(por Matheus Correia)Duas equipes que ainda estão longe de convencer, Atlético Mineiro e Boca Juniors se enfrentaram no Minerão no jogo de volta das oitavas-de-final da Libertadores. E, por incrível que pareça (contém ironia), a partida pareceu um deja vu do que foi visto no primeiro confronto. Só que desta vez, alguém tinha que conseguir a classificação, e o Galo foi quem conquistou a vaga, em uma disputa de penaltis onde o goleiro Éverson acabou se tornando o herói após ser um “quase” vilão.Os minutos iniciais da partida foram melhores para a equipe do Galo, com o Boca demonstrando muita dificuldade em encaixar seu padrão de jogo. Nacho Fernandéz organizava a equipe mineira com certa facilidade e, logo aos quatro minutos, Zaracho perdeu um gol incrível após receber passe de Tchê Tchê, cara a cara com Agustín Rossi. Até os 20 minutos do primeiro tempo, os argentinos não conseguiram entrar no jogo. O jogo só foi começar a fluir para os visitantes quando a equipe subiu a linha de pressão, marcando o segundo passe na saída de bola do Atlético. Sebástian Villa conseguiu incomodar o gol de Éverson em uma boa jogada, trazendo a bola da esquerda para o meio e finalizando para defesa difícil do goleiro. Entretanto, no geral, o primeiro tempo foi muito menos técnico e vistoso do que o era esperado, levando em consideração as peças de ambas as equipes. Na segunda etapa, a qualidade em campo foi ainda menor. Pouco foi criado, até que aos 21 minutos, o Boca abriu o placar com o zagueiro Marcelo Weigandt. Villa cobrou falta na intermediária, e na área Diego “Pulpo” González pressionou a tentativa de Éverson em agarrar a bola. O goleiro acabou a soltando nos pés de Weigandt, que finalizou para o fundo da rede. Entretanto, o lance foi para revisão no VAR, causando uma pequena confusão na área próxima aos bancos das equipes. Na checagem, os árbitros de vídeo apontaram impedimento de Pulpo na jogada, e o juiz uruguaio Esteban Ostojich, interpretou que o argentino participou da jogada, atrapalhando Éverson. Com isso, o gol foi anulado. Mesmo com os ânimos mais elevados, o Boca conseguiu se portar dentro de campo. O Atlético tentou ficar mais ofensivo ao colocar Eduardo Sasha no lugar de Tchê Tchê. Mas, não funcionou muito. Os minutos finais da partida tiveram como único destaque uma boa jogada entre Sasha e Savarino, que resultou em uma finalização perigosa do venezuelano. Fora isso, o jogo ficou “truncado”, algo natural por ambas as equipes não quererem se expor na defesa. Pênaltis O Galo deu início à disputa de pênaltis, com Hulk sendo o primeiro cobrador. A estrela da equipe mineira tirou muito do goleiro, e a bola acabou acertando a trave. Na vez do Boca, Marcos Rojo acertou uma bela cobrança rasteira no canto esquerdo de Éverson. Em seguida, Nacho Fernandez cobrou forte no meio e converteu para o Atlético. Villa foi o primeiro a errar para a equipe argentina, com uma cobrança ruim no meio do gol. Éverson fez a defesa com facilidade. O zagueiro Júnior Alonso teve tranquilidade e converteu a cobrança para o Galo. Esteban Rolón foi outro a desperdiçar para o Boca, chutando no canto direito e parando nas mãos do goleiro do Atlético. Hyoran teve a oportunidade de deixar sua equipe em uma vantagem considerável, mas fez uma lambança terrível e escorregou na hora do chute, isolando a bola. Para sua sorte, Carlos Izquierdoz também isolou logo em seguida, deixando o Atlético Mineiro à um pênalti da classificação. E quem foi para a última cobrança do Galo foi o goleiro Éverson, que havia falhado no tempo normal. Pegando dois pênaltis na disputa, Éverson se consagrou como herói da classificação com uma excelente cobrança alta e forte, sem chance alguma de defesa para Rossi. Resultado: Atlético Mineiro 0 (3) – (1) 0 Boca Juniors A classificação de maneira heroica esconde um pouco do fraco jogo disputado no Mineirão. Mais uma vez, se viu pouco um padrão de jogo que potencialize o time do Galo. Sem dúvidas, a equipe pode jogar muito mais do que está jogando. Por outro lado, o Boca ser ineficiente parece não ser uma grande novidade. Desorganizado em diversos momentos da partida, depende muito da individualidade de seus principais jogadores. E neste jogo, apenas Villa pareceu corresponder. “Críticas” a parte, no saldo, o Atlético foi quem mais jogou nos dois confrontos, e consequentemente, quem mais mereceu a classificação. A equipe mineira irá enfrentar o vencedor entre River Plate e Argentinos Juniors nas quartas-de-final.
Futebol
