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Automobilismo

Não tem nada decidido! Hamilton passou um recado muito claro em Interlagos

(por Bruno Braz) Todo grande piloto de F1 da história, daqueles que estão na prateleira dos excepcionais, tem um corrida para chamar de si. Ao menos uma.Aquelas corridas de superação, arrojo, destreza, uma guiada espetacular. De cabeça, tenho o GP de despedida de Schumacher, no Brasil, em 2006, o primeiro GP de Mônaco de Senna ou a corrida do Japão de 1988, são exemplos disso.Tenho a impressão de que isso faltava a Lewis Hamilton. E isso, para o torcedor médio, aquele que não se aprofunda muito em regulamento técnico e desenvolvimento do carro por parte do piloto junto aos seus engenheiros, literalmente, guiando seus passos, ou que não conhece boa parte das regras, fica ainda pior para entender algumas coisas, colocando na conta única e exclusivamente do carro, alguns feitos alcançados deste ou daquele piloto.Schumacher padeceu do mesmo problema, principalmente nos domínios da Ferrari. As pessoas assistiam aos GPs, mas não viam as horas de treinos físicos, treinamentos em Maranello para desenvolver o carro que se iniciavam de manhã e iam, por vezes, até o pôr do sol, literalmente. Esse é um caso de alguém que tinha um talento muito alto, além de um trabalhador fora de série, que passou a ganhar mais respeito do espectador médio, quando se retirou das pistas. Coisas estranhas da vida.Um outro piloto que paga por isso é Lewis Hamilton. É o argumento preferido das pessoas que desaprovam seu modo de viver a vida. As acusações são as mais variadas possíveis para tentar diminuí-lo. “Com esse carro, até o Mazepin”, “nunca teve concorrentes”, “correu sozinho sempre”. Oras, façam-me o favor.Que culpa o piloto tem se ‘um tal de Ron Dennis’ bateu o olho e pensou “tem algo de especial aqui” e passou a apoiar sua carreira? Qual o problema? Enfim.O argumento de “não teve concorrentes”, é o mais raso de todos. Ele teve que disputar “apenas” com Kimi Raikkonen e Fernando Alonso em sua temporada de estreia. Que pressão! E quase venceu. A lista de pilotos com os quais bateu de frente, é grande. Além de Kimi e Fernando, já citados, temos Vettel, Button, Rosberg e o próprio Schumacher, para ficar só na lista de campeões mundiais. Mas, independente disso tudo, ainda faltava alguma coisa para o inglês. Faltava aquela aquela corrida para chamar de “sua”. Aquele feito que os grandes da história têm. Faltava. Agora não falta mais nada.O que se viu no final de semana do GP de São Paulo, em interlagos, foi uma aula de determinação, luta, garra e vontade. Foram tantos feitos que ficaria até amanhã redigindo esse texto.Tudo deu errado para ele nesse final de semana. Desqualificação do treino de classificação da Sprint Race, vindo do último lugar. O que ele fez? Resolveu que era a sua hora. O seu momento. Guiou como um alucinado, no limite por todo o tempo. Se colocou de volta para o GP de domingo de uma maneira “bruta”. Mas, ainda havia problemas para tratar. Tinha a perda de mais cinco posições no grid para o GP por troca de componente da unidade de potência. Só que a “mini-corrida de sábado” deu uma carga de ânimo. O GP que ele fez, esquece. O final de semana que ele fez, está sim na história. O resto, é resto. Para mim, faltava algo ao Hamilton. Aquele detalhe para falar “ah sim, ele é um dos melhores da história”. É até estranho, dado os números do inglês, mas confesso que tinha essa impressão. Faltava aquele detalhe, a cereja do bolo.Depois desse final de semana, só me resta, como fã de automobilismo e de F1, uma coisa: o aplaudir de pé.E eu que achava que a temporada estava decidida em favor de Verstappen, vou ter que aguardar mais. E com muito mais empolgação pelo campeonato, que já era dos melhores. Não tem nada decidido. Lewis Hamilton passou um recado muito claro no último final de semana, meio que no estilo Cristiano Ronaldo: “Eu ainda estou aqui. E estou melhor do que nunca”.

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