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Futebol

Esquenta mata-mata da Libertadores: Como os times brasileiros chegam para a disputa das oitavas-de-final

(por Matheus Correia) Com seis clubes brasileiros nas oitavas-de-final da Libertadores, a Playmaker Brasil preparou um esquenta para situar como cada time chega para a fase eliminatória da competição. Confira a seguir:FlamengoA estreia de Renato Gaúcho é a principal surpresa que a equipe rubro-negra apresenta. Após um inconsistente trabalho de Rogério Ceni, o Flamengo buscou uma das opções mais badaladas disponíveis no mercado. Lembrado de maneira cômica pela torcida por conta do vexame histórico nas semifinais da Libertadores de 2019, Renato é um nome extremamente experiente e vitorioso, que aparentemente “sabe” e “entende” a dimensão de uma competição como esta. Mas, dentro do campo, não se sabe quais respostas ele pode oferecer para extrair o melhor do caro e talentoso elenco de seu novo clube.Suspenso por um jogo pela diretoria rubro-negra por motivos ainda não conhecidos, Gabigol será desfalque para o primeiro jogo contra o Defensa Y Justicia. Pedro vem sendo um dos destaques da equipe nesta onda recente de ausências, e a tendência é que seu jogo se potencialize ainda mais com as voltas de Arrascaeta e Éverton Ribeiro para o time. Entretanto, Pedro sempre jogou com um atacante ao seu lado, geralmente Bruno Henrique e mais recentemente, Rodrigo Muniz. Este esquema tático pode ficar em cheque pelo fato de Renato ter usado e abusado de formações com apenas um homem de referência no ataque (4-3-3 e 4-2-3-1) quando comandava o Grêmio. Será interessante ver como o treinador irá armar seu time nesta primeira partida, já que, pelo grau de importância, se espera poucas surpresas e invenções.  Apesar da pequena “crise” interna nos últimos dias, o Flamengo tem qualidade suficiente em seu elenco para ser o grande favorito do confronto. Sebastian Beccacece já foi carrasco da equipe rubro-negra em outras ocasiões, mas a falta de preparo físico e ritmo de jogo deve pesar muito para os argentinos, que fizeram sua última partida no dia 27 de maio. E talvez para o Flamengo, uma injeção de ânimo pode dar mais resultado no momento do que um novo padrão de jogo. Fluminense O Fluminense teve um bom desempenho na fase de grupos, desbancando equipes como River Plate, Santa Fé e Junior Barranquilla. A equipe de Roger Machado tinha dificuldades em conseguir ter consistência no padrão de jogo e no nível de futebol apresentado, mas conquistou resultados que, queira ou não, ultrapassaram as expectativas.  Mesmo em uma fase relativamente “boa”, o trabalho de Roger Machado falha em convencer o torcedor até o momento. Com escolhas duvidosas em escalações recentes, o tricolor falha em entregar um futebol sólido. A criação do time depende muito de jogadores limitados fisicamente, e o setor de velocidade depende muito de jogadores limitados taticamente. E é importante também destacar que o Fluminense provavelmente não contará com Fred e Abel Hernandez na primeira partida do confronto.  Mas, no fim das contas, a equipe é favorita contra o Cerro Porteño. Os paraguaios também sofrem com o ritmo de jogo, e usando como exemplo o futebol demonstrado na fase de grupos da Libertadores, é de se esperar muitas bolas longas, pouca qualidade ofensiva e muita retranca. Para se ter uma noção, a equipe treinada pelo lendário Francisco Arce anotou apenas quatro gols em seis jogos. Mesmo assim, conquistou 10 pontos no Grupo H. Com essa estatística, fica mais fácil de perceber qual será o estilo de jogo utilizado contra o Fluminense. Entretanto, as ausências no ataque podem complicar a vida da equipe brasileira.  Internacional Outra equipe com técnico novo, o Internacional é um dos brasileiros que chega com menos moral no mata-mata da competição. O adversário está longe de ser um dos mais difíceis, mas a fase futebolística do time é preocupante. Com a volta de Diego Aguirre ao comando do clube, não há muito o que se esperar da equipe, que vem apresentando problemas tanto na defesa quanto no ataque.  É difícil de analisar o que de fato vem acontecendo com o clube gaúcho; tirando supostos problemas internos, em termos de futebol, a equipe colorada tem boas peças, e talvez, ainda esteja em processo de adaptação com o técnico uruguaio. Um time que se utiliza muito da transição ofensiva em velocidade para conseguir criar oportunidades, precisa de muito mais capacidade de conclusão e finalização do que vem sendo mostrado nas últimas partidas.  Olimpia e Inter se enfrentaram na fase de grupos, e na última partida, a equipe colorada venceu por 1 a 0, em um jogo de muita posse, domínio absurdo na quantidade de passes, e principalmente, muitas finalizações com pouquíssima precisão. O treinador do Inter na ocasião era Miguel Angel Ramirez. Com um estilo de jogo quase oposto, será interessante ver como a equipe de Diego Aguirre se comportará diante do mesmo adversário.O Inter até tem qualidade para ser favorito, mas não dá para desconsiderar a fase atual do time. Sendo assim, não seria surpreendente uma possível eliminação, assim como também não seria surpreendente uma classificação fácil com vitórias nas duas partidas.  São Paulo Após sete jogos sem vitória, o São Paulo parece ter finalmente conseguido uma recuperação, muito por conta da volta de Hernan Crespo à beira do gramado após se curar da Covid-19. Depois do título do Paulistão, a equipe tricolor passou por muitas dificuldades no Campeonato Brasileiro, sendo muito prejudicada por lesões. Entretanto, conseguiu se classificar com certa tranquilidade na fase de grupos da Libertadores, terminando na segunda colocação, atrás apenas de seu adversário neste confronto, o Racing. A equipe terá uma dura ausência: Daniel Alves, convocado para seleção olímpica. Porém, ganhou um reforço importantíssimo desde seu último jogo na fase de grupos na competição; se trata do argentino Emiliano Rigoni. Com cinco participações diretas em oito gols do São Paulo no Campeonato Brasileiro, Rigoni se demonstrou uma peça de extrema utilidade para Crespo. Além disso, nomes como Luan, Benítez e Éder podem fazer muita diferença caso o técnico argentino seja capaz de replicar o futebol demonstrado no estadual. O problema é que, além do adversário forte, os desfalques continuam sendo um problema da equipe tricolor. Miranda, Luciano e o próprio Rigoni podem ficar de fora da partida por conta de estiramentos musculares. A tarefa não será nem um pouco fácil, ainda mais pelo fato do Racing ser uma equipe que leva o termo “reativo” ao extremo quando enfretam times que gostam da posse de bola e volume de jogo. É muito difícil apontar um favorito neste confronto, mas vale novamente pontuar a falta de ritmo do time argentino, que fez sua última partida no início de junho.  Palmeiras Sem sombra de dúvidas, o Palmeiras é o time brasileiro que chega com mais tranquilidade e embalo para a fase de eliminação. Líder do Campeonato Brasileiro e atual campeão da competição, conta também com a moral elevada do treinador Abel Ferreira com os jogadores e a torcida.  São sete vitórias nos últimos oito jogos, com o time aproveitando a excelente fase de Gustavo Scarpa. Matias Viña, Gustavo Gomez e Weverton retornaram da Copa América, e a equipe conta com e importantíssimo e conhecido reforço: Dudu. A previsão era de que o atleta só ficasse apto para jogo em agosto, mas o ídolo palmeirense já entrou em campo contra o Santos no último sábado (10). Em termos de elenco, fase e futebol, a equipe alviverde, no atual momento, não deixa a desejar em quase nada.  O Palmeiras é o clube brasileiro com maior favoritismo nas oitavas de final. A Universidad Católica fez uma campanha decente na fase de grupos, vai bem no Campeonato Chileno, mas conta com pouca qualidade técnica. Gus Poyet é um excelente treinador, mas terá de realizar uma grande reviravolta para eliminar a equipe de Abel Ferreira neste confronto.  Atlético Mineiro O Atlético Mineiro de Cuca melhorou muito em relação ao início fraco de temporada, onde uma equipe com pouca criatividade e objetividade chegou até mesmo a empatar de forma ridícula com o fraco La Guaira na fase de grupos.  A evolução da equipe é nítida até o momento, e muito se passa por conta de individualidades potencializadas. Nacho Fernandez voltou a fazer uma função parecida com o que fazia no River Plate, flutuando pelo meio e pisando na área sempre que possível. Arana e Guga conseguem dar muita profundidade para o time, enquanto Hulk vem se firmando como o protagonista da equipe. Além disso, outros nomes como Savarino e Zaracho atravessam uma ótima fase no setor ofensivo.  Entretanto, a impressão é de que a fragilidade defensiva da equipe a torna inconsistente, vide resultados negativos recentes contra Santos, Ceará e Chapecoense. Por “sorte”, a fase do Boca Juniors é bem conturbada. A equipe perdeu Carlitos Tévez, Mauro Zarate, Soldano e Capaldo, além de não ter conseguido convencer na fase de grupos da competição. Claro, a tradição e a camisa pesam; mas até que ponto? O Galo é favorito contra uma fragilizada equipe do Boca Juniors, e dá pra dizer que, caso sejam eliminados, o demérito será muito maior do que os méritos dos argentinos.  

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