a equipe da fabricante de motores e a McLaren seria apenas uma cliente.Haviam rumores fortes de que Senna poderia aceitar um ano sabático, já que sua ida pra Williams em 1993 foi frustrada pela única cláusula pétrea do contrato de Alain Prost: o frances não queria Senna como companheiro de equipe.Com isso, abriu-se uma janela para que Emerson Fittipaldi, já bicampeão da Indy(na época chamada CART World Series) e da Fórmula 1, conseguisse um teste para Senna na tradicional Penske, no Firebird Raceway (hoje conhecido como Wild Horse Motorsports Park), pequeno autódromo no deserto do Arizona, nos arredores de Phoenix.Não demorou muito para Senna se sentir em casa: conhecido por suas famosas “banzai laps”, uma ímpar adaptabilidade a novos carros e por ter um incrível sexto-sentido para achar grip onde nenhum outro piloto conseguiria imaginar que exista, a pequena pista, que mais se assemelhava a um Kartodromo, bem travada e relativamente estreita, era prato cheio para que Senna provasse seu talento natural para guiar qualquer tipo de carro.Após os testes, Senna parecia satisfeito e interessado na nova experiência.“A pista realmente era muito lenta, o carro funciona de uma forma muito particular, mas a sensação, o gosto, é ótimo. Estou muito feliz em poder constatar o que realmente é um carro da Indy”, disse Senna. “Um dia vou guiar esse carro, é só questão de tempo. É só esperar o momento certo para participar das corridas nos Estados Unidos”, completou.No final das contas, Senna seguiu na Fórmula 1 e na McLaren por mais um ano, porém, deixou sua marca com um carro da Indy. No treino, enquanto Fittipaldi marcou o tempo de 49s70, Senna cravou improváveis 49s09.Muita discussão ronda sobre o que teria feito Senna pela CART, já que além de quase ter recebido Senna, a temporada de 1993 contou com Nigel Mansell pilotando pela Newman-Haas, após ter se sagrado campeão na Fórmula 1 em 1992. A expectativa se faz ainda mais presente porque o “leão” acabou sendo campeão da CART também, em 1993, batendo nomes como Mário Andretti, Paul Tracy, Al Unser Jr e o já citado neste texto, Emerson Fittipaldi – mas o fato é que a decisão de Senna sobre ficar na Fórmula 1 acabou sendo, na minha opinião, saudável para ambas as categorias, já que Senna disputaria em 1993 uma das maiores temporadas da história contra seu rival Alain Prost, enquanto Mansell travou dura batalha pelo título de sua categoria nos Estados Unidos contra Fittipaldi

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *