(por Edmar Jardim) A série da Playmaker Brasil de unidades lendárias da NFL chega a mais um capítulo, onde vamos contar a história da “Legion of Boom”, secundária do Seattle Seahawks que foi uma das mais importantes da liga em todos os tempos. O “boom” aqui cabe ser compreendido de diversas formas: do som das fortes pancadas dos jogadores da L.O.B em seus adversários, ao verdadeiro boom de relevância na NFL que os Seahawks tiveram a partir da unidade.Muito se fala em uma “L.O.B 2.0”, mas a verdade é que nunca ocorreu. Portanto, vamos nos ater aqui ao grupo original e suas variações, que foi responsável direto por levar a franquia de Seattle a duas aparições seguidas em Super Bowl, conquistando o troféu Vince Lombardi no Super Bowl XLVIII.A montagem começa em 2010, quando naquele ano, no mesmo draft, a franquia escolheria os safeties Earl Thomas e Kam Chancellor, escolhas estas que mudariam de vez os rumos da equipe. Tratam-se de jogadores que se mostrariam singulares nos anos seguintes, e que se completavam de forma perfeita. Thomas, free safety, capaz de cobrir praticamente o campo todo de maneira espantosa. Veloz, ágil, versátil, com um entendimento ímpar do jogo. Chancellor, strong safety, portador de uma habilidade única de leitura de jogadas ofensivas, além de uma força física descomunal. Por vezes, subia ao nível dos linebackers e parava jogadas de passe e corrida com tackles surpreendentes e perfeitos. Em pouquíssimo tempo, a dupla chamou a atenção e tornou-se respeitada por todos.No draft seguinte, em 2011, Seattle escolhe Richard Sherman, cornerback, que se tornaria um dos melhores da posição já no seu primeiro ano. Sherman, apesar da relativa pouca altura, é um jogador habilidoso nas leituras, rápido, que se destacou pela quantidade de interceptações, o que rapidamente fez muitos quarterbacks evitarem lançar para os recebedores marcados por ele, anulando boas opções de passe dos ataques adversários. Sherman também ficou conhecido pelas suas polêmicas e “trash talk”.Completando a unidade, Brandon Browner era o outro cornerback titular. Jogou de 2011 a 2013, e não foi menos importante que os demais: coberturas e leituras excelentes, marcações precisas. Após a saída de Browner, no fim de 2013, a vaga de corner ficou com o então reserva Byron Maxwell, que assumiu a titularidade. Maxwell deu sequência à saga, e tinha em seu jogo o DNA explosivo da unidade, tendo atuações fundamentais em 2014. Flutuavam atuando no nickel ou substituindo em snaps na rotação os seguintes atletas: Jeremy Lane, DeShawn Shead, Walter Thurmond, e Marcus Trufont.A “Legion of Boom” foi o coração da defesa dos Seahawks de 2012 a 2014. O coordenador defensivo Dan Quinn (hoje head coach do Atlanta Falcons) extraía com facilidade todo o potencial de seu talentoso corpo de jogadores. Graças a partidas arrasadoras da defesa, o então calouro quarterback, Russell Wilson, mesmo inexperiente, levou seu time aos playoffs já em 2012, quando foram eliminados pelo Atlanta Falcons, num field goal ao estouro do cronômetro. A partir daí, em 2013 e 2014, a história é bem conhecida por todos, com as aparições nos Super Bowls XLVIII (quando a defesa limitou o histórico ataque de Denver liderado por Peyton Manning a 8 pontos apenas) e XLIX (quando a linha de uma jarda e uma chamada questionável impediram o bicampeonato).As jogadas proporcionadas pela unidade a cada partida eram de encher os olhos. Aqui, na humilde análise deste colunista, os grandes responsáveis pelo “boom” eram os dois safetys, com destaque para Chancellor, “The Enforcer”, que é dos atletas mais completos a pisar num campo de futebol americano. Uma pesquisa rápida por highlights dele no YouTube não deixa dúvidas. Jogadas históricas como a que ele salva o touchdown certo de Megatron (Detroit Lions) em um voo preciso no Century Link Field, ou ainda a interceptação retornada para touchdown em cima de Cam Newton em uma partida de playoffs. São muitos lances que marcaram época. Foi, sem sombra de dúvidas, um dos meus atletas favoritos. A estelar carreira foi interrompida por uma lesão de pescoço em 2017.Earl Thomas, após desentendimentos com o técnico Pete Carrol e o Front Office, deixou a equipe em 2018. Richard Sherman deixou o time após uma lesão em 2017, quando logo em seguida assinou com o rival San Francisco 49ers. Byron Maxwel deixou a franquia após a temporada de 2014, retornando com pouco sucesso em 2017.A Legion of Boom marcou época, e fez parte de uma das defesas mais completas e respeitadas da história da NFL, que deixa muitas saudades em todos os “12”, torcedores dos Seahawks.
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