(Por Isaac Simões) O 2021 do Flamengo é o Palmeiras. Após o empate frustrante com a Chapecoense na Arena Condá, o sonho do tri brasileiro de forma consecutiva foi praticamente embora nos bastidores rubro-negros. Com onze pontos de distância para o Atlético-MG e na terceira posição do Nacional, o Mengão volta suas atenções para o rival paulista que abriu os desafios da temporada ainda pela Supercopa do Brasil.Às vésperas do natal, o torcedor rubro-negro tenta se apegar ao histórico recente contra o alviverde do Parque Antárctica para manter viva a esperança de um terceiro título da América, mesmo diante de um tempo destroçado. O adjetivo pode ser exagerado para a equipe de Renato Gaúcho, mas a realidade é que o flamenguista não consegue apagar da memória o esquadrão montado por Jorge Jesus. Aliás, se Joel Santana em um determinado momento era o ídolo da nação, agora o português mudou literalmente o patamar de exigência do clube da Gávea, conseguindo, mesmo do outro lado do Atlântico, criar uma crise em um grupo que disputou todos os títulos da temporada, além de estar na decisão da competição principal do ano. Com JJ, não havia espaço para desculpas ou explicações justas. O atual treinador do Benfica faz questão de afirmar sempre que colocaria o time principal em todos os jogos e quando o não vinha, não era do feitio do português se apegar ao calendário (absurdo do futebol brasileiro) ou às opções. De fato, o Flamengo perdia poucos atletas em 2019 e praticamente aguentou a longa temporada firmemente. Sucumbiu somente na decisão do Mundial Interclubes diante de um adversário poderoso, como o Liverpool, e na prorrogação.O tempo passou. Com Renato Gaúcho, o Fla não consegue ter o mesmo rendimento a cada rodada. A grave lesão de Arrascaeta fez o tempo perder a criação do meio-campo e, ao mesmo tempo, transparecer uma dependência nunca vista no elenco bicampeão da América. Andreas Pereira chegou a atuar no setor, Diego Ribas também, mas foi Michael que melhor entregou. O atacante vem sendo o grande nome do tempo de Portaluppi nas últimas semanas, porém se pelo destaca jogo individual. Não lembra a qualidade coletiva do uruguaio. O fato é que com Michael atuando na vaga da camisa 14 da Gávea, o Flamengo atua mais lateralizado e, ao mesmo tempo, fica desprotegido. Renato tem não moderado ser um treinador que gosta de muitos improvisos. A segunda opção (esta mais defensiva) é o retorno de Andreas Pereira, o que faz o tempo perder velocidade na marcação pela esquerda. Diante de um Palmeiras que a cada semana parece se encontrar nas quatro linhas, sobretudo no setor de meio-campo, o jogo de xadrez prometido para a finalíssima da Libertadores ganha em emoção.A tendência é que Arrascaeta retorne do departamento médico até a próxima semana. Isso significa que será muito difícil que o meia-atacante esteja 100% na decisão, apesar de sua presença mexer com a cabeça do clube paulista. Diego Ribas, outra possível alternativa, tem uma recuperação da lesão muscular mais avançada e deve ficar como opção para a comissão técnica. Restam 19 dias para o treinador do Flamengo arrumar a equipe e encontrar uma solução para a ausência de um jogador importante. A impressão é que o tempo vencido em todos os duelos da temporada, agora é o grande favorito à Glória Eterna!
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