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NFL Série Unidades Lendárias – “Killer B’s” (Steelers)

(por João Zarif) Um dos principais trios ofensivos da história da NFL não transformou estatísticas em títulos e teve fim melancólico quando vivia o auge. Os torcedores do Pittsburgh Steelers não notaram logo de cara, mas quando a franquia conseguiu reunir o quarterback “Big” Ben Roethlisberger, o running back Le’Veon Bell e o wide receiver Antonio Brown no mesmo ataque, coisas especiais poderiam acontecer, afinal, eram três jogadores fantásticos, juntos pelo mesmo time. Ídolo da franquia, “Big” Ben estava na equipe desde 2004, quando foi o novato do ano. O QB, que ostenta dois Super Bowls conquistados, continuava em um time ainda muito competitivo. Roethlisberger era a cara da franquia e estava no auge de sua carreira. Antonio Brown chegou sem nenhum alarde, na escolha número 195 da sexta rodada do Draft de 2010. No primeiro ano foi apenas um coadjuvante na temporada em que Pittsburgh perdeu o Super Bowl para o Green Bay Packers, com apenas 16 recepções em 10 jogos. Na sua segunda temporada, Brown explodiu para mais de 1000 jardas recebidas e 1000 jardas de retorno, sendo escolhido para o Pro Bowl como retornador de punts. Já o running back do trio chegou a Pittsburgh como a escolha 48, da segunda rodada do draft de 2013. Apesar de começar como reserva, Le’Veon Bell foi titular nos últimos 13 jogos do ano, somando 1259 jardas totais, e quebrando o recorde de novato que pertencia a ninguém menos que Franco Harris, ex-running-back que é uma lenda da equipe preta e amarela. A temporada 2013 marcou o início da era “Killer B’s” com os três jogadores encerrando a temporada titulares. Porém, a equipe terminou em segundo na AFC Norte, com uma campanha de 8 vitórias e 8 derrotas, insuficiente para alcançar os playoffs. Nesta temporada Antonio Brown foi eleito ao Pro Bowl como wide receiver e retornador de punt. O recebedor se consolidava como uma estrela da liga, tendo 110 recepções, 1499 jardas recebidas e 8 touchdowns. A partir desse ano, os Steelers eram vistos como um dos favoritos na AFC, mas como veremos abaixo, as temporadas do time com o trio de estrelas ofensivas sempre acabava em decepção. Com o trio consolidado, vamos aos desfechos ano a ano:  • Em 2014, Reggie Nelson lesionou Bell no último jogo da temporada regular e o tirou dos playoffs. O Pittsburgh Steelers se classificou em primeiro lugar na AFC Norte (11-5) e jogou em casa contra os rivais de Baltimore em casa na rodada de Wild Card. Os Ravens não tiveram dificuldades para vencer Pittsburgh, que estava sem sua arma terrestre, 30-17 e a primeira decepção dos Killer B’s.  • Em 2015, Vontaze Burfict encerrou a temporada de Bell na semana 8 e a de Antonio Brown no jogo de Wild Card. Enfrentando o Denver Broncos de Peyton Manning na altitude da capital do Colorado, contra uma defesa fortíssima e sem Bell ou Brown, a equipe lutou, até que o running-back reserva Fitzgerald Toussaint sofreu um fumble quando a equipe liderava por um ponto no último quarto e já estava no campo de ataque. Após o turnover o time da casa cresceu, marcou dois touchdowns e venceu por 23-16. Mais uma vez a temporada escapava com a ausência de uma ou duas estrelas do trio.  • Em 2016, os dois levaram o Steelers a um par de vitórias nos playoffs – Brown eliminou os Dolphins com dois touchdowns; Bell atropelou o Chiefs com 170 jardas – e tudo ia bem até Bell aparecer manco no início do jogo pelo título da AFC. Sem o running back, Brown e Ben não seriam suficientes para bater Tom Brady e companhia em Foxborough. A equipe foi vencida sem nenhuma ameaça por 36-17 pelo New England Patriots. Pela terceira vez consecutiva o time chegava ao último jogo do ano com alguma peça dos “Killer B’s” machucada. • Em 2017, vindos de uma campanha ótima na temporada regular (13-3), os Steelers folgaram na rodada de Wild Card, e tinham suas três estrelas inteiras no que se antecipava um jogo fácil contra o Jacksonville Jaguars. Brown e Bell combinaram para 285 jardas no total, além de quatro touchdowns e isso é muito bom. Porém, naquele dia, a defesa de Pittsburgh foi um show de horrores, contra o ataque conduzido por Blake Bortles, ele mesmo. Derrota catastrófica por 45 a 42. Você pode culpar algum deles por esse desastre?   Após cinco temporadas juntos e quatro idas aos playoffs frustradas o time de Pittsburgh tinha um problema: Le’Veon Bell queria um novo contrato, já que seu acordo de novato havia chegado ao fim e ele jogou a temporada 2017 após receber a franchise tag. Contrariado ao receber a Tag da equipe pelo segundo ano consecutivo, Bell não assinou o termo e ficou de fora o ano inteiro pleiteando um acordo que reconhecesse seu valor para a equipe e seu status na liga de ser, talvez, o melhor running back. Após toda a temporada de 2018 passar, e não chegarem a um acordo, Bell saiu como agente livre e assinou com o New York Jets. A saída do running back marcou o fim da era “Killer B’s”, quando Ben, Bell e Brown encantaram a NFL, somando entre 2013 e 2017, 12 eleições ao Pro Bowl, 5 de Brown, 4 de Ben e 3 de Bell. O trio quebrou inúmeros recordes da liga e da franquia, mas números não significam Super Bowls.  A torcida sempre vai lembrar das grandes atuações individuais que não foram suficientes para levar o time a disputar um Super Bowl durante os cinco anos juntos do trio. O fim foi melancólico, com a saída de Bell como agente livre em seu auge, a ida de Brown para o Oakland Raiders após litígio com o time e com “Big” Ben, culminando na derrocada de sua carreira, que até agora está em xeque após a definição da NFL em punir o jogador com uma suspensão nos primeiros 8 jogos da liga em 2020, além do jogador que está sem contrato se declarar aposentado.  Em Pittsburgh apenas uma certeza: coisas especiais poderiam ter acontecido, mas as lesões e a má gerencia da equipe em controlar egos e valorizar talentos fizeram com que os mais prolíficos jogadores ofensivos da história dos Steelers saíssem da franquia pela porta do fundos e, principalmente, deixassem seus fãs sem títulos.

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