(por Jefferson Castanheira) Como era de se esperar, um jogo espetacular foi o que abriu a série da semifinal da Conferência Oeste da NBA. Utah Jazz e Los Angeles Clippers duelaram de forma elétrica durante os 48 minutos jogados, com destaque para forte postura defensiva de ambas as equipes, principalmente na primeira metade do jogo, e também para a capacidade de ser decisivo de Donovan Mitchell. Foram 45 pontos anotados pelo ala-armador, que em noite de forte semelhança com Dwyane Wade em seus momentos de ápice, explodiu e liderou o Jazz pela vitória – Mas, não pense que ele atuou sozinho para obter a importantíssima vitória.O começo da partida foi completamente defensivo. Ambas as equipes travaram duelos gigantes tanto na defesa do perímetro quanto também nas áreas internas. Rudy Gobert e DeMarcus Cousins tiveram um embate físico digno de pivôs dos anos 90, com várias atuações e postura de defesa sólida debaixo da cesta. Com este fato, os Clippers conseguiram terminar o primeiro quarto liderando a peleja por 25 a 18.LA seguiu na frente no segundo período utilizando os mesmos recursos, freando o pick and roll dinâmico já conhecido e característico de Quinn Snyder. Mas, o problema é que o basquete do Utah Jazz age como uma massa de modelar: Você pode colocá-la em um quadrado, mas ela facilmente pode tomar outras formas inesperadas. E assim foi, apesar de ficar muito tempo atrás no placar contra o time de Los Angeles na primeira metade da partida, os Clippers viram uma postura também já muito conhecida – e criticada – do técnico Tyronn Lue: a falta de pulso para mudar o time.A fórmula da blitz sufocante de Los Angeles funcionou muito bem, mas, após o intervalo, a postura ofensiva do Utah Jazz foi completamente diferente. Apesar de ser um dos times que melhor roda o pick and roll na liga, o time comandado por Quinn Snyder também pode ter outros focos ofensivos e maneiras diferentes de pontuar. Utilizando bem Donovan Mitchell, o Jazz passou a se comportar com o ala-armador sempre batendo pra dentro, atraindo a marcação para ele, que sabia usar sua própria explosão, as vezes deixando gatilhos no perímetro livres, ou se aproveitando mais do bom trabalho de pés de Rudy Gobert, que abria caminho para o Spida Mitchell atuar, cedendo assistências ou passes que rodaram ao redor da cesta antes do arremate. O sistema funcionou e a reação veio, pois o Jazz, que em um momento na partida ficou 14 pontos atrás no placar, abriu até 10 pontos dos Clippers no último período. A reação foi absoluta de um time resiliente e pronto para surpreender quem não se modifica em quadra. O Jazz prefere ser uma metamorfose ambulante do que ser como Tyronn Lue, em cima do muro. Tendo mais o controle ofensivo do jogo, os Clippers tentaram ampliar a área de disparo, buscando desafogar seus ataques internos. Mas, não obtiveram o sucesso que queriam, apesar de chegarem bem próximos do placar nos minutos finais completamente emocionantes. Com três pontos de distância no placar e com 14 segundos para o fim, o LA Clippers conseguiu um rebote defensivo que poderia significar a ida da partida para a prorrogação, mas assim como o sistema de Ty Lue, a posse foi engessada e sem qualquer planejamento. Como Rudy Gobert não tem absolutamente nada com isso, gerou-se um mismatch no último resquício de esperança dos Clippers, que viram Marcus Morris desesperadamente tentar arremessar uma bola do outro lado da Muralha da China. Mas, esse muro no caso era francês, e Rudy Gobert travou o arremesso desequilibrado de Morris, apesar de Los Angeles contar com Kawhi Leonard e Paul George no perímetro, podendo ter uma chance de taticamente de deixa-los livres. Só que isso não aconteceu. Gobert balançou as duas medalhas de Defensive Player of the Year que possui e travou, pela vitória, o alcance dos Clippers de obter um triunfo fora de casa no início dessa série que promete ser eletrizante. Final: Los Angeles Clippers 109 x 122 Utah Jazz Os Clippers saíram derrotados com atuações de destaque para Kawhi Leonard (23 pontos, 7 rebotes), Paul George (20 pontos, 10 rebotes) e Luke Kennard (18 pontos). Porém, essas performances claramente não foram suficientes para parar os donos da casa. Por outro lado, no Box Score, Donovan Mitchell foi o gigantesco nome de Utah com 45 pontos e 5 assistências, seguido de Bojan Bogdanovic com 18 pontos e rebotes e Jordan Clarkson, que vindo do banco, castigou do perímetro com também 18 pontos anotados. Rudy Gobert terminou a noite com double-double de 10 pontos e 12 rebotes, além de dois tocos, incluindo o “clutch” da partida.O jogo 2 da série acontece também na casa do Jazz, na próxima quinta-feira (10), às 23h, horário de Brasilia.
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