mcgregor vs poirier trilogy
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ESQUENTA – UFC 264: POIRIER VS MCGREGOR III

(Por Matheus Morais) A tão esperada trilogia entre Dustin Poirier e Conor McGregor chegou. O UFC 264, neste sábado (10/07), coloca de frente duas das maiores estrelas da divisão peso-leve, em uma T-Mobile Arena lotada de fãs em Las Vegas. O vencedor, além de derrotar um rival por duas vezes, provavelmente será premiado com a chance de disputar o cinturão da categoria contra o brasileiro Charles Oliveira.Na segunda luta principal da noite, outro confronto que tem grandes implicações de título. O brasileiro Gilbert Durinho retorna ao octógono para enfrentar o sempre desafiador Stephen Thompson, em um confronto que possivelmente coloca o vencedor como possível desafiante ao título da categoria meio-médio.O UFC 264 traz ainda outros grandes confrontos. Veja o que esperar desse grande pay-per-view:DUSTIN POIRIER VS CONOR MCGREGOR IIINo dia 27 de setembro de 2014, duas jovens promessas, um americano e o outro irlandês, lutariam no UFC 178 em Las Vegas. O confronto entre eles não era o principal do evento, mas parecia ser. O evento tinha um campeão peso-mosca que anos depois quebraria o recorde de Anderson Silva com maior número de defesas de cinturão, em Demetrious Johnson; tinha Donald Cerrone enfrentando um estreante, vindo do Bellator, que logo se tornaria um dos lutadores mais empolgantes do mundo, em Eddie Alvarez; tinha o temido Yoel Romero com uma vitória eletrizante sobre Tim Kennedy; tinha Amanda Nunes perdendo (pasmem!) para Cat Zingano em uma grande reviravolta; tinha Dominick Cruz retornando após anos de lesões e vencendo de forma espetacular. Mas todos os olhos de Las Vegas estavam naquela luta entre um jovem americano e o outro irlandês.Eles eram, claro, Dustin Poirier e Conor McGregor. Não eram as estrelas que são hoje; não tinham a fama que possuem atualmente. Mas a ascensão de McGregor foi tão meteórica, que naquela época todos já sabiam que ali estava uma futura estrela. Ele já possuía toda a Irlanda lhe apoiando. Em 2013 e 2014, todas as lutas de McGregor tinham uma expectativa que era diferente de tudo o que havíamos visto até então. Era um irlandês, com o apoio de um país inteiro, que desde as primeiras lutas no UFC afirmava que iria dominar a categoria. Naquela noite, o próximo obstáculo de McGregor seria Dustin Poirier, que até então tinha boas vitórias, mas nenhuma havia lhe dado destaque.Na pesagem e na noite da luta, o clima entre ambos foi intenso. McGregor, com aquele estilo provocador que cria uma verdadeira guerra mental contra seus adversários. As provocações entraram na mente de Poirier, que durante toda a semana da luta e na luta em si estava claramente furioso com o irlandês.Sobre a luta em si, pouco há a se falar. McGregor, claramente mais calmo e dentro da luta, dominou as ações do início ao fim. Com uma técnica maestral, McGregor parece ter guiado Poirier, em cada golpe que desferiu, ao soco que colocaria um fim à luta. Com 1:46 do primeiro round, o irlandês conectou um direto de esquerda, na região da orelha de Poirier, que colocou um fim ao primeiro confronto entre ambos.Muito aconteceu desde então. Poirier subiu para a categoria peso-leve; reinventou-se na nova categoria, com grandes vitórias; venceu o cinturão interino ao derrotar o grande Max Holloway; enfrentou Khabib Nurmagomedov pelo cinturão linear; recuperou-se da derrota para o campeão em uma luta lendária contra Dan Hooker. Por outro lado, McGregor se tornou campeão interino da categoria peso-pena; conquistou o cinturão linear em uma vitória espetacular contra o brasileiro José Aldo em treze segundos; fez duas lutas épicas contra Nate Diaz; tornou-se o primeiro lutador na história do UFC a ser campeão de duas categorias simultaneamente; enfrentou Floyd Mayweather no boxe e enriqueceu; retornou ao MMA em uma enorme luta contra Khabib Nurmagomedov. Em termos de habilidades, as mudanças foram ainda mais drásticas. Mas isso será abordado mais adiante.Depois de tudo isso, ambos voltariam a se enfrentar no dia 23 de janeiro de 2021. Quase tudo era diferente; ambos eram estrelas do MMA, sendo McGregor a maior; não havia tanta torcida quanto no UFC 178, pois a pandemia da Covid-19 não permitiu; McGregor, desta vez, criou um clima amigável e respeitoso entre ambos, que Poirier sempre teve e comprou. O resultado da luta também foi diferente.McGregor, mais uma vez, iniciou a luta agressivamente, tentando dominar as ações. Desta vez, Poirier misturou o seu jogo em pé com quedas, que ajudaram a confundir o irlandês. Além disso, Poirier trouxe para a segunda luta três armas que fizeram a diferença. Primeiro, os chutes na perna. Poirier magoou a canela de McGregor com aqueles chutes baixos que dominaram o MMA recentemente – alguns até dizem que o irlandês não esperava esses chutes porque ficou muito tempo fora do esporte. Segundo, Poirier desenvolveu muito bem o seu jogo defensivo. Ele apresentou boa movimentação de cabeça; trouxe um sistema defensivo conhecido no boxe como “shoulder roll”, que garantiu a evasão dos melhores golpes do irlandês. Por fim, os contragolpes estavam lá, em especial o cruzado de direta que conectou diversas vezes após o direto de esquerda de McGregor. O resultado dos anos de evolução de Poirier foi uma vitória por nocaute técnico no segundo round. Após conectar um bom chute baixo e um ótimo soco de direita saindo do direto de McGregor, Poirier ligou o “modo assassino” e desferiu diversos golpes em McGregor na grade, que o colocaram no chão.Logo após o fim da segunda luta, o terceiro confronto era certo. Estava um a um para cada e eles deveriam acertar as contas de quem é o melhor lutador. Além disso, o confronto deste sábado traz o adicional de colocar o vencedor como o próximo desafiante ao título de Charles Oliveira, que pacientemente aguarda para fazer sua primeira defesa de cinturão. Adicionalmente, será a primeira luta em Las Vegas com o retorno do público, em uma T-Mobile Arena lotada. Os fãs irlandeses e o McGregor provocador estão de volta. Todo o ambiente que cerca o UFC 264 parece estar diferente e em favor de um confronto distinto dos dois primeiros. Neste sábado, o americano e o irlandês encerram a trilogia que movimentou as massas e entregou grandes confrontos para o esporte. Os fãs de MMA mal podem aguardar para testemunhar o resultado deste tão esperado confronto!GILBERT BURNS VS STEPHEN THOMPSON A segunda luta principal da noite traz um confronto entre dois lutadores com caminho distintos na carreira, mas com o mesmo objetivo nesta luta: vencer para se colocar novamente como desafiante ao título da categoria meio-médio do UFC.O brasileiro Gilbert “Durinho” Burns, que teve um início de carreira na organização com pouca expressão, rapidamente ascendeu nos rankings após subir para a categoria dos meio-médios. Com vitórias sobre grandes nomes da divisão como Gunnar Nelson, Demian Maia e Tyron Woodley, Durinho, antes um lutador que demonstrava destaque com o seu jiu-jitsu, teve uma grande evolução na trocação, que o colocou como desafiante ao título da categoria.Apesar da derrota para o seu ex-companheiro de treinos Kamaru Usman, Durinho traz daquela luta mais pontos positivos que negativos. O brasileiro lutou em pé de igualdade contra um dos maiores lutadores da história da categoria, sendo que em um dado momento quase o nocauteou. Hoje, graças a todas essas vitórias e à bem disputada chance pelo cinturão, Durinho se coloca como um dos principais lutadores da categoria.Do outro lado do octógono, Durinho terá o maior “quebra-cabeça” da divisão. Stephen “Wonderboy” Thompson desde o início de sua carreira no UFC se destacou por seu estilo único e eficiente na luta em pé. Com vitórias maestrais sobre nomes importantes da categoria como Robert Whittaker, Jake Ellenberger e Rory MacDonald, Thompson rapidamente se credenciou a lutar pelo título da categoria. Em duas lutas duras pelo cinturão, ambas contra o ex-campeão Tyron Woodley, Thompson falhou em conquistar o título do UFC.Após algumas outras derrotas que reduziram o seu prestígio na categoria, no fim de 2019, Thompson venceu o brasileiro em ascensão, Vicente Luque. Essa vitória, junto com o outro triunfo contra Geoff Neal no fim do ano passado, trouxeram Thompson de volta para as conversas sobre a disputa do cinturão da categoria.O confronto entre ambos, portanto, tem potencial de colocar o vencedor como candidato a uma futura disputa do cinturão. Sobre a luta em si, promete ser um confronto muito técnico e estudado. Thompson tem um estilo carateca difícil de decifrar. Durinho terá que estar com a sua trocação no mais alto nível possível. No chão, o brasileiro tem muitas vantagens, mas Thompson já demonstrou ser um lutador difícil de colocar no chão. O confronto promete!RESTANTE DO CARDPara além das duas lutas principais, o UFC 264 traz outros confrontos importantes. Na luta anterior às principais, Tai Tuivasa e Greg Hardy prometem uma luta de peso-pesado com emoções. Irene Aldana e Yana Kunitskaya, bem ranqueadas na categoria peso-galo feminina, querem dar o seu melhor para um passo adicional no desafio de disputar o cinturão da divisão. Ainda no card principal, a promessa da categoria peso-galo Sean O’Malley enfrentará o estreante no UFC Kris Moutinho, que quer aproveitar ao máximo a oportunidade recebida.No card preliminar, os fãs recebem dois confrontos de tirar o fôlego na categoria meio-médio. O sempre envolvido em lutas intensas Niko Price enfrentará o showman brasileiro, Michel Pereira, em uma luta que promete ser maluca. Na luta principal do card preliminar, o veterano adorado pelos fãs Carlos Condit enfrentará Max Griffin, que busca continuar a ascensão nos rankings da categoria. Teremos, ainda, a brasileira Jennifer Maia, buscando se manter como uma das lutadoras mais relevantes da categoria peso-mosca feminina, ao enfrentar a americana Jessica Eye.Veja o que mais aguardar do UFC 264:CARD PRINCIPALPeso leve (até 70,3kg.): Dustin Poirier (70,7kg.) x Conor McGregor (70,7kg.)Peso meio-médio (até 77kg.): Gilbert Durinho (77,3kg.) x Stephen Thompson (77,3kg.)Peso pesado (até 120,2kg.): Tai Tuivasa (119,2kg.) x Greg Hardy (119,9kg.)Peso galo (até 61,2kg.): Irene Aldana (63,2kg.) x Yana Kunitskaya (61kg.)Peso galo (até 61,2kg.): Sean O’Malley (61,4kg.) x Kris Moutinho (61,2kg.)CARD PRELIMINARPeso meio-médio (até 77kg.): Carlos Condit (77,5kg.) x Max Griffin (77,3kg.)Peso meio-médio (até 77kg.): Niko Price (76,8kg.) x Michel Pereira (77,3kg.)Peso pena (até 65,7kg.): Ryan Hall (65,7kg.) x Ilia Topuria (65,9kg.)Peso médio (até 83,9kg.): Trevin Giles (84,1kg.) x Dricus du Plessis (84,1kg.)Peso mosca (até 56,7kg.): Jennifer Maia (56,9kg.) x Jessica Eye (56,9kg.)Peso médio (até 83,9kg.): Omari Akhmedov (84,1kg.) x Brad Tavares (83,6kg.)Peso mosca (até 56,7kg.): Zhalgas Zhumagulov (56,9kg.) x Jerome Rivera (56,9kg.)Peso médio (até 83,9kg.): Hu Yaozong (84,1kg.) x Alen Amedovski (84,3kg.)

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