italy spain semifinal
Futebol

Num duelo de propostas de jogo, Itália é competente nos pênaltis, elimina a Espanha e se garante na final da Euro

(por Rafael Lima) A Itália, que apresenta seu melhor futebol dos últimos anos, incisiva no ataque, atuando de forma veloz, sem perder a segurança defensiva característica, tinha pela frente a Espanha e seu tradicional toque de bola, um time que foi crescendo na competição, jogando sem permitir o oponente jogar. Esses estilos antagônicos, somados a tradição, o nervosismo relativo a importância da partida e dois técnicos inteligentes, como Roberto Mancini e Luís Enrique, traziam a premissa de um jogaço. Que após 120 minutos, se concretizou.  Primeiro tempo TNT – técnico, nervoso e tático Depois de um pequeno estudo a Itália já mostrou as cartas, num bom lançamento de Emerson Palmieri, Barella conseguiu tirar do goleiro Unai Simón, mas chutou na trave, com menos de três minutos os italianos já levaram grande perigo. Depois do susto a Espanha começou a fazer o jogo dela, muita posse de bola, linhas altas e controle das ações, porém, a efetividade seguia em baixa, não conseguindo criar chances claras nos primeiros 15 minutos. A Itália após os 20 minutos tentou equilibrar e era mais incisiva, só que aos 24’, após erro bobo de Donnarumma, os espanhóis recuperaram a bola e Dani Olmo tentou uma e depois outra vez, forçando o goleiro italiano a executar uma excelente defesa. O jogo, apesar de estar sendo transmitido pelo Sportv, era TNT – técnico, nervoso e tático. O confronto seguiu pegado, a marcação se sobressaía e os times iam bem até a intermediária, quando as defesas levavam a melhor. A Itália tentava recuperar a bola e partir rápido, enquanto a Espanha trocava passes na construção das jogadas com mais paciência, tentando achar o melhor espaço, apesar das propostas distintas, nenhum dos times conseguia se sobrepor ao outro, num embate equilibradíssimo, daqueles que normalmente são decididos no detalhe.Aos 44’ mais uma grande chance da Azzurra, Insigne e Emerson Palmieri fizeram boa trama pela esquerda com o brasileiro, naturalizado italiano, soltando uma bomba no travessão. Que susto para os espanhóis! Logo depois deste lance, o árbitro terminou o primeiro tempo sem se importar com a possibilidade de ataque da Espanha, o que deixou os espanhóis furiosos.  Duelo mais aberto e dois belos gols O segundo tempo começou mais movimentado, a Itália parecia querer “jogar mais”, porém, a chegada mais perigosa do Inicio da etapa complementar foi numa bomba de Busquets por cima. Só que no lance seguinte foi a vez dos italianos partirem em uma rápida troca de passes que culminou num belo chute de Chiesa e ótima defesa de Simón. Em sete minutos as equipes mostraram que voltaram do intervalo dispostas a incomodar o adversário. A Espanha jogava o tempo inteiro no campo da Itália, só que os italianos, num contra-ataque espetacular Donnarumma saiu rápido, passou para Verratti, que lançou Insigne, o craque do Napoli deu uma linda bola de três dedos para Immobile, mas Laporte afastou, porém, a redonda sobrou para Chiesa que limpou para o pé direto e finalizou com muita categoria, sem nenhuma chance para Simón. Belíssimo gol!A Fúria seguia com a posse, tomando conta das ações, contudo, faltava criatividade no último terço de campo, com muitas dificuldades de superar o ferrolho italiano. Era ataque conta defesa. Além de não conseguirem criar chances claras, os espanhóis davam contra-ataques para os italianos, em um deles Berardi forçou Simón a realizar uma grande defesa. A Itália era mais perigosa e, quando acreditava estar mais próxima do segundo gol, deixou a marcação mais frouxa possibilitando uma rápida troca de passes pelo meio entre Alvaro Morata e Dani Olmo, que terminou em Morata, na cara do gol, colocando no canto de Donnarumma para empatar. Que bela tabela!Após o empate o confronto seguiu na mesma toada, a Espanha controlando a posse de bola e a Itália esperando para “sair na boa”. E assim o jogo seguiu, até uma pequena polêmica com uma bola na mão de Chiellini que o juiz entendeu como involuntária e não marcou o pênalti. A primeira grande semifinal foi para a prorrogação.  Poucas chances, baixo riscoO tempo extra começou morno, só aos 7 minutos um lance de perigo. Dani Olmo bateu uma falta por baixo, Donnarumma defendeu, Morata chutou, a bola bateu e rebateu na área, para depois sair na linha de fundo. A Espanha seguia buscando mais o gol, num cruzamento Donnarumma dividiu com Morata pelo alto, a bola sobrou para Llorente que bateu e Chiellini salvou. Depois disso, nada mais aconteceu na primeira etapa da prorrogação. Na etapa complementar da prorrogação os italianos saíram mais para o ataque, dificultando a saída de jogo dos espanhóis. No ataque a Azzurra levava perigo. Primeiro Berardi chutou na defesa adversária e depois ele mesmo anotou um gol em posição de impedimento, tudo em menos de cinco minutos. Após isso, o duelo ficou novamente mais morno, com uma equipe esperando a outra, sem chances claras de gol. Desta forma a decisão da vaga na final acabou indo para os pênaltis.  Morata de herói a vilão. Itália na final!Logo na primeira cobrança Locatelli bateu rasteiro e cruzado, mas Simón foi buscar no canto. Grande defesa! No primeiro pênalti da Espanha Dani Olmo chutou por cima. Tudo igual!Belotti bateu o segundo da Itália muito bem e fez. Mas, Moreno bateu no alto e igualou. Bonucci deslocou o goleiro e recolocou os italianos na frente. Thiago Alcântara fez o mesmo, empatando novamente. Bernardeschi bateu bem demais, impossível para Simón. E, para piorar a vida espanhola, Morata bateu mal e Donnarumma fez a defesa. A responsabilidade da classificação estava nos pés de Jorginho, o brasileiro naturalizado italiano, com muita técnica e frieza, matou Simón na corrida e colocou no canto. Itália na final!  Fim de jogo: Itália (4) 1 x 1 (2) Espanha  Uma partida épica! Jogo tenso, brigado, tático, com lances de efeito, boas defesas e muito equilíbrio. A Itália, pelo que fez durante toda a competição, mereceu essa classificação para a final. Uma seleção que mescla renovação e experiência, com uma defesa sólida e jogadores habilidosos e criativos, muito bem treinados por Roberto Mancini. Já a Espanha, que possui jovens excelentes, impôs seu estilo de jogo, ficou com a bola, não fugiu de sua filosofia e tem totais condições de crescer ainda mais e seguir como uma grande potência do futebol de seleções. Nomes como Pedri e Dani Olmo com certeza darão alegrias para o povo espanhol no futuro.  Agora os italianos esperam o vencedor de Dinamarca x Inglaterra, para a final de domingo, de uma Eurocopa de grande nível técnico e muita emoção, pelo bem do futebol.

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