(por Matheus Correia)O dilema da Velha Senhora na temporada 2021/22 vai além do que acontece em campo. Buscando a fórmula do sucesso europeu desde 1996, a Juventus recentemente trouxe um dos maiores jogadores da história do futebol para guiá-los ao triunfo; algo que, de certa forma, não aconteceu.Sim, sabemos que a equipe venceu nove dos últimos dez campeonatos italianos, dois deles com CR7. Mas assim como o Paris Saint-Germain não adquiriu Messi para ganhar o Campeonato Francês, a Juventus comprou Cristiano Ronaldo para conquistar o tão sonhado título da Champions League. A aposta acabou não atingindo seu objetivo final, e Ronaldo já se encontra em outros mares. Agora, a equipe parece ainda estar em busca de uma nova fórmula, um novo estilo, que até o momento, demonstrou pouco sucesso.A temporada de 2020/21 definitivamente foi abaixo do esperado para a Velha Senhora. Quarto lugar no Campeonato Italiano, eliminada nas oitavas-de-final da Champions League para o Porto e a conquista de prêmios de “consolação” que podem ser representados pela Coppa Italia e Supercoppa Italiana.Outra aposta que não teve sucesso foi Andrea Pirlo. O técnico escalou o time em 4-4-2 com pouquíssima criatividade e muita dependência de Cristiano. Em contrapartida, as primeiras partidas de Massimiliano Alegri sob o comando da Juve mostram no mínimo, um pouco de variação tática. Além disso, ficou nítido que a nova referência da equipe pós-Ronaldo se chama Federico Chiesa. Na última partida pelo Campeonato Italiano, contra o Empoli, Chiesa foi um grande destaque sendo um “lobo solitário” no ataque em meio a uma atuação de pouquíssima criatividade e repertório por parte do restante da equipe.O 4-4-2 continua, mas Allegri mostrou um estilo de jogo mais compacto e pouco focado nas pontas. Até o momento, o time titular se desenha da seguinte forma: Szczesny, Cuadrado, De Ligt, Bonucci, e Alex Sandro; Danilo/Locatelli de volante, Bentacur e Rabiot como meias abertos e McKennie/Dybala como meia-atacante. Dybala também pode fazer a função de atacante, disputando posição com Moise Kean e Morata. E claro, Chiesa é o segundo homem a compor a linha de frente do ataque.O início ruim e desorganizado no Campeonato Italiano demonstra que ainda há muito trabalho a ser feito. Entre as contratações, Locatelli definitivamente é quem pode fazer uma grande diferença; Moise Kean e Kaio Jorge dificilmente terão um impacto significativo no estilo de jogo ou na forma do time. Não à toa, Allegri se demonstrou descontente com o desempenho da equipe na janela de transferências.Para piorar a situação, a Juve se encontra em um difícil grupo na Champions League, composto por Chelsea, Zenit e Malmö. Não será surpreendente se a equipe ficar fora da classificação para o mata-mata, levando em conta a atual forma do Zenit e claro, a qualidade do Chelsea.Caso a Juventus queira conquistar algo nesta temporada, vai ter que trabalhar mais do que trabalhou nos últimos 10 anos. Se antes o título do italiano era quase “certo” antes mesmo da temporada iniciar, agora a Velha Senhora possui menos perspectiva de sucesso do que pelo menos cinco clubes (Napoli, Roma, Milan, Internazionale e Atalanta) na tabela.Se o processo de reformulação do onze inicial demorar, é de se esperar dificuldade em conseguir uma boa colocação até mesmo no Campeonato Italiano, e o sufoco que a equipe passou para a Empoli é a prova disso.
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