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NFL

Confira quem são os principais prospectos ofensivos do Draft 2021 da NFL

(por Ricardo Menegueli) A classe de 2021 pode, com absoluta certeza, ser classificada como a mais talentosa em relacao a ataque desde 2018, quando tivemos cinco quarterbacks escolhidos no primeiro round, além de nomes como Quenton Nelson (que hoje e, provavelmente, o melhor guard da liga) – sexta escolha geral.A classe tem a possibilidade das quatro primeiras escolhas serem quarterbacks – apesar de eu desacreditar disto – além de talentos como Sewell (Tackle) e Pitts (Tight End) que podem reforcar o fato da classe ser dominante em talentos ofensivos. Muitos mocks de insiders e analistas americanos inclusive apontam o Top 6 com quatro QBs, Sewell e Pitts no Top 6.Além disso, o resto da classe de recebedores e de linha ofensiva tem enorme potencial para ser, no futuro, ao menos partes importantes de elencos na NFL e servir para que alguns times, fracos ao longo das últimas temporadas nesta celula, possam resolver seus problemas.Sem mais delongas, vamos à lista dos 17 melhores prospectos de 2021 (era para ser 15, mas dei uma “roubadinha” porque a classe é muito boa). Quarterbacks Trevor Lawrence, Quarterback, Clemson – Top 1O “brabo” tem nome: Trevor Lawrence. Também conhecido como “Sunshine”, o quarterback foi um fenomeno no College. Já no seu primeiro ano, assumiu a titularidade de Clemson e liderou o time de forma brilhante ao título do universitário, além de um vice-campeonato em seu ano de sophomore e uma semifinal (tambem conhecida como Sugar Bowl) na última temporada. Lawrence tem força no braço, ótimo footwork, é preciso, faz leituras de campo absurdamente maduras, passa em movimento e, na sua última temporada, teve 69% de precisão para mais de 3 mil jardas, 24 touchdowns para somente cinco interceptações e, como se não bastasse todo o talento com os braços, ele também sabe correr com a bola, marcando  oito touchdowns terrestres. Sua linha ofensiva jogou absurdamente mal contra Ohio State e, ainda assim, conseguiu passar para 400 jardas. Eu poderia passar o dia aqui dizendo todas as qualidades de Lawrence, mas o Top1 responde por si. Zach Wilson, QB, BYU – Top 2Vamos supor que “Sunshine” não fosse um QB desta classe e que os Jaguars tivessem a difícil tarefa de escolher um novo passador para sua franquia. Isto não seria um problema, já que Zach Wilson também é um prospecto de muita qualidade. Talvez o pecado de Wilson seja estar no draft atual, pois também tem força no braço, lê bem as jogadas, tem uma janela de precisão absurdamente apertada e sabe correr. Os mais otimistas diriam que Wilson é melhor que o Sunshine, mas sem tanta mídia pois não foi um fenômeno desde o primeiro ano no College. Na sua última temporada, ele conseguiu a facanha de 73.5% de precisao de passes, quebrando o recorde de Steve Young no College, além de 3.692 jardas para 33 touchdowns e apenas três interceptações. Em geral ele gasta as jardas corridas na red zone, uma vez que o quantitativo terrestre(255) é pequeno perto dos 10 touchdowns corridos que marcou. E então, os Jets perderão a chance de provar que Wilson é um “Sunshine com menos mídia”? Não creio. Justin Fields, QB, Ohio State – Top 15Muitos analistas dão conta de que Fields tem mais teto que Wilson, mas, apesar disso, o talento de Ohio State está um pouco mais cru. Como sabemos, uma das principais qualidades de um QB na NFL seria sua presença no pocket, já que cada vez mais os pass rushers estão evoluindo e ficando maiores, mais fortes e mais rapidos. Fields, por sua vez, ainda parece um pouco displicente e “ousado” demais para os padrões da NFL, algo que pode ser perfeitamente trabalhado, mas acaba sendo um ponto de atenção. Vimos em Lamar Jackson, por exemplo, que decidir com as pernas nem sempre vai funcionar, e Fields, apesar de muito melhor passador que Lamar, precisará tomar cuidado para não se viciar neste sentido. Apesar destes pontos de atenção, ele é sim um excelente playmaker, bom passador, tem um braço muito forte e um bom trabalho de pernas e quadris. Trey Lance, QB, North Dakota State – Top 15Talvez o grande talento cru da classe. Ele tem habilidades e está em um status hoje muito similar ao de Josh Allen em 2018, quando muitos o consideravam um diamante bruto. As entrevistas demonstram também que Lance tem um excelente QI de jogo e alguns general managers da NFL que o entrevistaram se impressionaram com a capacidade do atleta de identificar seus pontos de melhoria sem que lhe fosse dito, além de parecer um leitor assíduo dos playbooks. O que pesa contra o atleta é o fato de ter feito apenas uma partida na temporada passada, com altos e baixos e 149 jardas passadas, além de outras 143 corridas, totalizando três touchdowns e uma interceptacao. Um diamante bruto, mas que pode (e deve) ser lapidado por uma equipe da NFL que precisa, desesperadamente, de um QB para chamar de seu. Mac Jones, QB, Alabama – Top15 (deve ser recrutado na terceira escolha pelos 49ers)Mac Jones teve uma senhora temporada por Alabama em 2020, com 4.500 jardas passadas, 41 touchdowns e apenas quatro interceptações, além do título do College no mesmo ano. Mas, temos que lembrar de alguns fatores cruciais antes de coloca-lo neste pedestal tão alto. O primeiro deles basicamente fala de suas armas de ataque, das quais algumas falaremos aqui, sendo uma delas o Heisman Trophy de 2020. Alguns passes de Jones eventualmente seriam desperdicados se o seu corpo de recebedores não fosse tão talentoso. Podemos dizer que tem bom braço – nada excepcional – boa leitura e uma janela de passe de “OK para boa”. O trabalho de pernas dele precisa de melhora para que boa parte destes atributos evolua. Apesar disso tudo, até Adam Schefter dá conta de que Mac Jones deve sair antes de Fields e Lance. Estou curioso e prometo não me aborrecer. Jogadores de Linha Ofensiva Penei Sewell, OT, Oregon – Top 5Sewell pode não ser o mais talentoso para jogo terrestre, talvez você não o veja tanto empurrando os defensores feito um trator, mas ele tem muita capacidade e naturalidade no pocket para defender seu quarterback. Os pass rushers do College, em muitos momentos, pareciam crianças jogando contra Sewell. Ele também tem a capacidade de ocupar espaço com naturalidade e dificilmente os pass rushers o contornam ou usam truques para passar por ele. Sewell tem um ótimo trabalho de pés e braços, pontos fundamentais para os tackles. O top 5 que apliquei é porque vejo Falcons ou Bengals recrutando o calouro. Alijah Vera-Tucker, OT/G, USC – Top20Vera-tucker tem uma das caracteristicas mais valiosas em um tackle/guard na NFL: ele consegue diminuir a altura de seu centro de gravidade com competência, por isso, dificilmente ele é empurrado para trás pelos pass rushers ou jogadores de linha defensiva. Ele talvez não seja tão natural quanto Sewell, mas, em geral, também executa, com boa fluidez e naturalidade, todos os movimentos. O atleta de USC mostrou ao longo da última temporada toda a sua capacidade física. Apesar disto, fica um pequeno adendo para a sua dificuldade, ainda que não tão latente, em empurrar os defensores para trás/lado em situações de corrida, apesar de abrir gaps generosos para os mesmos. Tucker também tem um bom jogo de braços. Rashawn Slater, OT/G/C, Northwestern – 1º roundTalvez o que pese contra Slater seja a sua baixa estatura e peso em comparação aos demais prospectos da linha ofensiva, porém, ele compensa a falta de massa com sua capacidade de usar a energia do defensor contra ele mesmo, talento que em alguns momentos pode ser mais interessante do que apenas lutar contra isso. Jogar um DT ou EDGE para longe graças à velocidade dos mesmos pode dar tempo precioso o suficiente para que o QB execute um passe perfeito ao invés de uma interceptação no desespero. Slater vai precisar provar que “tamanho não é documento”, estou torcendo por ele e acho que o prospecto vai conseguir uma escolha ainda na primeira rodada, sofrendo apenas por algumas horas de draft. Alex Leatherwood, OT, Alabama – 1º roundO que falta para Slater, sobra para Leatherwood. O tackle de Alabama e um dos muitos responsáveis pela temporada meteórica de Mac Jones, pois ele é a combinação de peso, altura, mobilidade e agilidade. O prospecto vai precisar desenvolver melhor suas aberturas de gap para o jogo corrido, talvez seja o seu grande ponto de atenção e, por isso, ele talvez não esteja brigando pelas 10 primeiras escolhas do draft hoje, já que precisará de algum tempo para desenvolver isso. Apesar de tudo, suas habilidades padrão são todas bem naturais, apesar de alguns membros do corpo técnico de Alabama dizerem que ele teve lapsos de preguiça ao longo de sua carreira no College. Talvez fundir Slater e Leatherwood faria de ambos o “megazord perfeito” para a NFL. Christian Darrisaw, OT, Virginia Tech – 1º roundO ponto contra Darrisaw, apesar de seu tamanho, atleticismo e jogo de pés, e a sua falta de atenção em alguns snaps da sua carreira no College. A falta de comprometimento em defender a qualquer custo seu quarterback, demonstra preguiça ou desinteligência. Muitas vezes o pass rusher passa pelo OT e o ideal seria um “holding” para pelo menos não perder a descida, mas Darrisaw mostrou que facilmente desiste de lances que considera perdidos. O que pesa a favor do bom prospecto são seu tamanho e, apesar do peso, sua agilidade e explosão na primeira leitura do pass rush. Teven Jenkins, OT, Oklahoma State – final do primeiro ou início do segundo roundJenkins tem talvez a melhor combinação de habilidades, biotipo e entendimento de jogo dos prospectos, mas também não deve ter um teto mais alto do que já é hoje. Jenkins fez excelentes partidas por Oklahoma na última temporada como tackle, mas existem indícios fortes de que, dada a sua aparente estabilidade física e de habilidades, ele deva ser movido para guard, o que em geral, considerando a atual classe de linha ofensiva, significa que ele perderá valor no draft. Jenkins deve causar impacto na equipe que o selecionar imediatamente, mas precisa ver qual será seu potencial de evolução. Jackson Carman, OT/G, Clemson – final do primeiro ou início do segundo roundQuer conhecer o melhor de Carman? Assista ao vídeo do jogo contra Notre Dame. Na minha terra, Carman seria conhecido como “latão de goiabada”, dado o seu peso e tamanho que estão um pouco acima dos demais prospectos desta lista – em alguns casos, chega a passar dos 15 quilos de diferença. Talvez Carman não seja tão rápido quanto os demais prospectos da lista e isso pode fazer ele ter o mesmo efeito de Jenkins, sendo movido para guard, consequentemente perdendo valor no draft, dada a quantidade de jogadores de linha ofensiva com boa qualidade. Dos que estão nesta lista, a minha visão diz que ele poderia estar mais acima na avaliação dos managers e scouts da NFL, mas quem sou eu, certo? Carman tem a minha torcida. Wide Receivers Ja’Marr Chase, WR, LSU – Top15Chase parece estar pronto para a NFL desde a temporada passada, porém, ele decidiu continuar no College em 2020. O atleta correu 40 jardas em 4.4s, impressionou em quase todos os jogos pela LSU e também no pro-day, demonstrando ser um excelente prospecto. A principal característica do jogador, na minha opinião, passa pela capacidade do mesmo em se separar do marcador. Ele bate o pé e, de repente, o marcador está a dois ou três passos de Chase. Correr rotas também é uma das qualidades do atleta. Eu tenho as minhas dúvidas com a falta de jogo competitivo, mas nenhum comentário sobre a capacidade atlética. Foram 1.780 jardas na sua última temporada como universitário, com um total de 20 touchdowns. Jaylen Waddle, WR, Alabama – Top15A comparação de Waddle é com o wide receiver mais difícil de ser marcado em rotas longas: Tyreek Hill. Eu acredito que colocar esta pressão em um atleta jovem talvez não seja inteligente, mas Waddle acelera a passada, corre boas rotas e troca de direção “do nada” em alta velocidade, até para os níveis elite da NFL. A sua capacidade de correr rotas impressiona tanto quanto Chase, porém, ele tem menos altura e peso, o que dificulta o atleta de disputar uma bola na lateral. Waddle deve ser adquirido a peso de ouro, pois trata-se de uma das principais armas de Mac Jones para a sua ascensão meteórica no College. Devonta Smith, WR, Alabama – Top15Troféu Heisman de 2020, pouco a apresentar, muito a ser dito: ele deve ter sido a principal razão pela qual Mac Jones está bem cotado neste draft. Sugiro dedicar uns cinco minutos e assistir aos melhores momentos de 2020. Talvez o que pese contra Smith seja o fato dele ter jogado até 2019 na sombra de Ruggs e Jeudy, que hoje estão na NFL, e isso faz dele um prospecto com um excelente ano, mas relativamente discretos anos de início no college football – porém, temos que dar crédito onde há: os outros dois saíram e ele assumiu o protagonismo sem parecer que era, de fato, algo pesado. Não sentir a pressão é uma característica espetacular para um jovem talento. Esperamos que isso se repita na NFL. Tight End Kyle Pitts, TE, Florida – Top5Bom, se tivemos todos os elogios para Lawrence pela sua carreira meteórica no college football, Pitts também é considerado por muitos como um talento a ditar o ritmo das próximas gerações, assim como Rob Gronkowski. Pitts recebe bem, é ótimo nos bloqueios, corre o tempo de 40 jardas perto dos wide receivers (4.48s), e foi quase como ver uma girafa recebendo bolas lançadas ao alto no meio de um monte de cavalos. Quase ninguém conseguia marcar Pitts em suas partidas no College e ele beirou, na última temporada, a média de 100 jardas por jogo. Espero que não caia em nenhuma franquia da divisão do meu time favorito. Running Back Najee Harris, RB, Alabama – 1º round1.224 jardas, média de quase 100 jardas por jogo e uma partida brilhante contra Clemson.  Se Smith e Waddle foram os nomes que consagraram os passes nem sempre perfeitos de Mac Jones, Harris foi tão disruptivo que as defesas mais simples do College não sabiam exatamente quem ou o que marcar graças ao Harris. Quando RB corria, a média era de quase seis jardas por carregada, além disso, ele tem um biotipo diferente do padrão dos running backs (ele é maior que a média e mais pesado também) e, mesmo com tudo isso, corre 40 jardas em 4.5 segundos.

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