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Automobilismo

Há ilegalidade na asa traseira da Red Bull? – Opinião

(por Bruno Braz) Muito tem sido falado essa semana sobre a legalidade, ou não, da asa traseira da Red Bull, por se mover demais na reta, para baixo, diminuindo o arrasto. A observação de Hamilton, ao seguir Verstappen por algumas voltas, foi certeira. Imagens onboard mostraram que, de fato, a asa da Red Bull baixa bem mais que a da Mercedes. Agora, temos que analisar um ponto: o trabalho dos engenheiros da Fórmula 1.O objetivo de todos esses profissionais, é ler o regulamento, interpretá-lo e, assim, produzir o melhor carro possível, no limite da margem da regra. Sempre foi assim e será. A asa baixa mais que a da Mercedes? Baixa. Existem testes de resistência para essas asas, conforme especificação da própria FIA? Existem. As asas passaram por esses testes? Passaram. Assim sendo, não há que se discutir se são legais ou não. Foram aprovadas em testes específicos. Se a Red Bull encontrou o limite da regra, mérito deles. Foi o mesmo quando a Brawn GP apareceu com seu difusor duplo. Leram e interpretaram melhor o regulamento que os demais competidores. Simples assim.Em resumo, enquanto não se altera a regra e o carro obedece as normas, passando nos testes obrigatórios, não existe margem para discussões sobre legalidade. Seria o mesmo que baixar a velocidade de uma estrada de 120 km/h para 100 km/h e querer multar todos os motoristas que um dia passaram a 120 km/h, antes da mudança do regulamento. Faz sentido? Não, não faz.Agora, mudar a regra no meio do campeonato, para segurar A ou B, é algo bem questionável. Se a FIA alterar a forma de fazer os testes, com o campeonato em andamento, vai, mais uma vez, atestar que não é, digamos, um exemplo de lisura. A menos que seja algo não previsto em regulamento, você até pode adicionar uma regra, por não ter pensado em uma determinada situação. Mas, se já pensou, criou e homologou tais testes, além de divulgá-las e começar a aplicá-las, só poderia mudar algo nesse sentido para o ano seguinte em um novo campeonato. Foi o caso do DAS da Mercedes. Era um item não pensado. O que fizeram? Vetaram para o ano seguinte, mantendo para o ano corrente. Espero, honestamente, que a FIA tenha o mesmo tipo de conduta para esse caso, mesmo duvidando.

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