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Futebol

De destaque no Avaí ao acesso pelo Cuiabá, Eduardo Kunde fala sobre a carreira e seu momento no futebol japonês

(Por Leonardo Costa) Diretamente de Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, para Sagamihara, cidade japonesa da província da Kanagawa. Falando assim, o percurso da carreira de Eduardo Kunde parece uma linha reta, mas não faltaram desafios, curvas e aprendizados para o zagueiro de 24 anos.Aproveitando seus últimos dias de férias antes de voltar aos trabalhos no Japão, Eduardo concedeu entrevista exclusiva para a Playmaker Brasil, contando um pouco de sua trajetória, desde o início no futsal, até a primeira dispensa aos 15 anos, assim como a sensação de conquistar um acesso à Série A e disputar a elite do futebol nacional.Eduardo conta que ao seis anos sua família deixou Montenegro para morar em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, e foi lá que o futebol, por meio do futsal, entrou na sua vida: “Comecei no futsal, e nós sempre montávamos times competitivos. Na época era do sub-11, e em certa ocasião um olheiro do Internacional e me chamou para fazer um teste na equipe”, conta o zagueiro sobre seu início nos gramados.Durante quatros anos e meio, Eduardo atuou na base do Inter. Sua família voltou ao Rio Grande do Sul para acompanhá-lo mais de perto. Eis que veio o primeiro baque em sua curta vida de atleta, a dispensa. “Praticamente todos os dias haviam ‘peneiras’ no clube, a concorrência é muito forte. É quase que natural que houvesse alguma reformulação a cada ano. Eu saí triste, mas sabendo que tinha dado o meu melhor”.Após a dispensa, atuou pelo Novo Hamburgo e Criciúma até chegar ao Avaí em 2014, clube onde terminou sua formação e teve as primeiras oportunidades como profissional. “Cheguei para a equipe do sub-17. Até então eu atuava como volante, mas o treinador na época, o Fabrício Bento, precisava de um zagueiro e eu acabei ficando no clube”, comenta o jogador.Pelo Avaí, Eduardo foi escalando as categorias de base. Foi pelo clube catarinense que o montenegrino disputou duas Copa São Paulo de Futebol Júnior, além de participação em Copa do Brasil de base e na tradicional Copa Santiago Juvenil, quando se destacou e foi eleito para o time ideal da competição: “Nossa linha defensiva inteira entrou para os onze ideais da Copa Santiago. Na direita era o Guga, hoje no Atlético-MG, na zaga era eu e o Gabriel, que atua no Lille, e na esquerda o Lovat, atualmente na Eslováquia. Já na copinha, um dos companheiros era o Raphinha, que antes mesmo de estrear pelo profissional foi pra Europa e hoje brilha no Leeds United”, conta Eduardo de seu período na base do Leão.”Em 2018, o técnico Geninho me viu atuando pelos aspirantes e me levou para os profissionais efetivamente. Eu já tinha sido relacionado em 2016 com o Silas, depois em 2017 tive mais uma vivência com o Claudinei Oliveira, mas o ano que me fixei no profissional foi em 2018″. Eduardo lembra com carinho o primeiro jogo como profissional, em partida válida pelo campeonato catarinense de 2019, em uma vitória contra o Hercílio Luz por 3 a 0 na abertura da competição: “Eu fiz um bom jogo, bem preparado pelo processo que eu vinha passando, e acabei concorrendo ao prêmio de revelação do campeonato”.Com o Avaí na elite no Brasileirão, Eduardo teve a oportunidade de enfrentar as grandes equipes, mas nem tudo foram flores: “Infelizmente não fizemos uma boa campanha, e eu como zagueiro, os defensores em geral, acabam sofrendo mais com campanhas negativas. Você pode fazer boas partidas, mas participa de uma defesa que foi a pior do campeonato. Mas de qualquer forma, foi uma grande experiência”.Já em 2020, pouco antes da parada mundial peça pandemia, Eduardo sentiu uma lesão muscular e a recuperação ficou prejudicada. No retorno, sentiu novamente a lesão. “Comecei a trabalhar muito, voltei a treinar com bola, mas sem muita oportunidade. Até que o Cuiabá precisava de um zagueiro e os scouts do clube entraram em contato com o Avaí e eu fui pra lá. Ajudei na conquista do acesso, em um clube que me recebeu bem, com atletas unidos, e logo na sequência eu recebi a proposta do Japão”, conta o zagueiro sobre um ano cheio de reviravoltas na carreira.Sobre a chegada no futebol japonês, o zagueiro conta sobre as dificuldades e os desafios de viver em uma nova cultura: “Temos o intérprete. Tem outros dois brasileiros no elenco, o goleiro Agenor e o atacante Iuri Mamute, e isso facilita um pouco a adaptação. É o que dá uma força a mais”, explica o jogador, que revelou fazer curso de japonês para facilitar a comunicação.Falando sobre seu primeiro ano, Eduardo diz que o primeiro ano é mais de adaptação, enquanto que o segundo ano é a temporada de firmar raízes, de mostrar realmente todo seu potencial.  “Hoje eu tenho vínculo com o Sagamihara, enquanto que o Avaí ficou com um percentual do meu passe. Quero seguir no clube, sei que posso crescer por lá, mas ainda faltam pequenos detalhes para acertar”.Por fim, falando de jogos marcantes, Eduardo citou a partida contra o Grêmio, em Porto Alegre, na qual diversos familiares e amigos foram ver a partida no estádio, além de um duelo contra o São Paulo, na qual marcou o Alexandre Pato e levou o prêmio de melhor jogador da partida. Sobre alguns dos atacantes mais difíceis de marcar, o zagueiro escolheu Fred, atacante do Fluminense, como um dos mais complicados: “Um cara com muita bagagem, com uma parede forte”. Outros nomes citados foram Deyverson, do Palmeiras, e Gabigol, do Flamengo, um pelo forte jogo aéreo e outro pela movimentação.Como podemos ver, a história de Eduardo Kunde já tem algumas páginas, com várias histórias e conquistas, mas longe de um ponto final. Nós da Playmaker Brasil agradecemos a disponibilidade do jogador, e ficamos na torcida pelo sucesso do atleta e de sua família.

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