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NFL

Em jogo que simboliza a NFC Leste em 2020, Washington e Philadelphia encerram a temporada da NFL

(por Henrique Rodrigues) Foi feio, triste, pífio e patético ver a partida entre Washington e Eagles, ainda mais por esse jogo ter sido escolhido como o 256º de 2020. Talvez o pior momento (ou o mais bizarro) foi quando Doug Pederson, HC dos Eagles, resolveu tirar o calouro Jalen Hurts para colocar Nate Sudfeld como QB, e isso perdendo por apenas uma posse com bastante tempo no relógio. Porém, o jogo vai ficar em último plano nesse texto, mesmo sendo o último da temporada regular. O foco aqui vai para coisas extremamente mais importantes, e serão divididas em quatro mini histórias. A NFL acaba a temporada no cronograma originalCom vários malabarismos e um protocolo que foi atualizado constantemente, a liga conseguiu o objetivo de jogar todos os seus jogos nas 17 semanas previstas, sem precisar adiar nada. Em boa parte do ano esses malabares foram muito contestados, visto que mais ou menos no meio da temporada mais de um time teve surto de COVID-19 em seus elencos, e, em vez de parar a liga por uma semana, Roger Goodell preferiu remanejar as semanas de folga de alguns times e colocar jogos em dias que não estamos acostumados. Isso levou não só a termos a primeira temporada com jogos em todos os dias da semana, mas times jogando sem jogadores de determinada posição disponível.Outra atitude que veio com muitas críticas foi um aparente favoritismo em relação a alguns times e seus surtos de COVID-19, como visto no jogo entre Broncos e Saints, no qual todos os quarterbacks dos Broncos foram impedidos de atuar por conta do protocolo e o time foi forçado a jogar com Kendall Hinton, um WR do elenco de treino, como QB. Isso também ocorreu com os próprios Saints nessa rodada, já que os running backs foram afastados após Alvin Kamara ter testado positivo (porque ele foi um vacilão).Mas, querendo ou não, a NFL conseguiu um belo feito. Sem a possibilidade de fazer uma bolha como a NBA fez quando voltou no meio do ano, conseguir fazer uma temporada “normal” com times cruzando o país levando mais de 50 jogadores é impressionante. Washington Football TeamO ano de 2020 não começou nada bem para a galera de Washington. Mais uma vez sob o comando de Dan Snyder o time sofreu acusações de assédio, além da polêmica com o antigo nome “Redskins” vindo à tona. Isso levou o time a anunciar pouco antes da temporada que abandonaria o termo pejorativo, usando o nome “Football Team” enquanto não divulgam o próximo. Como se não bastasse, o time entrava no primeiro ano com Ron Rivera no comando e incertezas na posição de quarterback. No final das contas, Dwayne Haskins, jogador que foi escolhido na 15ª posição no Draft de 2019, perdeu a titularidade e foi cortado, com isso, o futuro na posição segue incerto, já que Alex Smith não deve jogar mais muito tempo.E, mesmo com todos esses problemas extra-campo, o time ganhou o primeiro título de divisão desde 2015, se superando a cada semana. Ron RiveraApós sair de Carolina, Rivera aceitou a dura missão de reconstruir o time de Washington, mas essa não foi a batalha mais difícil dele em 2020. Poucas semanas antes da temporada regular começar ele recebeu a notícia que estava com um câncer. O técnico fez o tratamento durante a temporada regular, e, cerca de dois meses depois, protagonizou uma das melhores cenas do ano passado, na qual ele toca o sino no hospital anunciando que havia vencido o câncer. Detalhe que, durante esses dois meses de tratamento, Rivera não perdeu nenhum jogo e, sem dúvidas, ele foi uma inspiração não só para os seus comandados, mas para quase todo mundo. Alex SmithNão tem como falar em superação sem falar do quarterback Alex Smith. Após uma lesão gravíssima sofrida em 2018, Alex quase perdeu a perna e a vida após complicações que o forçaram a passar por 17 cirurgias. Para muitos, a possibilidade de conseguir andar novamente, e, segundo o próprio jogador, poder brincar normalmente com os filhos, já era um feito monumental após o que ele passou, mas ele não se contentou com pouco.Após conseguir andar novamente, Smith começou a se recuperar para poder jogar novamente na NFL e, no dia 11/10, em uma partida válida contra os Rams, Alex Smith protagonizou o momento mais emocionante da NFL e um dos mais emocionantes do esporte no geral entrando em campo.Mais impressionante ainda do que só entrar em campo, Smith foi titular pela primeira vez 3 dias antes do “aniversário” de sua lesão, com o jogo tendo sido no dia 15/11 e sua lesão 18/11. O prêmio de Comeback Player of the Year já devia ir para Alex Smith apenas por ele ter tido um snap na NFL, mas agora a liga deveria – e deve – nomear o prêmio em sua homenagem. Alex Smith e Ron Rivera foram os símbolos de luta e dedicação que deu ao time o seu primeiro título de divisão em 5 anos, mesmo com um elenco mais limitado, principalmente no ataque, e sem dúvida servirão de inspiração para várias pessoas.E para quem estiver se perguntando sobre o jogo, Washington venceu uma partida que deve ser esquecida, tamanhas as trapalhadas de Doug Pederson, que nitidamente não fazia questão de vencer o duelo. Final: Washington Football Team 20-14 Philadelphia Eagles  Enquanto Philadelphia espera a próxima temporada, Washington se credencia para enfrentar, em casa, o Tampa Bay Buccaneers de Tom Brady, Rob Gronkowski, Antonio Brown e companhia na rodada de Wild Card dos playoffs.

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