(por Vinícius Freitas)No último jogo entre Dallas Mavericks e Los Angeles Clippers, (com certeza um dos melhores dos últimos tempos por sinal), boa parte dos espectadores devem ter notado um abraço respeitoso e uma conversa amistosa entre o pivô do time californiano, Montrezl Harrell, e o craque da franquia texana, Luka Doncic, antes do início do quarto embate da primeira rodada das equipes.Os dois jogadores haviam se estranhado calorosamente no jogo anterior, onde trocaram insultos, com Harrell tecendo comentários xenofóbicos segundo as mídias especializadas, e Doncic falando para o pivô parar de cavar faltas, tudo isso logo no começo do embate, com os dois quase chegando às vias de fato. Harrell pediu desculpas a Doncic e mostrou respeito e admiração pelo jovem jogador, que aceitou o pedido sem nenhum tipo de resistência ou ironia, com a ação não afetando o estilo de jogo de nenhum dos dois, que voltaram a jogar normalmente, cada um no seu estilo.Particularmente acho totalmente válido o uso do “trash talk” e de provocações, desde que não comprometam o espetáculo partindo para a agressão ou com lances desleais, visando lesionar o adversário. Muitos jogadores utilizam a estratégia da provocação para desestabilizar os adversários, como Draymond Green e Patrick Beverley sendo ótimos exemplos. Apesar de ser muito intenso em suas “comemorações” ao pontuar com enterradas ou utilizando o físico, Harrell nunca fui um jogador considerado encrenqueiro ou falastrão, e esse desentendimento com Doncic parece ter de alguma forma afetado o jogador, que apesar de ter alcançado 50% nos arremessos, fez apenas 2 pontos e se dedicou com mais afinco na defesa, mudando suas características e deixando de ser uma das referências ofensivas do time junto com Lou Williams.Assim como nós da Playmaker Brasil já criticamos atitudes infelizes, como o caso de Marcus Morris com Jae Crowder, alegando que o jogador atuava como uma mulher, inferiorizando o gênero feminino, devemos exaltar atitudes como a da última noite, mostrando que mesmo em momentos de angústia, raiva e frustração, independente de qual lado seja, o basquetebol é maior que isso e sempre será lembrado pelas cestas feitas no estouro do cronômetro, os dribles desconcertantes e as enterradas viscerais que ficarão sempre guardadas na memória dos amantes do esporte.
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