merlin 2872935.7
NBA

Jazz confirma favoritismo e fecha a série em 4-1 com ‘Spida’ mostrando que está pronto para voos mais altos

(por Sérgio Viana) Jazz e Grizzlies vieram para o decisivo jogo 5, o chamado “win ou go home” para Memphis, com o que seus treinadores tinham de melhor. O time de Salt Lake City começou o jogo em outra rotação e repetindo o que fez dele a sensação da temporada regular, rodando muito a bola para proporcionar os ‘wide opens’ para 3 pontos. Funcionou muito bem, tanto que com menos de 4 minutos jogados o placar já apontava 16-7, obrigando Jenkins a parar a partida.Os times voltaram e a tônica permaneceu a mesma, tanto que menos de dois minutos depois Jenkins precisou parar o jogo de novo, com uma corrida de 12-5, o placar já apontava 28 a 12 com indecentes 6-8 do perímetro. Nada que Memphis arriscava, dava certo, somente Dillon Brooks tentava manter o time no jogo, mas, com uma movimentação de bola muito rápida e bem treinada, a diferença só aumentava. Destaque para o impacto que Royce O’Neal tem nesse elenco, ele definitivamente foi um dos acertos de Snyder nesta temporada. O Jazz estava tão à vontade no jogo, que mesmo com a entrada de Ingles, Niang e Clarkson, o time não diminuiu a rotação e, com uma bola no estouro do cronômetro, Mike Conley deu números finais ao primeiro período com o placar em 47-27.Na boa, um time que precisa ganhar para não voltar para casa, não pode tomar 47 pontos no primeiro período, indo com uma diferença de 20 pontos para o quarto seguinte, levando 9 bolas de 3. Mérito total do Jazz.O segundo período começou com Memphis querendo equilibrar as ações e aproveitar o descanso do “Spida”, que jogou somente seis minutos no primeiro período. Não conseguiu. Com quatro minutos jogados a vantagem ao invés de diminuir já estava em 22 pontos, com Mitchell querendo jogo. Na primeira parada, com o relógio marcando 05:10 para encerrar o período, o Jazz vencia por 60-39 com extrema facilidade.A única emoção do quarto parecia ser um duelo particular entre Brooks e Mitchell. Spida mostrou quem manda chutando uma bola mais que contestada em cima dele, com pouco menos de um minuto para encerrar o período. Logo depois, no estouro do cronômetro, mais uma bela bola, dessa vez mais que contestado por Valanciunas e, parafraseando Everaldo Marques, “bingo!”, para dar números finais à primeira metade do jogo: 75-51. Confesso que se não fosse escrever sobre esse jogo teria ido dormir, pois a partida nesta altura estava mais que resolvida. Será?Mike Conley não voltou do vestiário com um desconforto na coxa, provavelmente para não expor em jogo praticamente resolvido. O jogo retornou do intervalo na mesma batida, com Jazz distribuindo muito bem as jogadas e seus jogadores com a mão quente. Com três minutos, Jenkins parou de novo o jogo, por que o time realmente não conseguia agredir o Jazz, parou para esfriar o ímpeto e não deixar o placar desgarrar ainda mais, já que a parcial estava 5-2.Memphis seguia entregue, mais de seis minutos sem marcar um único ponto. Faltando pouco mais de cinco minutos o placar estava 91-60 e uma parcial de 16-9 no período. Vaca mais que deitada para alegria do Zé Boquinha. Reservas em quadra e mesmo ritmo do Jazz, Grizzlies mal, com o elenco de apoio devendo muito, Kyle Anderson, JJJ, Allen e Melton devendo. Parcial de 31-25 no período, 106-76, trinta pontos no lombo e eu aqui no dever de ofício. Faltava pouco.O último período começou com o “respiro do defunto”, Memphis encaixou uma corrida de 7-2 com pouco mais de dois minutos e Snyder parou o jogo para evitar qualquer surpresa. Jazz em ritmo de churrasco no último período, com pouco mais de seis minutos no relógio, Snyder parou de novo porque a parcial de 19-11 do Grizz trouxe a diferença para “perigosos” 22 pontos. Os caras querem derrubar meu texto, só pode.Faltando 2:47, Jazz com mais de 20 pontos de frente e a galera na Dance Cam no ginásio. ‘Garbage Time’ com 2:17 e o elenco sai de quadra ovacionado pela torcida de forma totalmente merecida. Final: Memphis Grizzlies 110 x 126 Utah Jazz   Grande partida do Jazz, com destaque para Donovan Mitchell com dígito duplo, 30 pontos e 10 assistências com 11-16 em arremessos de quadra. Jordan Clarkson, o melhor sexto homem da temporada, vindo mais uma vez do banco, e aproveitando os minutos a mais por conta da ausência de Conley no segundo tempo, contribuiu com 24 pontos em 9-20 arremessos. Destaque também para Rudy Gobert, com duplo-duplo de 23 pontos e 15 rebotes.Pelo lado dos Grizzlies, Dillon Brooks e Ja Morant com 27 pontos cada e exatamente os mesmos 40 minutos em quadra lideraram a jovem e valente equipe de Memphis. O time do Tennessee não tem do que reclamar da temporada 20/21. Foi muito bem no play-in, eliminando Spurs e Warriors, e em alguns momentos chegou a ameaçar o Jazz, mas é um time muito jovem, sem rodagem, somente Valanciunas tinha alguma experiência de playoffs.Tem uma boa base com um potencial jogador da franquia no elenco, Ja Morant mostrou personalidade e potencial para isso. Se melhorar o seu chute do perímetro tem condições para confirmar o prognóstico de extra classe. Dillon Brooks cresceu demais de produção, é um jogador que entrega dos dois lados da quadra e, se controlar seu emocional, pode contribuir mais. Triplo J precisa jogar uma temporada inteira saudável para vermos seu real potencial. Grayson Allen, Desmond Bane, enfim, o ótimo treinador Taylor Jenkins, com alguns ajustes e um pouco de ousadia na free agency, Memphis poderá ter um time ainda mais competitivo na próxima temporada.O Jazz consegue confirmar seu amplo favoritismo na série, mesmo tendo dado um susto em sua torcida na partida de estreia. A melhor notícia é que a equipe reencontrou de verdade aquele basquete da temporada regular, que encantou e surpreendeu os fãs da bola laranja. Mitchell mostrou que está plenamente recuperado técnica e fisicamente, e querendo jogo. O ponto de atenção é a contusão de Conley, que saiu com uma fisgada na coxa. Se foi somente por precaução, ótimo, se desfalcar o Jazz é uma peça que no atual elenco não tem substituição.Com esse cenário, um elenco saudável e completo, vejo o Jazz favorito em um confronto de 7 jogos contra Mavs ou Clippers. Me cobrem depois.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *