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MLB

Conheça Igor Kimura, talento brasileiro que possui contrato com o Tampa Bay Rays

(por Leonardo Costa)  O beisebol está distante de ser um dos esportes mais praticados no Brasil. Mas, no país do futebol, Igor Kimura fugiu à regra e soube desde cedo qual esporte queria seguir.  Natural de Maringá, Igor nasceu em 1999, e, antes mesmo de completar cinco anos de idade, já frequentava os campos de beisebol como jogador: “Meu tio, que já tinha sido treinador de beisebol, viu que eu gostava muito de brincar na rua e que levava jeito no esporte, então falou com meus pais para me levar um treino da Acema”, conta o jogador sobre seu começo no esporte. E foi assim, brincando na terra vermelha do Noroeste paranaense que o hoje atleta do Tampa Bay Rays, equipe da MLB, liga mais importante de beisebol do mundo, começou a jogar. Aos poucos foi crescendo na modalidade. Atuou em inúmeras posições, mas foi como pitcher que ele despontou no beisebol nacional. Em 2014 estava no elenco da Seleção Brasileira sub-15 que disputou o mundial da modalidade no México. “Foi lá que onde eu percebi que teria chance de assinar contrato, pois haviam alguns representantes de clubes da MLB que vieram conversar comigo. Nenhuma proposta, apenas conversa.”, afirma Kimura. Após a experiência no Mundial sub-15, seguiu atuando por clubes no Brasil. “Quase toda minha carreira aqui no Brasil foi por Maringá, mas já atuei por diversas equipes, como Marília, Gecebs, Medicina USP e Anhaguera”, diz o jogador. Até que em 2018, no Sul-americano de Beisebol, realizado na Argentina, Kimura recebeu dos Rays uma sondagem que mais tarde viria a se tornar contrato. “O Tiago Magalhães, que estava com a gente no elenco do Sulamericano, além de outfielder da seleção é um olheiro do Tampa Bay. Foi através dos relatórios que ele passou para os Rays que surgiu o interesse”. Após algumas demonstrações para os scouts da franquia, o jovem paranaense, com então 19 anos, assinaria um contrato de sete anos com a franquia da MLB.  De contrato assinado com os Rays, Kimura foi enviado para a República Dominicana, onde passou a integrar a equipe do DSL Rays 2, uma filial de Tampa Bay no país caribenho. Terra de inúmeras estrelas da MLB, como Juan Marichal, Pedro Martínez, Vladimir Guerrero e David Ortiz, apenas para citar alguns. A República Dominicana é considerada a porta latina de entrada para os EUA no beisebol, e Kimura já mostrou serviço: “No primeiro ano tem toda a parte de adaptação, mas logo comecei a jogar”, conta o jogador. Em 2019 teve um excelente ano. Começou a temporada como relevista, atuando mais no meio das partidas, mas com o decorrer da temporada passou a ser um dos abridores da equipe. Os números mostram o ótimo ano que Kimura teve em 2019, com um ERA de 3.29 e 47 strikeouts em 54.2 entradas arremessadas. Parte de sua evolução, segundo Kimura, é o fato de ter no clube uma estrutura que ajude no desenvolvimento dos atletas. “No Brasil a gente ainda não tem a estrutura que as equipes da República Dominicana possuem. O trabalho lá é completo, desde musculação até a utilização de vídeos para melhora de rendimento, e isso faz com que a gente se desenvolva mais rápido”. Neste ano ele era um dos jogadores convocados pela seleção principal para disputar a classificatória para o World Baseball Classic, a Copa do Mundo do esporte. Ao lado de nomes de referência do beisebol no Brasil, como Andre Rienzo e Felipe Burin, Kimura estava na preparação para o campeonato no Arizona, quando o Covid-19 pegou em cheio os Estados Unidos, culminando no cancelamento do torneio. Com a chegada da pandemia, inúmeras ligas pararam ou cancelaram seu retorno em 2020, incluindo a liga dominicana, que segundo Kimura ainda não tem prazo para retornar.  Para 2020, Kimura tinha como meta ter boas apresentações ainda na pré-temporada, para, quem sabe, ser chamado para alguma filial dos Rays nos EUA e subir mais um degrau rumo às Grandes Ligas. “Com o 2019 que eu tive, estava bem confiante que poderia ser chamado para os EUA, principalmente se eu mantivesse as boas atuações da temporada passada durante a pré-temporada. São muitas ligas menores pra chegar até a MLB, mas um dos passos mais difíceis é chegar atuar em solo americano”. Mantendo a forma em Maringá enquanto as competições não retornam, Kimura falou que a tendência é de ter cada vez mais brasileiros chegando até a MLB: “Hoje o Brasil já tem um academia da MLB, no CT Yakult, em Ibiúna, que recebe diversos olheiros dos Estados Unidos”. Além disso, a maior visibilidade que o esporte vem tendo no Brasil nos últimos anos, sobretudo com os títulos conquistados por Paulo Orlando e Yan Gomes, façam com que mais jovens comecem a praticar o beisebol. Após mostrar alguns tipos de arremesso que tem em seu repertório, o jogador dos Rays falou que tem em Andre Rienzo uma inspiração: “ele foi o segundo brasileiro a atuar na MLB e o primeiro a ser pitcher e abrir uma partida”. Atualmente Rienzo é jogador do Tecolotes de los Dos Laredos e atuou na MLB por Chicago White Sox e Miami Marlins entre 2013 e 2015. Outro arremessador no qual Kimura diz gostar do estilo é do japonês Yu Darvish, jogador de longa passagem na MLB e que no momento defende o Chicago Cubs. E foi assim, num papo descontraído por vídeo-chamada, que descobrimos um pouco mais sobre Igor Kimura, o jovem maringaense que desde muito cedo trilhou o rumo de um esporte pouco praticado no Brasil, mas que vem conquistando terreno no beisebol rumo à MLB

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