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Futebol

Histórico! Com disputa de pênaltis emocionante, Villarreal bate o Manchester United e vence a Liga Europa

(por Matheus Correia)  Villarreal e Manchester United se enfrentaram em Gdansk, na Polônia, para decidir o campeão da Liga Europa. A equipe inglesa, que não conquista um título desde 2017 (sendo este a própria Liga Europa), teve uma das melhores temporadas desde a saída de Alex Ferguson, e buscava o primeiro título sob o comando do norueguês Ole Gunnar Solskjaer. Já os espanhóis, pela primeira vez na final de uma competição europeia, tinham à frente provavelmente a partida mais importante da história do clube. Sob o comando do “Mr. Europa League”, Unai Emery, e com a estrela de um ídolo brilhando, os submarinos amarelos fizeram história de maneira épica. Os dez minutos iniciais não foram de grandes acontecimentos, com o Villarreal jogando mais recuado, algo diferente do que foi visto contra o Arsenal nas semifinais. O United pressionava a saída de bola adversária, conseguia destruir as jogadas de construção dos espanhóis e ficava com a posse. A equipe de Unai Emery começou a sair mais para a partida a partir dos 20 minutos de jogo, tentando pegar a defesa desprevenida com jogadas de contra-ataque. O primeiro tempo apagado de Bruno Fernandes, que foi muito bem marcado, obrigou o Manchester a tentar bolas longas pelo lado.  Mesmo com os Red Devils dominando, o Villarreal foi letal e soube aproveitar a oportunidade, abrindo o placar aos 29 minutos. Uma falta longa, cobrada por Dani Parejo, que mandou a bola na área e viu o artilheiro Gerard Moreno se desmarcar de Victor Lindelof e finalizar por cima de De Gea. Foi o primeiro gol da história dos espanhóis em uma final de competição europeia, e ninguém melhor que o principal jogador da equipe na temporada para marcar. Os ingleses passaram a ter grande dificuldade para construir jogadas, jogando com pouco espaço e sem sucesso nas triangulações. A equipe teve uma grande chance nos acréscimos, após cruzamento de Greenwood. Uma bola forte, que pegou nos “países baixos” de Albiol, indo em direção ao gol, mas encontrando o argentino Rulli para defesa. A boa marcação e a forma menos “agressiva” de jogar foi uma das principais razões do bom placar do Villarreal ao fim do primeiro tempo. Sem mudanças por parte de ambas as equipes, o segundo tempo começou de forma tensa para os ingleses que viram o Villarreal criar uma grande chance logo no início, com a bola sobrando na área e Bacca tentando a finalização mesmo caído. Mas, foi uma das poucas jogadas ofensivas dos espanhóis na segunda etapa, que viram sua tranquilidade ir por água abaixo aos 55 minutos. Em escanteio cobrado por Luke Shaw, a bola foi afasta pela defesa espanhola, sobrando nos pés de Rashford na entrada da área. Livre de marcação, ele finalizou rasteiro contra uma barreira de jogadores dentro da área. A bola foi desviada, e acabou sobrando nos pés de Cavani. Matador e oportunista, o uruguaio fez o movimento na hora certa correndo contrário ao gol, ficando em posição legal e completando para o fundo da rede com Rulli já caído no chão. 1 a 1. O United passou a dominar o jogo novamente após o gol de empate, buscando levar a bola para os lados com bastante velocidade e intensidade. Rashford perdeu uma chance inacreditável após cruzamento de Bruno Fernandes, mas o meia se encontrava em posição ilegal. Luke Shaw fez uma finta espetacular em cima de Capoué, deixando o marcador no chão, levando a bola para dentro da área e finalizando colocado. Mas o chute foi ruim, e acabou sobrando para Cavani que tentou surpreender Rulli com um cabeceio, que acabou parando no zagueiro Pau Torres.  A entrada de Coquelin, um volante, no lugar do centroavente Carlos Bacca foi um bom exemplo do jogo retrancado que o Villarreal fez após levar o gol de empate. Foram apenas três finalizações no segundo tempo, contra dez do United. Com o gol da virada se desenhando, Unai Emery resolveu dar mais dinamismo à sua equipe novamente, colocando Moi Gómez no lugar de Trigueiros e substituindo os dois laterais, Foyth e Pedraza, para entrada de Gaspar e Alberto Moreno. O restante do segundo tempo foi tenso e disputado, com o Villarreal tendo uma boa chance nos acréscimos com Pau Torres, que teve a posse dentro da área adversária, mas optou por um chute colocado, passando longe do gol de De Gea e levando seu treinador à loucura. O tempo regulamentar chegou ao fim, e a prorrogação teve início com a saída de bola para os Red Devils. O Villarreal mudou a postura e foi quem teve mais posse na primeira etapa do tempo extra, chegando muito mais vezes ao ataque, diferente da equipe de Manchester, que teve dificuldades na saída de bola. Solskjaer fez a primeira substituição na partida ao sacar Greenwood para a entrada do brasileiro Fred. A tensão continuou no segundo tempo, com nenhum dos times procurando se expor de forma desnecessária. Os espanhóis chegavam bem, mas Fred e McTominay demonstraram uma excelente capacidade no desarme, destruindo as jogadas adversárias.  Os minutos finais foram marcados por paradas no relógio por conta de lesões, com Luke Shaw, Rashford e McTominay ficando por bastante tempo caídos no chão. Um a um no placar, e o jogo foi para as penalidades máximas. Visando as cobranças, Solskjaer sacou McTominay e Wan-Bissaka para as entradas de Juan Mata e Alex Telles. Pelo Villarreal, Dani Raba entrou no lugar de Capoué. Resultado: Villarreal 1 – 1 Manchester United  Esse jogaço emocionante acabou nos pênaltis. Primeira cobrança do artilheiro e autor do gol do Villarreal, finalizando com tranquilidade no canto direito de De Gea, que caiu cedo para o lado esquerdo. 1 – 0. Juan Mata iniciou as cobranças do United e de forma espetacular, com uma ótima cobrança alta no canto direito, com Rulli acompanhando, mas não conseguindo encostar na bola. 1 – 1. De forma quase idêntica à Moreno, Dani Raba bateu rasteiro na direita deslocando De Gea. 2 – 1. Alex Telles finalizou forte no lado direito de Rulli, que pulou para a direita. 2 – 2. Paco Alcácer teve frieza ao finalizar rasteiro no canto direito, e De Gea chegou a tocar na bola, que acabou entrando para o gol. 3 – 2. Em outra cobrança quase idêntica, Bruno Fernandes bateu no canto direito de Rulli e o argentino encostou na bola, mas não o suficiente para jogar para o lado. 3 – 3. Alberto Moreno cobrou de forma excelente no limite do canto esquerdo de De Gea, que pulou no lado certo, mas não conseguiu chegar na bola. 4 – 3. Rashford caminhou de forma tranquila em direção à cal, esperando a movimentação de Rulli e virando o pé na última hora, jogando a bola no canto direito. 4 – 4. Parejo também converteu, colocando toda a pressão em cima de Cavani, último cobrador antes das alternadas. 5 – 4. Herói no tempo regulamentar, o uruguaio não fez feio e jogou a bola na bochecha da rede. 5 – 5. Moi Gómez finalizou forte no meio do gol, com De Gea definindo o canto muito antes da cobrança. 6 – 5. Fred fez uma excelente cobrança no canto esquerdo, com força e rasteiro, sem chances para Rulli. 6 – 6.  Albiol deslocou De Gea com facilidade e fez jus ao posto de capitão da equipe. 7 – 6. Daniel James continuou com o aproveitamento absurdo e mandou a bola em meia altura com tranquilidade. 7 – 7. Na provável melhor cobrança da disputa, Coquelin jogou a bola no ângulo esquerdo de De Gea, com grande tranquilidade. 8 – 7. O coração do torcedor inglês foi para a boca na cobrança de Luke Shaw. Cobrança rasteira, Rulli conseguiu desviar e a bola subiu, para o fundo da rede. 8 – 8. Mario Gaspar cobrou forte no meio, e a bola chegou a tocar na ponta da luva do goleiro espanhol. 9 – 8. O jovem zagueiro Tuanzebe demonstrou surpreendente calma na cobrança, mantendo o surreal aproveitamento. 9 – 9. Mesmo para um zagueiro, Pau Torres demonstrou uma tranquilidade absurda. Cobrança alta no canto direito. 10 – 9. Lindelof foi o vigésimo cobrador, e de forma épica, o vigésimo pênalti foi convertido. 10 – 10. Foi a vez de Rulli enfrentar De Gea, e o argentino finalizou como um centroavante: cobrança alta e forte, 11 – 10. De Gea foi o vigésimo segundo cobrador e, visivelmente nervoso, cobrou mal, fraco e no canto esquerdo de Rulli, que fez a defesa mais importante da história do Villareal.  Placar nos pênaltis: Villarreal 11 – 10 Manchester United Uma conquista de forma surreal, épica e emocionante para os submarinos amarelos. Os jogadores, mesmo diante de toda a pressão, foram perfeitos nas cobranças de pênalti. Não apenas a primeira conquista de uma competição europeia, como o maior título da história da equipe. Unai Emery, o “Mr. Europa League”, conquistou seu quarto título na competição, mostrando que é muito mais que um “fracasso”, como foi visto no Arsenal, fazendo história no comando da equipe espanhola. Gerard Moreno foi importante quando precisou e provavelmente crava seu nome como um ídolo ainda maior dentro do clube. Mais do que merecido, o Villarreal coroa uma boa temporada no que provavelmente é o maior ponto alto em toda existência da equipe. Além do título, o time conquista uma vaga na próxima UEFA Champions League. Os pênaltis pareciam não acabar nunca, e a torcida presente em Gdansk, mesmo em menor número, comemorou em um tom como se estivesse no Estádio de la Cerámica, lotado, quando Rulli defendeu a cobrança de De Gea. Parabéns, Villarreal!  

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