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Futebol

Da vitória sofrida na estreia ao duelo contra o Egito na final: a trajetória de Senegal rumo ao título da Copa Africana de Nações

(Por Leonardo Costa) A Copa Africana de Nações conheceu no último domingo (06) seu mais novo campeão: Após bater na trave na última edição, a seleção de Senegal venceu o Egito nos pênaltis e conquistou o título inédito da competição continental.Com um elenco estrelado, com diversos nomes protagonistas em grandes clubes europeus, como o goleiro Mendy, o zagueiro Koulibaly, o meia Gueye e o atacante Mané, Senegal entrou na CAN como favorita, mas o fato de ainda não ter conquistado nenhum título da competição a deixava um degrau abaixo de suas principais concorrentes.Na fase de grupos, os senegaleses caíram em um grupo relativamente acessível, ao lado de Guiné, Malawi e Zimbabwe. Porém, o que se viu desde a estreia foi um panorama totalmente distinto.Contra Zimbábue, em um jogo extremamente físico e com Senegal desfalcado por Covid, a vitória só veio nos instantes finais, após um pênalti marcado aos 49 da segunda etapa, convertido por Mané. Foi um cartão de visitas de que a caminhada não seria nada fácil.Na segunda rodada, contra Guiné, que na teoria seria o rival mais difícil da fase de grupos, outro jogo truncado e com Senegal apresentando pouco para o elenco que tinha. Empate sem gols que mantinha a liderança, mas vieram as primeiras críticas ao time do técnico Cissé.Encerrando a fase de grupos o rival era Malawi, estreante na CAN e que ainda aspirava por uma vaga nas oitavas. E o que se viu, apesar do amplo domínio de Senegal, que terminou com 78% de posse de bola, foi mais uma vez um 0 a 0. A classificação veio, mas o futebol não empolgava e a chave precisava ser virada para o mata-mata.Nas oitavas, o adversário foi Cabo Verde, mais uma seleção que jogaria fechada, em um esquema no qual Senegal tinha encontrado dificuldades até então. Porém, o plano dos cabo-verdenses ficou muito mais complicado quando tiveram dois jogadores expulsos, um aos 21 minutos, e outro aos 12 do segundo tempo. Depois disso, ficou quase impossível segurar o resultado, e com gols de Mané e Dieng, os senegaleses avançavam de fase.A vitória e os gols com bola rolando deram um pouco de alívio ao time de Cissé. Nas quartas o duelo era contra Guiné-Equatorial, que vinha de surpreender Mali na fase anterior. Com um jogo muito mais fluido e contra um rival que também buscava o ataque, Senegal venceu por 3 a 1, com gols de Diedhiou, Kouyate e Sarr, enquanto que Buyla marcou para os guineenses. Na semifinal, o desafio era contra Burkina Faso, que apesar de não contar com grandes estrelas, apresentava um futebol sólido, e tinha vendido caro a derrota para Camarões, seu único revés até então, na estreia da competição. O jogo permaneceu igualado até os 25 da segunda etapa. Melhor em campo, Senegal abriu o placar com Diallo, e ampliou seis minutos depois com Dieng. Burkina Faso partiu pra cima e descontou com Touré, mas nos últimos minutos, com a zaga desguarnecida, Mané aproveitou contra-ataque para selar a classificação para a grande final. Finalmente a seleção senegalesa parecia ter encaixado.Na decisão, diante do Egito, maior vencedor da competição, Senegal foi superior a quase todo momento. Poderia ter liquidado a fatura no tempo normal, mas Mané viu o goleiro Gabaski defender sua cobrança de pênalti ainda no primeiro tempo. E com o 0 a 0 no placar, o jogo foi para as penalidades.Dessa vez, coube a Mané fechar a lista de cobradores por Senegal, e o astro do Liverpool não desperdiçou, mandando para a rede e enchendo a torcida de alegria com a conquista inédita. Em termos de geração, provavelmente estamos diante da melhor da história de Senegal, e a conquista da CAN aproxima esse grupo daquela seleção senegalesa de 2002, que apesar de ter ficado com o vice na competição continental à época, alcançou uma inédita quartas de final na Copa do Mundo da Coréia do Sul e do Japão.

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