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MLS

Do São Paulo a MLS – Conheça a história de Kaká

(por Vinícius Freitas)Nascido como Ricardo Izecson dos Santos Leite, o já aposentado meia-atacante conhecido como Kaká foi um dos maiores nomes do Brasil no esporte, com um futebol objetivo, bonito e muito eficiente.Natural de Brasília, Distrito Federal, em 22 de Abril de 1982, desde criança praticava o esporte, jogando na escola, se destacava pelo porte físico, devido a sua estatura e também pela objetividade, preferindo buscar o gol ao invés de uma jogada mais plástica ou de efeito.Em 1995, aos 12 anos, foi para a categoria de base do São Paulo Futebol Clube, sendo uma das principais promessas da equipe na época, mostrando grande evolução e subindo posteriormente para a equipe Sub-15, Sub-17 e Sub-19.Aos 18 anos Kaká sofreu um acidente em uma piscina na casa de seus avós, fraturando a espinha dorsal, que causou grande preocupação, mas logo o jovem atleta se recuperou, e apesar do susto, isso de nada interferiu em seu desempenho.A jovem promessa estreou na equipe profissional do São Paulo em 2001, no extinto torneio Rio-São Paulo, em um empate contra o Botafogo por 1-1, com uma atuação discreta. Faria seu primeiro gol no segundo jogo pela equipe, entrando no segundo tempo do clássico contra o Santos no Morumbi, pelo Campeonato Paulista, ajudando na vitória tricolor por 4-2. Apesar de vestir a camisa #30, Kaká teve uma atuação digna de um camisa 10, já sendo considerado por alguns o sucessor de Raí. Cerca de um mês depois, na final do torneio Rio-São Paulo, coincidentemente contra o Botafogo, Kaká faria os dois gols da vitória do tricolor por 2-1, conquistando seu primeiro troféu como profissional e mostrando que apesar da pouca idade, já era maduro o suficiente para liderar a equipe e decidir jogos importantes. Depois da grande atuação, o meia caiu nas graças da torcida e também da mídia, se tornando um dos grandes nomes do futebol brasileiro logo em seu ano de debute. O meia continuou fazendo boas atuações e no Campeonato Brasileiro daquele ano já era titular da equipe, vestindo a camisa #8, chegando às quartas de final do torneio, onde foram eliminados pelo Atlético Paranaense, que conquistaria o título daquele ano.Estreou pela seleção brasileira em 31 de Janeiro de 2002, convocado por Felipão para um amistoso contra a Bolívia, substituindo Juninho Paulista no segundo tempo, na vitória por 6-0 dos canarinhos. Assim como no São Paulo, faria seu primeiro gol em pela Seleção em sua segunda partida, em outra goleada da seleção, desta vez contra a Islândia, por 6-1.O técnico gostou das atuações de Kaká e convocou o jovem para a Copa do Mundo de 2002, em um das mais polêmicas convocações da história da seleção, deixando nomes como Romário, Juninho Pernambucano, Djalminha e Zé Roberto de fora do elenco. Kaká atuou apenas no último jogo da primeira fase, onde o Brasil venceu a Costa Rica por 5-2, confirmando a melhor campanha da Copa.Kaká era o mais jovem do elenco e se tornaria campeão do Mundo pela Seleção logo aos 20 anos, sendo esse apenas o início de uma carreira brilhante e cheia de conquistas coletivas e individuais.De volta ao São Paulo, Kaká liderou o tricolor ao primeiro lugar do Campeonato Brasileiro de 2002, mas acabaram caindo para o surpreendente time do Santos nas quartas de final, coincidentemente futuro campeão da competição também. Depois da eliminação contra o Santos, a torcida começou a pegar no pé do craque, que acabou deixando a equipe em 2003 para se juntar ao Milan da Itália, recém-campeão da Liga dos Campeões e um dos grandes times do momento, contando ainda com Dida, Cafu, Serginho e Rivaldo em seu elenco. Kaká havia sido contratado até então para ser um reserva de luxo de Rivaldo e Rui Costa, adotando a camisa #22, número pouco utilizado no esporte. Logo em seu primeiro ano como rossonero já tinha conquistado a admiração da torcida depois de grandes atuações, ajudando a tradicional equipe italiana a conquistar a Supercopa da Itália contra a Lazio por 3-0 (com hat-trick de Shevchenko) e também o Campeonato Italiano na temporada 2003/2004.Dono de arrancadas mortais e finalizações certeiras, o camisa 22 do Milan se firmou seu nome entre os grandes nomes do futebol mundial, se tornando o principal jogador do Milan e liderando a equipe, que tinha nomes consolidados como Seedorf, Pirlo, Nesta, Maldini e o já citado Shevchenko.Chegou às finais da Liga dos Campeões em 2004/2005, contra o Liverpool, depois de eliminar Manchester United, a grande rival Internazionale com 5-0 no agregado, e o PSV Eindhoven nas semifinais, em confronto duríssimo, vencendo em casa por 2-0 e se classificando para a final por conta do gol fora de casa em derrota por 3-1 na Holanda. O jogo conhecido como “Milagre de Istanbul”, não traz boas lembranças aos milaneses, pois depois deabrirem 3-0 na primeira etapa, acabaram tomando o empate no segundo tempo e perdendo o título nos pênaltis.Como consolação conquistou a Copa das Confederações com a seleção, vencendo a arquirrival Argentina na final por 3-0, marcando um dos gols da conquista. Em 2006 formou junto com Adriano, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho o ataque dos sonhos da Seleção, apelidado de “Quadrado mágico”. Mas na Copa do Mundo a equipe não conseguiu repetir as atuações de antes, e acabou caindo para a França nas Quartas de Final, em uma atuação inesquecível de Zidane.Em 2006/2007, no auge de sua carreira, Kaká voltaria a disputar outra final de Liga de Campeões, novamente contra o algoz de 2004/2005, o Liverpool. O meia teve um ano esplêndido, carregando o time nas costas na competição, marcando o gol da prorrogação que eliminou o Celtic nas oitavas, sendo o motor do meio-campo contra o Bayern ao lado de Pirlo e Seedorf nas quartas de final, além da atuação monumental nas semifinais contra o temido Manchester United de Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney e Nemanja Vidic, fazendo 2 gols na derrota por 3-2 no Old Trafford, e mais 1 gol no San Siro, na vitória por 3-0 do Milan. Na revanche contra o Liverpool, Kaká teve outra boa performance, ajudando o Milan a se vingar e conquistar o seu sétimo título continental, vencendo por 2-1.No final da temporada Kaká foi presenteado com o prêmio de melhor jogador do mundo (último brasileiro a ter conquistado o prêmio), coroando a incrível temporada do jogador.Depois da conquista do título, Kaká ainda permaneceu mais duas temporadas com a equipe, e seguia com bons desempenhos individuais, mas o Milan já não era o mesmo de antes, e depois de vários rumores sobre a saída do brasileiro da equipe, é confirmada a contratação de #8 Kaká pelo Real Madrid, ainda no final de 2009, junto com jogadores como Xabi Alonso e Cristiano Ronaldo. Ainda no ano de 2009, Kaká havia conquistado novamente a Copa das Confederações com a Seleção, sendo inclusive o melhor jogador da competição. Na Copa de 2010, teve uma atuação discreta, sem o protagonismo de antes, ainda que não comprometesse em campo. Depois disso atuaria mais algumas vezes pela Seleção, mas sem integrar o elenco principal do time.Pelo clube espanhol não conseguiu repetir os feitos dos tempos na Itália, sofrendo em alguns momentos com uma infecção no púbis, que o perseguiu até o final de sua carreira, o fazendo perder alguns jogos durante seu período na equipe. Conquistou a Copa do Rei em 2010/2011 além do título Espanhol e a Supercopa da Espanha em 2011/2012, mas sua passagem pelo Real Madrid foi bem abaixo do padrão apresentado anteriormente. Kaká ainda voltou para o Milan no meio da temporada 2012/2013, tendo algumas boas atuações, porém não conseguindo mais carregar a limitada equipe nas costas como em sua outra passagem pela cidade.Em 2014 realizou outro retorno, agora ao São Paulo FC por empréstimo (contratado pelo Orlando City), onde teve boas atuações e reconquistou o respeito da torcida, terminando como vice-campeão brasileiro, formando um bom elenco junto com Rogério Ceni, Paulo Henrique Ganso, Michel Bastos, Luis Fabiano, Alan Kardec e Alexandre Pato, além da promessa Rodrigo Caio.Em 2015 foi para seu último desafio na carreira, dessa vez nos Estados Unidos, atuar por um dos clubes mais jovens da MLS (Major League Soccer), o Orlando City, fundado em 2010 e comprado em 2013 pelo empresário brasileiro Flavio Augusto da Silva, o que facilitou a ida do craque para a liga.Kaká jogou 3 temporadas na equipe, e apesar de não ter o mesmo poder ofensivo de antes, marcando menos gols, jogou como um verdadeiro maestro na equipe, inclusive, sendo pela primeira vez na carreira o camisa #10 de uma equipe. O atleta foi tão bem em sua passagem pela equipe, que muitos chamavam o Orlando City de “o time de Kaká”. Mesmo sendo um dos melhores jogadores da liga apesar da idade, o brasileiro não conseguiu classificar a equipe para os playoffs em nenhuma ocasião, tendo a melhor oportunidade na temporada 2016, onde a equipe ficou apenas a uma vitória da classificação. O camisa #10 foi o principal responsável pela popularização da equipe na liga, mas vale ressaltar que o meia ainda tinha alguns problemas com lesões, perdendo cerca de 15 jogos em sua passagem pelos Estados Unidos. Anunciou sua saída da equipe no término da temporada de 2017 da MLS. Seu último jogo foi contra o Columbus Crew, onde foi justamente homenageado e chegou a se emocionar com o respeito e gratidão da torcida. Atuou em 77 jogos pelo Orlando City, anotando 25 gols e, mesmo não sendo o jogador que outrora conquistou o mundo, foi o nome de peso que colocou a cidade de Orlando no mapa do futebol do país, se tornando uma das equipes mais populares da liga mesmo sem nunca ter conquistado um título. Kaká Anunciou sua aposentadoria no mesmo ano, e seu último jogo como profissional foi na despedida oficial do Orlando City, com uma vitória de 6-1 sobre a Seleção de Porto Rico.Kaká terminou sua carreira com 711 jogos e 239 gols, sendo 31 gols em 94 jogos pela Seleção Brasileira (fez parte do elenco campeão da Copa do Mundo de 2002), 29 gols em 120 jogos pelo Real Madrid, 50 gols em 113 jogos pelo São Paulo e 104 gols em 307 jogos pelo Milan.Dono de uma trajetória brilhante, Kaká sempre será lembrado por suas arrancadas e poder de decisão, inclusive sendo o último jogador a ganhar o prêmio de melhor do mundo antes do domínio de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, um dos grandes nomes do futebol mundial no seu auge e, se não fossem as lesões, provavelmente Kaká teria alcançado feitos ainda maiores, tanto pelos clubes como também na Seleção Brasileira.

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