20210304 pietrofittipaldi f1 bahrein haas
Automobilismo

Fittipaldi volta à Indy nos ovais de olho na temporada completa de 2022

(por Geferson Kern/colaborador Brasil do IndyCarLatinos.com em texto adaptado de Curt Cavin/IndyCar.com) Pietro Fittipaldi pode nunca ter competido nas 500 Milhas de Indianápolis, mas sabe bem o caminho até o Indianapolis Motor Speedway, casa da prova que é um símbolo da Fórmula Indy. O período que ele passou no autódromo, porém, não foi o ideal.Em maio de 2018, duas semanas antes da Indy 500 daquele ano, na qual ele deveria competir, Fittipaldi bateu forte nos treinos da prova do WEC (Mundial de Endurance) em Spa-Francorchamps, na Bélgica. Seu carro teve uma falha mecânica e bateu forte contra o muro de proteção na temida curva Eau Rouge. Fittipaldi quebrou as duas pernas, com múltiplas fraturas. No dia seguinte à cirurgia, os médicos estimaram que ele não poderia competir por um ano.“Eu me senti extremamente desapontado”, ele relembra.As conexões de Pietro com Indianápolis – onde seu avô Emerson venceu duas vezes as 500 Milhas, prova também disputada por Christian Fittipaldi, sobrinho de Emerson, bem como por Max Papis, tio do próprio Pietro – o colocaram em contato com especialista em cirurgia ortopédica Terry Trammell, que trouxe ele à cidade. Por quase três meses, Fittipaldi viveu com sua mãe num motorhome dentro do Indianapolis Motor Speedway, enquanto fazia sessões diárias de reabilitação.O dr. Trammell e a equipe médica da Indy ajudaram a criar uma cinta de fibra de carbono que permitiu a Pietro voltar a pilotar mais rápido do que ele esperava: no fim de julho, ele estava de volta às pistas. “Não estava 100%”, lembra ele. “Mas, sei que precisava voltar para potencializar minhas chances”. A chance era com a Dale Coyne, que viu o brasileiro nascido em Miami se classificar em décimo para a primeira prova em circuito oval naquele ano, em Phoenix. O retorno dele foi na quinta corrida antes do encerramento do campeonato de 2018, no misto de Mid-Ohio. Fittipaldi claramente não estava à vontade naquelas provas, mas causou boa impressão. Ele terminou em 11º em Gateway, foi nono em Portland e teve uma performance melhor em Sonoma do que seu 16º lugar no resultado final sugere. Ele não estava totalmente de volta ao seu melhor, mas seguia no caminho. “Eu sentia que eu precisava voltar e realmente mostrar às pessoas o que eu podia fazer”, lembra ele. Seu esforço não passou batido. Para 2019, ele conseguiu uma vaga na Audi para a disputa do DTM, o Campeonato Alemão de Turismo. No último ano, ele se juntou à equipe Haas de Fórmula 1 como piloto reserva. Pietro disputou as duas últimas provas da temporada em substituição a Grosjean, seu novo colega na Indy e na Dale Coyne para 2021, enquanto o francês se recuperava das queimaduras sofridas por um grave acidente no Bahrein.Agora, enquanto mantém seu posto na Haas, Fittipaldi assinou com a Dale Coyne/Rick Ware para competir nas quatro provas em circuitos ovais da temporada 2021 da Fórmula Indy. Ainda neste mês, o piloto de 24 anos fará um teste de readaptação no Texas Motor Speedway, que sediará as primeiras provas de oval na temporada, com uma rodada dupla nos dias 1º e 2 de maio. Ele também vai correr nas 500 Milhas de Indianápolis e em Gateway, enquanto Grosjean ocupará o cockpit do carro nas etapas em circuitos mistos.Fittipaldi admite que preferia poder disputar a temporada completa, mas pretende aproveitar a chance. “Sou um cara que corre em qualquer coisa com quatro rodas”, diz Pietro, que tem recebido uma espécie de mentoria do compatriota Tony Kanaan, campeão da IRL em 2004 e da Indy 500 em 2013. “Duas rodas? Talvez não. Quatro rodas? Sem dúvida. Pode ser no gelo ou na terra. Eu corro de tudo”, frisa.O passado dele mostra que é verdade. Em 2011, aos 14 anos, ele venceu um campeonato de late models (tipo de carro que serve como acesso aos stock cars usados na Nascar) no oval de Hickory, na Carolina do Norte. Em 2012, venceu a prova mais importante da temporada na mesma categoria.“Aquilo me ajudou em termos de entender o setup do carro, como a distribuição de peso atua no carro, como ocorre a cambagem dos pneus – basicamente aquilo me ajudou com a mentalidade de circuitos ovais que eu sempre tive comigo”, conta.Fittipaldi não poderia estar mais empolgado com sua volta à Indy, uma categoria em que ele gostaria de estar presente em tempo integral em 2022 se houver a oportunidade. Além de tudo, ele está pronto para competir pela primeira vez no oval de Indianápolis, o que ele já se preparava para fazer em 2018. “Carregar o nome Fittipaldi na pista é um grande privilégio, uma grande honra”, diz ele. “Estou lá para representar toda a família. Quem sabe, talvez vencer a Indy 500. Esse é o objetivo. Esse é o sonho”, encerra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *