Futebol

It’s coming Rome! Itália busca empate e conquista a Euro nos pênaltis com o brilho de Donnarumma 

(por Rafael Lima) A Eurocopa de grande nível técnico e jogos memoráveis chegou à final. Frente a frente a Itália, tetracampeã mundial e campeã europeia em 1968, e a Inglaterra, que conquistou a Copa do Mundo de 1966 e, depois disso, nunca mais teve conquistas importantes. A Seleção Italiana surpreendeu com futebol ofensivo e plástico, indo contra as suas características históricas. Enquanto isso, a Inglaterra vive uma de suas melhores gerações em todos os tempos. Tradição, importância histórica e duas das melhores seleções que Itália e Inglaterra já produziram eram os principais ingredientes que faziam dessa decisão um jogo muito especial.  Gol relâmpago e domínio inglêsO início do jogo foi dos sonhos para a Inglaterra. Aos dois minutos, Trippier recebeu lindo lançamento de Harry Kane, esperou conscientemente a chegada de Luke Shaw e cruzou para o lateral esquerdo bater de primeira e fazer um golaço. Wembley explodia de alegria!Após o gol o jogo deu uma acalmada. A Itália ficava mais com a bola, porém, não conseguia ser efetiva na criação, já que a marcação inglesa era intensa. Com a bola o “English Team”, apesar de também não conseguir criar muito, apostava nas jogadas pelas pontas, mas a defesa italiana estava bem postada.Chegando aos 30 minutos, tirando o gol, a decisão não teve nenhuma jogada de perigo. Aos 34’ Chiesa foi na base da raça e da técnica avançando pelo meio e batendo com força, numa bola que passou muito perto. Essa foi a melhor chance da Itália até então. Os italianos seguiram rondando a área inglesa, mas não criaram mais nada com perigo, sendo presas fáceis para a defesa do “time da casa”. Assim, as equipes foram para o intervalo com a vantagem mínima para a Inglaterra.  Pressão italiana e empate na marraO jogo voltou mais aberto no início do segundo tempo, primeiro Sterling reclamou de um pênalti para os ingleses e depois Insigne bateu uma falta com muito perigo aos cinco minutos da etapa complementar. Aos 11 minutos a Itália chegou de novo, Chiesa arrancou pela esquerda, cruzou rasteiro para Insigne dominar e finalizar da pequena área para a ótima defesa de Pickford. A Itália passou a pressionar ainda mais, jogando no campo da Inglaterra o tempo todo, mas os ingleses “estacionaram um ônibus” na frente da área e seguraram o ataque da Azzurra. Porém, quando a defesa não afastava, Pickford aparecia. Numa bela jogada, Chiesa conseguiu limpar e bater muito bem, no canto, mas o goleiro inglês foi buscar de forma fantástica. Aos 23 minutos, depois de tanto martelar, um escanteio batido da direita, Cristante desviou de cabeça, Verratti tentou completar de peixinho, a bola bateu em Pickford e na trave e voltou para Bonucci fazer o gol de empate. Tudo igual na decisão da Euro. Merecidamente!Aos 27 minutos, quase aconteceu a virada. Bonucci descolou um lançamento do campo de defesa e Berardi ganhou na velocidade e finalizou por cima, na frente do goleiro Pickford. A Itália era bem melhor em campo a essa altura. Aos 35 minutos, Chiesa, que vinha sendo o melhor jogador em campo, caiu e acabou sentindo o tornozelo num lance de jogo. Uma fatalidade que ajudou demais o English Team. Ele tentou continuar, mas acabou saindo aos 40’ para a entrada de Bernardeschi. Daí para a frente o duelo ficou amarrado e não aconteceram mais chances de perigo, deixando a decisão na prorrogação.  A perna pesa, o respeito impera e a decisão vai para os pênaltisNo tempo-extra o jogo ficou morno, muito preso no meio de campo. A primeira chance foi num chute bastante perigoso de fora da área de Phillips, que passou muito perto. A Itália, que pouco chegava, teve uma chance de ouro aos 12 minutos. Émerson Palmieri ganhou de Walker e cruzou, Bernardeschi passou pela bola dividindo com Pickford e Belotti pegou o rebote mascado chutando para fora. No primeiro minuto do segundo tempo da prorrogação uma falta para a Itália assustou o goleiro Pickford, que teve que defender em dois tempos a bomba de Bernardeschi. Após isso, a Seleção Italiana montou um forte ferrolho defensivo e a Inglaterra, mesmo com a bola, não conseguia criar chances claras de gol. Os dois times, nitidamente cansados, não foram mais agressivos e aceitaram os pênaltis.  Mesmo com Pickford inspirado, Itália vence com brilho de DonnarummaBerardi e Kane abriram as cobranças com duas batidas perfeitas. Na sequência Belotti bateu mal, telegrafou, e Pickford fez a defesa. McGuire bateu o segundo da Inglaterra de forma perfeita, sem chances para Donnarumma. 2 a 1.Depois foi a vez de Bonucci igualar para a Itália batendo bem. E, para completar a alegria italiana, Rashford deslocou o goleiro, mas chutou no pé da trave. Tudo continuou igual. Bernardeschi bateu rasteiro e no meio, mas colocou a Itália na frente. Sancho deu paradinha e bateu mal, dando nas mãos de Donnarumma. A Itália estava a um gol de conquistar o título. Só que Jorginho telegrafou e bateu fraco para Pickford manter o sonho inglês vivo. Porém, Saka bateu mal e Donnarumma defendeu para dar o título para os italianos numa final espetacular.  Final: Itália 1 (3) x (2) 1 Inglaterra  Fim emocionante de uma Eurocopa fantástica que demonstrou o alto nível técnico das seleções europeias. Venceu a equipe que demonstrou o melhor futebol ao longo da competição, uma Itália diferente do convencional, atuando de forma insinuante com jogadores habilidosos como Chiesa e Insigne, modernos como Jorginho e Verratti, além dos experientes e seguros Bonucci e Chiellini, comandados pelo excelente Roberto Mancini. Os italianos fazem história, garantem sua segunda Euro, 53 anos depois, e se colocam entre os favoritos para a próxima Copa do Mundo.Falando no Mundial, a Inglaterra, apesar do vice-campeonato, mostrou que sua geração é muito forte e tem condições de competir contra qualquer seleção do mundo, com jogadores jovens e habilidosos, que também merecem elogios. A Eurocopa termina com uma certeza: o futebol ganhou com a competição. 

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