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NFL

Confira que são os principais prospectos defensivos do draft 2021 da NFL

(por Ricardo Menegueli) A classe de ataque do draft 2021 da NFL talvez seja a mais promissora dos últimos anos, mas a de defesa por sua vez pode ter a seu favor a maturidade por enfrentar tantos talentos que entrarão na NFL em 2021. Curiosamente, nesta classe os cornerbacks dividem o destaque com os pass rushers, já que os recebedores estão cada vez mais velozes e com trocas de rotas absurdamente rápidas.Como não há uma noção precisa e os talentos estão bem distribuídos entre linha e secundária, não dá pra mapear o que vai acontecer, mas dada a capacidade e o talento dos jogadores ofensivos, teremos menos estrelas defensivas escolhidas nas dez primeiras escolhas, podendo ocorrer que nenhuma escolha defensiva ocorra no top 10.Sem mais delongas, vamos a lista. Linebackers Micah Parsons, OLB/ILB, Penn State – Top 20O ponto principal a favor de Parsons é a sua versatilidade: pode jogar tanto no pass rush, quanto na marcação interna, ajudando a “trincheira”. Devido a esta característica, o ideal seria brincar com essa dupla-capacidade, sendo o fit ideal para o atleta um time com esquema 3-4, pois com isso poderia causar uma confusão ou até falsas blitz. O principal ponto de atenção, é o fato do jogador não ter um instinto tão aguçado, nem uma leitura de jogo de alto nível, que elevariam seu patamar de bom para excelente ILB. Talvez isso culmine com a utilização mais como OLB do que como ILB. O fato de ter corrido para 4.39 segundos no tiro de 40 jardas no Combine, significa que ele pode acompanhar uma corrida por dentro de um running-back ou uma recepção de um tight-end ou slot-receiver. Jeremiah Owusu-Koramoah, OLB, Notre Dame – 1º roundSe Koramoah estivesse no draft do ano passado, ele estaria mais bem cotado, já que teve 79 tackles e 8.5 sacks, mas a verdade é que o ano de 2020 foi relativamente fraco para o OLB. Apenas 1.5 sacks e 61 tackles, números discretos para um OLB, especialmente porque espera-se que um pass rusher chegue no QB com alguma regularidade. A seu favor, temos 3 fumbles forçados e 3 passes desviados, ambos números relacionados a um esforço secundário do atleta que, já que não conseguia chegar com tanta frequência no passador, ao menos se mantinha lendo seus olhos e usava o fator surpresa como arma, mesmo que eventualmente. Fatores a levar em consideração: ele também consegue trabalhar em coverage, versatilidade interessante para revezamento, além de ter um perfil atlético mais parecido com um safety do que com um linebacker.  Jamin Davis, OLB/ILB, Kentucky – 1º roundMais um caso de linebacker com versatilidade. Davis parece mais interessante pelo interior da marcação do que como pass rusher. Acredito que como tem um porte mais interessante é parecido com o de linebacker, e por ser um jogador com bons instintos e leitura de jogo, deve ser aproveitado na posição. Porém, não me surpreenderia se fosse draftado por um time com duas estrelas no pass rush e servisse como uma opção de fake blitz em um 3-4 bem montado. Evitando qualquer surpresa com sua velocidade, as 40 jardas em 4.4 segundos indicam que o atleta teria um fit perfeito nos times com necessidade de um LB versátil. Além disso seu pro-day foi extremamente impressionante, vale a pena conferir os melhores momentos. Zaven Collins, OLB/ILB, Tulsa – 1º ou 2º roundParece uma tendência entre os linebackers dessa classe, mas no caso de Collins trata-se mais de uma questão tática: observando os jogos de Tulsa, jogando em 3-4, ele parecia preguiçoso com mais um linebacker/safety atuando pelo meio no segundo nível da defesa, porém um poderoso OLB quando no pass rush. Em contrapartida, quando se sentia mais responsável pelo meio da linha no 4-3, ele parecia cobrir muito espaço, muito mesmo. Devido ao seu tamanho e peso, seria talvez o antídoto para alguma equipe da AFC Sul parar Derrick Henry nas corridas do Tennessee Titans, já que ele tem capacidades atléticas fora do normal. Eu apostaria nele como um ILB em sistema 4-3 e colheria os frutos do instinto e responsabilidade que ele tem quando está neste sistema visando parar o jogo corrido e passes em zona cinza. Azeez Ojulari, OLB, Georgia – 1º ou 2º roundO primeiro pass rusher de ofício da classe ajudou Georgia a pressionar basicamente todos os quarterbacks que enfrentou na última temporada. Porém a palavra ajudar não necessariamente significa que ele será o fit perfeito para equipes na NFL, que cada vez mais dependem exclusivamente dos dois pass rushers para pressionar – e chegar – no quarterback. Se Patrick Mahomes, por exemplo, tiver um lado chegando nele e o outro lado apenas ajudando, essa ajuda vai virar desespero em menos de 1 segundo. Mas ele “deve” tanto, porque ele está “tão alto” no draft? Simples. Ele tem um teto de aprendizado maior que a média. Como ele tem aptidão física e trata-se de um pass rusher puro, ele pode aprender – igual Shaquil Barrett aprendeu por muito tempo com Von Miller. Defensive ends Kwity Paye, DE, Michigan – 1º roundMais um pass rusher de ofício, mas dessa vez mais para um defensive-end do que um Linebacker. Paye tem as características de um bom DE: ele gosta de trocar de direção constantemente, seja vindo pelo meio sem tentar o outside, seja vindo por fora, dando a volta no tackle, ele tem boas estatísticas também de tackle para perda de jardas, normalmente uma função na qual não se tem tanta visibilidade quanto o sack, mas ao longo da carreira no college e em momentos-chave o atleta apareceu para ajudar Michigan. Gostaria de vê-lo em um time que já tenha um ótimo pass-rush no mesmo esquema. Acredito que sob a tutela de, por exemplo, Aaron Donald, ele poderia evoluir e se tornar um dos principais rushers da liga. Jaelan Philips, DE, Miami – 1º roundPhilips assumiu o pass-rush de Miami na última temporada como titular e (espero que vocês não fiquem chateados comigo aqui), totalizou 8 sacks – o que parece ser um número alto para essa classe do draft. Ele tem atributos atléticos absurdos, ele tem bom jogo de mãos e conseguiu contornar defesas e pressionar QBs com alguma facilidade, porém desde o dia 1 no college teve problemas extra-campo. Nada agressivo, mais para o lado pessoal. Enquanto alguns times falam que ele passou por esses problemas, alguns insiders dizem que este comportamento no início de sua carreira no college pode manchar sua escolha no draft – não a ponto de tirá-lo do mesmo, mas a ponto de derrubá-lo um pouco em detrimento a outras escolhas de draft. Uma pena para uns, sorte de quem está no final da fila do primeiro dia e precisa de um pass rusher. Eu apostaria nele, se fosse gerente-geral de alguma franquia. Jason Oweh, DE, Penn State – 1º roundTalvez o maior caso onde ser leão de treino vai levá-lo longe e também a sério candidato a free agency em 2-3 anos, mas devemos levar em consideração que ele mostrou potencial em todo o processo pré-draft. Infelizmente em campo ficou devendo, já que em 7 jogos ele conseguiu a façanha, como pass rusher, de totalizar 0 sacks e um total de 7 sacks em toda a sua passagem pelo college. Apesar disso, ele tem bom atleticismo, é forte, inteligente e tem bom trabalho de braços. Sua principal característica é a capacidade de ler os gaps que a OL tenta cavar para os RBs e causar tackles para perdas de jardas. Dos seus 29 tackles na última temporada, 9 ocasionaram perdas. De repente tentar trazê-lo para MLB/ILB e desenvolver o instinto dele seja uma ideia, mas a NFL é um jogo de mágica: às vezes os treinadores fazem milagres com prospectos medianos, e as vezes prospectos medianos conseguem se vender como primeiro round – o que parece ser o caso de Oweh. Gregory Rousseau, DE, Miami – 1º ou 2º roundSuperestimado – este é o termo que alguns times da liga usaram para definir Rousseau. Apesar dos bons números e de ótimas atuações por Miami, a sensação que tive ao ver alguns de seus filmes é de que as OLs começaram a se preocupar com os dois pass rushers de Miami, o que significa tomar conta de nenhum e consequentemente Rousseau se destacou. Apesar disso, ele tem muita força bruta, mas falta um pouco de velocidade. Comparando com outros pass rushers que já estão na liga, “dobrar a esquina” com Rousseau parece como manobrar um caminhão. Apesar disso, o prospecto de pouco mais de 120 kgs pode “secar” e trabalhar no seu jogo de pés para facilitar – e melhorar – suas voltas nas OLs adversárias. Prospecto para “comprar na planta”, ou seja, desenvolver suas habilidades ao longo dos anos. Dayo Odeyingbo – DT/DE – Valderbilt – 1º ou 2º roundTalvez a falta de sacks do atleta seja um fator negativo, com apenas 5.5 na temporada 2020. Porém 9 tackles para perdas de jardas e as constantes pressões no quarterback adversário sugerem que Odeyingbo seja um bom steal para este draft, já que pode jogar como tackle ou defensive end (e ser efetivo em ambas). Outro fator contra o atleta de Vanderbilt seria sua lesão no tendão de aquiles pouco antes dos workouts previstos no calendário do draft, mas se estiver devidamente cuidado e tratado de acordo, eu acredito que ele será um nome a ser observado na liga. Primeiro round parece uma realidade relativamente distante, mas dificilmente o bom atleta passará do segundo round. Cornerbacks Jaycee Horn, CB, South Carolina – Top 1216 tackles, duas interceptações e seis passes desviados pelo atleta, até ele decidir não jogar os últimos três jogos da temporada. Olhando para alguns times, os quais seus cornerbacks passaram vergonha na última temporada, adicionar Horn – que fez bons jogos na última temporada – seria um upgrade imediato. Seria utópico falar que times que figuram entre a 7ª e a 15ª escolha do draft não precisam de secundária e Horn alia boa cobertura de zona com boa altura, essencial para cobrir jogadores que gostam de receber passes nas laterais. Patrick Surtain, CB, Alabama – Top15Parece uma tendência que os corpos de cornerbacks atualmente precisam também de um atleta mais alto para cobrir jogadores como Julio Jones e DeAndre Hopkins, motivo pelo qual a tendência dos principais prospectos e de não serem atletas tão rápidos, mas altos e com boa envergadura de braço – que é o caso de Surtain. O que fica para o time que o escolher analisar é a sua irregularidade ao longo da temporada. Alguns dizem que o fato de Surtain jogar em Alabama  – que ganhou uma parcela razoável de seus jogos com placares bem cheios de pontos – deu uma maquiada nas falhas do atleta, mas a verdade deve ser dita: Surtain deve ser jogador da NFL, e ser bem pago a partir do dia 1. Potencial para o futuro ele tem, precisamos ter paciência, e o time que o escolher vai precisar trabalhar sua regularidade. Caleb Farley, CB, Virginia Tech – 1º roundMais um caso que eu não entendo como ex-atleta, mas entenderia como futuro empresário: Farley não quis jogar a última temporada do College. O problema no caso dele não trata-se de teto de aprendizado, mas sim sua propensão a lesões, e isso é um problema para a NFL em geral, por ser mais física e dolorosa para os atletas. Apesar disso, enquanto esteve em campo o cornerback de Virginia Tech foi o mais consistente e eficiente, na minha opinião, da lista atual. Ele tem boa envergadura e dificilmente perde contato com o jogador que está marcando. Apostem ou não, Farley deve sair no primeiro dia de escolhas. Tyson Campbell, CB, Georgia – 1º ou 2º roundEu já mencionei dentre os prospectos sobre como a NFL é física e exige uma “lata” mais robusta dos atletas? Se não mencionei ainda, precisamos falar da falta dessa lata por parte de Campbell. Ele é alto, tem boa velocidade e boa aceleração, mas quando você é mais leve em geral que a média dos recebedores da NFL, um tapa nas costas pode – e vai – te deslocar. Isso ocorreu algumas vezes em Georgia e deve ocorrer na NFL com mais frequência. Apesar disso, quando o jogo fica menos físico e mais técnico, Campbell faz boas leituras de jogo e consegue incomodar os recebedores – o que significa que o quarterback tem mais pressão e menos janela pra arremessar a bola. Esperamos que Campbell ganhe cerca de 8 kgs de massa magra e vá pra pancadaria com os recebedores, todo tackle e bem vindo na NFL. Safety Trevon Moehrig, S, TCU – 1º round“Assista ao jogo de Moehrig contra Oklahoma State.” , foi o que ouvi de um amigo antes de tomar a decisão de não colocar um safety nessa lista. Moehrig tem tamanho de Safety, tem postura de safety e vontade de tacklear alguém de safety, então só safety ele pode ser. Com boa envergadura e boa leitura de jogo, ele foi peça crucial no esquema defensivo de TCU, com 39 tackles – sendo 2 deles para perda de jardas. Talvez melhorá-lo para situações de safety blitz seja interessante. Enquanto alguns times da NFL consideram ele um prospecto de 2º ou até 3º round, a leitura dos analistas é de que não temos uma classe excelente de safeties, entao Moehrig será a primeira opção de quem precisar de um safety – o que provavelmente coloque o jovem no primeiro round.

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