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A história por trás do sneaker da Nike banido pela NBA – O “Black and Red Air Jordan 1”

(por Vanessa Monte Bello) Se existe algo que está sempre na mídia é a vida e a rotina dos famosos, sejam eles jogadores de futebol, basquete, cantores, atrizes e atores, enfim, mas existe um item lendário que se tornou mais famoso do que muita gente por aí, e olha que ele já tem 30 anos de história! Estamos falando do AIR JORDAN 1 – o primeiro dessa história de sucesso que perdura até os dias atuais e, acreditem, quando mais um sneaker da linha Air Jordan é lançado, as filas são imensas nas portas das lojas formadas pelos “sneakers fans” que fazem quase de tudo ou simplesmente TUDO o que podem pra adquirirem mais um par para suas coleções!Mas, nesses tempos em que um dos assuntos mais falados é a série do Netflix “The Last Dance” que conta a trajetória de Jordan desde o basquete universitário até a sua ascensão ao estrelado no Chicago Bulls de forma extraordinária, por que não falarmos da história desse sneaker criado para Michael e que foi proibido pela NBA?Se espantou? Sim, essa história é verdadeira. Vou te contar um pouquinho sobre ela.Bom antes de mais nada, sim, as pessoas usavam tênis antes de 1985, porém, quando houve o lançamento do Air Jordan 1 original em preto e vermelho naquele ano a história de como os tênis seriam consumidos, visualizados e comercializados foi totalmente modificada.Michael Jordan, seu homônimo, o então calouro do Chicago Bulls estava apenas no começo de uma história onde ele se tornaria o melhor jogador de basquete de todos os tempos, juntamente com isso, seus tênis criaram uma cultura do uso desse calçado algo dominante pros próximos anos, incluindo os dias de hoje! Apesar de toda essa história comovente de fundo, não foi somente isso que fez esse modelo conquistar o coração de todos, mas também sua ótima aparência, afinal, naquela época, não haviam muitos sapatos no mercado que fossem tão estilosos como eles eram. O bico era fino, mas largo ao mesmo tempo e arqueava dramaticamente na língua fluindo como algo em movimento pro tornozelo. Poético não? Mas, mais revolucionárias ainda foram as cores e por isso houve o bloqueio do uso desse tênis na liga de basquete americano, afinal, naquela época o que predominavam eram os calçados branco e cinza levando a Notificação sobre o uso do tênis, que não seguia o regimento de uniforme, pois o Air Jordan 1 não tinha branco o suficiente para estar nas quadras.Ao contrário do que muitos pensam, mesmo com a NBA banindo os tênis, nem Michael e muito menos a Nike se mexeram. Jordan continuou dominando os jogos daquela temporada de 1984-85 e pagando uma multa de US$5.000 dólares por jogo. A Nike pagou a conta e, de acordo com Phil Knight valeu a pena, já que ao final da temporada a NBA acabou cedendo, e os tênis enfim puderam ganhar cores.Esse ato de rebelião deu o tom e o legado que a Jordan Brand queria sendo uma empresa de mais de 2 bilhões de dólares hoje. Na época a marca utilizou o fato do tênis ser banido de quadra, tornando ele febre nas ruas, já que a NBA podia apenas proibir seu uso dentro de quadra. Quem não iria querer um tênis proibido? Todo mundo! Mas, afinal, por que a NBA baniu os tênis de Michael Jordan?O principal motivo, como dito anteriormente, foi porque suas cores violavam as regras dos uniformes da liga. A NBA até escreveu uma carta para a Nike explicando que aqueles tênis preto e vermelho eram proibidos, mas a empresa se aproveitou da situação vendo nisso uma oportunidade publicitária gigantesca.Apesar de tudo isso, ainda existia a dúvida: Essa proibição realmente existiu?Não se pode afirmar que sim nem que não, até porque não existem evidências fotográficas de Jordan usando aquele tênis Jordan 1 nessa coloração em um jogo da NBA. Alguns detetives, como o colecionador de Jordan, Marvin Barias, deduziram que Jordan provavelmente usou o Air Ship (um modelo Nike não assinado). Embora hoje em dia se saiba que o Air Ship era o verdadeiro “tênis proibido”, história essa ocultada por mais de 30 anos.Jordan pode não ter usado em jogos reais, mas o usou durante o Slam Dunk Contest em 1985, fazendo com que sua aparição naquele evento aumentasse ainda mais sua tradição deixando os telespectadores eufóricos quando o viram usando seu Jordan 1 preto e vermelho.Quando a série The Last Dance mostrou ao mundo todo o real significado de Michael Jordan, Aaron Goodwin – agente esportivo – compartilhou em seu Twitter as fotos de seu par de Nike Air Ship preto e vermelho de 1984, o que traz um status de grand graal da história dos sneakers que não havia sido visto desde que apareceu nos pés de Jordan nos anos 80, sendo talvez o par de tênis mais premiado do planeta. De acordo com Goodwin, o par foi entregue a Jordan pela Nike e, apesar do intenso interesse nesse par de tênis, o agente não divulgou nenhuma outra informação sobre eles.A história dos Air JordanO Air Jordan tem dezenas de versões com diferentes esquemas de cores, porém, o “proibido” preto com vermelho continua sendo o desejo de todos os consumidores que buscam passar atitude através do que vestem.Desde 1985, a Jordan Brand relançou o tênis cinco vezes desde o seu lançamento inicial. Em 1994, foi seu 10º aniversário que é óbvio que contou com um novo modelo do Air Jordan 1, juntamente com o II e o III para comemorar a marca, mas o mercado por algum motivo não estava pronto pra isso e suas vendas não foram tão boas. Alguns consumidores foram ouvidos e a queixa era que o modelo não era idêntico ao original, disseram que o corte do padrão de design não era o mesmo, nem seu logotipo “Nike Air”. Para os mais exigentes, o material do calçado também não era mais o mesmo, predominantemente de couro, para a reedição a Nike quis trocar o material do swoosh pro nobuck vermelho. Isso foi uma mudança indesejável para os fãs.No início dos anos 2000 a cultura retrô estava em alta e isso fez com que a Jordan Brand assumisse oficialmente o controle desse modelo e essa tendência segue até hoje pelos “Jordan maníacos”.Os primeiros consumidores cresceram juntamente com a marca, vendo a evolução de Jordan, cada jogo era um espetáculo diferente, e lá estavam eles, nos pés do grande astro, um pedaço da história. Naquele ano, a Nike lançou o Air Jordan 1 em várias cores, cada uma com uma edição limitada tendo uma etiqueta numerada na língua de cada um. Do preto com vermelho foram produzidos apenas 38.345 pares que traziam consigo um “Retro Card” que explicava a importância do 1 para a herança da marca Jordan, juntamente com um “Jumpman” cromado que era conectado pelos ilhós do tênis.Em 2001, o produto retrô começou a decolar novamente e então a fabricação dele continuou. Em 2009, em comemoração ao recorde de Jordan, que anotou 63 pontos em cima do Boston Celtics, a Nike lançou um outro modelo em homenagem, isso foi depois de 8 anos com um esquema chamado “Pacote de Momentos Definidos” celebrando aquela noite histórica para os Bulls. Nesse pacote também havia um modelo nas cores preto e verde e branco, mas segundo relatos esse foi considerado um dos piores retrocessos da Air Jordan 1. Os consumidores reclamaram da qualidade do material, a marca aparecia num logotipo de Jumpman no calcanhar e uma etiqueta com o logotipo Jumpman com “air” escrito por baixo, não fez juz ao original.A Nike lançou no verão de 2011 uma nova versão do preto e vermelho adotando a atitude “banida” tendo um “X” adicionado no calcanhar que fazia alusão ao X vermelho nos pés de Michael durante o primeiro comercial do Air Jordan 1, custando cerca de U$1.000 dólares o par. Se não fosse por esse ponto, o calçado dificilmente seria distinguível do calçado de 1984, deixando claro que a empresa adicionou uma nova vida ao produto, deixando os tênis melhores ainda do que os da versão anterior, provando que se pode sim adicionar novidades a um produto sem apagar o que o deixa ótimo!Os anos se passaram e as diferenças entre os modelos foram ficando cada vez menores e quase imperceptíveis graças ao programa “Remastered” da Jordan Brand que tem como objetivo relançar os modelos clássicos o mais próximo possível da sua forma original e, desde então, foi a melhor coisa que a Nike fez em 31 anos de história.

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