(por Sérgio Viana)Se alguém lhe dissesse quinze dias atrás que a cena final da série seria um toco de James Harden em Luguentz Dort, com o jovem atleta de OKC fazendo Carrer High em um jogo 7 de pós-temporada, tendo o game winner para fechar a série, com o “barba” como defensor, anotando somente 17 pontos e sendo apenas o 4º maior pontuador de Houston, você acreditaria?Caso você tenha bufado com essa cena e não encontrou resposta para a pergunta, não se sinta mal, pois é desta forma que os torcedores de Thunder e Rockets ficaram nesse momento, um lambendo as feridas e o outro aliviado de poder respirar por menos de 48 horas para enfrentar o Los Angeles Lakers na semifinal do Oeste.Um duelo nervoso, com os dois times errando muito e levando a estratégia de jogo ao extremo, protagonistas improváveis, muita confusão no final e indefinido até a última bola. Assim foi o sétimo capítulo e derradeiro capítulo da série entre Houston e OKC.Os Rockets insistiram no plano de jogo de tirar os protagonistas tradicionais e “pagar” para o jogo de Lu Dort. Ao mesmo tempo que os comandados de Mike D’Antoni conseguiam manter Chris Paul, Shai Gilgeous-Alexander, Danilo Gallinari e Denis Schroeder abaixo de suas performances, viam um Dort mais que inspirado, agressivo e confiante agredindo a cesta e chutando sem hesitação do perímetro.O Thunder de novo manteve a marcação individual em um estranhamente apagado James Harden, estratégia de jogo levada a exaustão nessa série, por conta da qualidade e poder defensivo de seus jogadores, e que podemos dizer que funcionou se forma efetiva somente nesse jogo 7.Todas as vezes que os Rockets ameaçam abrir vantagem, Russell Westbrook, Eric Gordon e até mesmo Harden tomavam uma decisão precipitada e levavam uma “run” em contrapartida.Mesmo com uma quantidade excessiva de turnovers por parte de OKC (21 contra 12 dos Rockets) o time do Texas não conseguia abrir uma diferença considerável.O jogo tinha o desenho do que foram as vitorias do Oklahoma City, jogos amarrados, levados à forceps com diferença mínima para os minutos finais onde o Thunder é mortal, sendo o melhor Clutch team da temporada, a torcida dos Rockets já temia pelo pior.Em um final mais que atabalhoado, onde nem Paul e nem Harden foram decisivos, o destaque foi para os sucessivos erros nas jogadas finais, decisões erradas e, principalmente, pela cena abaixo.Ainda sim, faltando pouco mais de dois segundos, perdendo por dois, OKC teve a chance de diminuir a diferença e ficar por uma jogada simples de 2 pontos para fechar o jogo, por conta de uma falta de Harden antes de sair o fundo bola. Com direito a 1 lance livre por a bola não estar em jogo, Gallinari, apagadíssimo com pífios 4 pontos e 33% de aproveitamento, perdeu o único lance livre que bateu na noite.Com pouco mais de 1 segundo e a bola na mão para pelo menos levar o jogo para o tempo extra, OKC não conseguiu executar bem a jogada ofensiva e a bola acabou indo para o “cosplay do Aquaman”, Steven Adams, nulo na série (na sétima partida marcou 10 pontos e 9 rebotes), que não segurou a bola e, com isso, OKC acabou eliminado da competição.Final: Houston Rockets 116-114 Oklahoma City ThunderCom mais uma boa partida na série, o cestinha dos Rockets foi Eric Gordon com 21 pts, 54% de aproveitamento e excelente 5-9 para 3 pontos, e o operário padrão e incansável Robert Covington, com 21 pontos e 10 rebotes, tendo RoCo os minutos finais pendurado com 5 faltas e mantendo a intensidade defensiva.Russel Westbrook com 20 pontos e James Harden com 17, fecham os destaques dos Rockets.Pelo lado de OKC, o melhor foi o novato Lu Dort, com 30 pontos e 6-12 para 3 pontos, além de CP3 e SGA, com 19 pontos cada.Todo o equilíbrio previsto antes de iniciar essa série acabou se confirmando. Os motivos dos jogos serem tão parelhos é que talvez não tenha seguido o roteiro original.Embora o Thunder tenha conseguido levar essa série a 7 jogos, ficou uma impressão, para não dizer constatação que em duas dessas três vitórias, os “méritos” foram os erros dos Rockets que definiram o jogo.O balanço final para OKC deveria ser positivo, com um roster limitado, que praticamente jogou uma série importante como essa com 6 jogadores, deveria haver motivos para comemorar. Não acredito que essa seja a percepção, uma vez que a franquia namorou com um rebuilding o tempo todo e que até o dia de fechamento da FA o botão estava lá para ser apertado. Será que CP3 fica? Terá paciência para permanecer e tentar um ciclo novo com jovens promissores sob comando de Billy Donovan?Essas são perguntas que rapidamente começarão a ser respondidas.Pelo lado dos Rockets não há motivos para comemorar. O time flertou com uma precoce eliminação na primeira rodada, que poderia ser o pavio de um barril de pólvora que poderia implodir com a iminente demissão de Mike D’Antoni e até mesmo o questionamento do encaixe de suas estrelas.Segue para um confronto que tem tudo para ser tão ou mais equilibrado do que foi essa primeira rodada, contra um adversário mais descansado e com uma dupla que voou na primeira rodada. Todavia, os Rockets são motivo de preocupação para o time da California, que sofreu com o small ball na temporada regular e teve confronto negativo de 2-1 contra o time do Texas.Se Houston conseguir manter esse excelente rating defensivo e conseguir achar o equilíbrio ofensivo para aproveitar a enormidade de wide open que a equipe cria, a “Red Nation” pode sonhar com voos mais altos.A série começa na sexta dia 05 provavelmente às 22 horas.
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