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Esquenta NFL – O que esperar da NFC Norte

(por Henrique Rodrigues)Em uma divisão que tem um campeão diferente nas últimas cinco temporadas (e em nenhuma os Lions ganharam), os Packers tentam a primeira dobradinha desde que ganharam quatro títulos seguidos entre 2011 e 2014. O problema é que, junto com os Bears, foi o time que menos se reforçou para a próxima temporada, botando em xeque a defesa da divisão.Dito isso, o que esperar de cada time em uma divisão que promete ser bem competitiva? Green Bay PackersComo dito, os Packers pouco se reforçaram, e ainda por cima fizeram um Draft bem questionável. Em uma classe tão rica na posição de wide receiver, que coincidentemente era, e ainda é, a principal fraqueza do time, esperava-se que pelo menos duas escolhas fossem usadas em alguém da posição.O Draft veio e a primeira escolha do time de Green Bay foi usada em Jordan Love, um quarterback, mesmo com Tee Higgins disponível, por exemplo. Outra posição não endereçada foi a de linebacker, a segunda maior deficiência da equipe, e, como se não bastasse, Blake Martinez saiu na free agency, que era o melhor LB daquele grupo.Com um diferencial de pontos de apenas 63, o menor na história de um time com folga na primeira rodada dos playoffs, Aaron Rodgers e companhia vão ter dificuldade em segurar as investidas de Vikings, Lions e Bears, e a campanha de 13-3 tem uma chance muito pequena de se repetir, sendo um 9-7 ou 10-6 uma possibilidade muito mais realista. Minnesota VikingsEsse supostamente era para ser um ano de reconstrução para a defesa de Mike Zimmer, devido ao fato de cinco titulares terem saído do time, além de quatro reservas. O problema é que ninguém avisou Rick Spielman, que fez uma troca por Yannick Ngakoue duas semanas antes de começar a temporada, o que mantém a defesa dos Vikings em um “outro patamar”.Mesmo com a adição de Ngakoue a defesa deve sofrer contra o jogo terrestre em 2020, já que Linval Joseph foi para os Chargers e seu sucessor, Michael Pierce, optou por não jogar a temporada. Se os linebackers Anthony Barr e Eric Kendricks não segurarem a bronca, a situação pode ficar feia rápido.No outro lado da bola o time conseguiu estabilidade na posição de coordenador ofensivo pela primeira vez na era Zimmer. Por mais que Kevin Stefanski tenha saído para treinar os Browns, o esquema usado ano passado era o de Gary Kubiak, que chegou ano passado para ser um mentor de Stefanski e assumiu as chamadas ofensivas para 2020. Isso deve dar também uma chance para Kirk Cousins evoluir, já que não precisou aprender um sistema novo e pode se dedicar a aperfeiçoar seu jogo. O que pode segurar esse ataque é o fraco miolo da linha ofensiva, que precisará de um grande salto na performance de Garrett Bradbury, center escolhido em 2019. A dupla de guards promete ser tão ruim quanto (ou até pior) no ano passado, com os prováveis titulares sendo Dakota Dozier pelo lado esquerdo e Pat Elflein no lado direito. A dupla de tackles é a mesma, com Riley Reiff de left tackle e Brian O’Neill, que vem se colocando como um dos principais right tackles na liga, protegendo a outra ponta.A perda de Stefon Diggs também pode complicar, mas para seu lugar os Vikings trouxeram Justin Jefferson no Draft, e o segundo anista Bisi Johnson, que foi uma grata surpresa ano passado, também deve contribuir. Chicago Bears”Quem tem dois quarterbacks na verdade não tem nenhum”. Essa é uma frase que ficou muito famosa na NFL em meados dos anos 80, e ela se aplica muito bem ao caso dos Bears.Quando Ryan Pace fez a troca por Khalil Mack em 2018 e o time chegou aos playoffs com uma melhora no jogo de Mitchell Trubisky, além da chegada de Matt Nagy como técnico, muitos achavam que eles poderiam dar um passo além e que Pace era um gênio. Saltando um ano e meio no futuro, os Bears acabaram de sair de um ano decepcionante e Trubisky regrediu bastante.A solução então era simples: contratar Cam Newton, que estava sem time, dar a ele a condição de quarterback e dar adeus ao jogador escolhido no lugar de Watson e Mahomes. Em um movimento que ninguém esperava, eles trocaram por Nick Foles, e arcam agora com o salário altíssimo dado pelos Jaguars, e Nagy anunciou que Trubs será o titular na semana 1, não Foles.Depois de tudo isso, é muito fácil prever que a chance de 2020 ser igual ao ano passado é grande, com uma defesa que tem boas peças e um ataque com dificuldades de avançar, muito por conta também de um playmaker de habilidade, para complementar Allen Robinson. Detroit LionsO time do “agora vai” já está há alguns anos nessa situação, e só está nela por conta de Matthew Stafford, um dos jogadores mais subestimados na NFL.Indo para o ano 3 sob o comando de Matt Patricia, os Lions investiram pesado na free agency, trazendo jogadores para quase todos os setores, sendo a maioria defensores que foram comandados por Patricia em New England. O problema é que boa parte das adições defensivas foram no front seven, e a frágil secundária do time teve como único grande reforço a adição de Jeff Okudah via Draft, mas perdeu Darius “Big Play” Slay para os Eagles.Se Stafford se mantiver saudável em 2020 o ataque pode apresentar evolução, tendo, além do QB, uma boa dupla de running backs com Kerryon Johnson e De’Andre Swift, além do recém-chegado Adrian Peterson, um excelente recebedor em Kenny Golladay (que também é muito subestimado) e apostando na evolução do tight end TJ Hockenson.Com as coisas engrenando, é capaz de imaginar os Lions brigando para não ficar na última posição na NFC Norte, coisa que aconteceu nos últimos dois anos e três vezes na década.

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