(por Rafael Lima) Jogo 6 em Milwaukee, “championship point” para os Bucks, torcida enlouquecida, atmosfera perfeita para uma comemoração inesquecível. O time da casa roubou uma vitória em Phoenix e se colocou nessa condição totalmente favorável. Do outro lado, o Phoenix Suns do craque Devin Booker e do monstro Chris Paul, que provavelmente tinha sua última chance de ser campeão, queria levar a derradeira decisão para o Arizona. A sorte estava lançada e os ingredientes indicavam um jogo histórico. E assim aconteceu.O duelo começou nervoso, com ambos os times se destacando mais na defesa do que no ataque. No toma lá dá cá, uma cesta de três pontos de Chris Paul fez Mike Budenholzer parar o jogo. Na volta do “timeout” os Bucks melhoraram ofensivamente e Khris Middleton começou a pegar fogo, com roubadas de bola e arremessos certeiros, o All-Star era o principal atleta em quadra no início. Quando Bobby Portis entrou no jogo, ele e Jrue Holiday incendiaram a quadra, fazendo a torcida explodir nas arquibancadas e o placar apresentar 18 a 11 para os anfitriões. Após mais um pedido de tempo, Giannis Antetokounmpo e Bobby Portis fizeram uma bela sequência que colocou dois dígitos de vantagem para Milwaukee. E, nesta tônica, o primeiro quarto terminou com o time da casa abrindo boa diferença (29-16).O Phoenix Suns voltou muito melhor no segundo quarto, anulando Milwaukee com uma defesa sólida, que obrigava os Bucks a afunilarem o jogo, na transição, o time visitante passou a atuar mais coletivamente e as bolas passaram a cair. Com uma “run” de 8-0, a equipe do Arizona voltava para a disputa, obrigando Budenholzer a parar o embate. Milwaukee melhorou, mas Phoenix seguiu melhor, fechando todas as armas dos anfitriões, contestando arremessos e fechando o garrafão. Com esta mudança de panorama, Deandre Ayton bateu lances livres para virar o placar. Que reviravolta!Os Suns deixavam Giannis Antetokounmpo trabalhar sozinho e se mantinham na frente com ataques bem trabalhados e CP3 doutrinando. O segundo período era de domínio total dos forasteiros. O placar só não era dilatado porque o grego estava inspirado. No embalo de CP3, Phoenix foi para o intervalo com o placar favorável em 47 a 42. O segredo da virada foi a defesa completamente encaixada, não dando opções de jogadas aos Bucks, e Chris Paul jogando e fazendo o time jogar no ataque. O duelo voltou equilibrado, mas logo Giannis Antetokounmpo chamou a responsabilidade e entrou no modo MVP, passando por cima da marcação e incendiando a torcida. Assim, faltando oito minutos para o fim do terceiro período, os Bucks retomaram a vantagem. Numa jogada de 4 pontos de Jae Crowder o Phoenix Suns retomou a vantagem. Mas, a partir daí a liderança começou a mudar de mãos a cada jogada, até uma enterrada absurda de Brook Lopez trazer a torcida para dentro da quadra e colocar os Bucks com três pontos de frente. Giannis continuava impecável, mas o Phoenix Suns conseguia se organizar melhor no ataque com a participação coletiva funcionando como nos bons momentos do segundo quarto. Budenholzer parou novamente o embate de forma estratégica e reorganizou a defesa de Milwaukee. Só que após um tempo de Monty Williams, a agressividade defensiva dos Suns aumentou repentinamente e os visitantes voltaram a equilibrar as ações, dando a certeza que o quarto período seria épico. Os times entraram no período derradeiro iguais em 77 pontos, até Bobby Portis recolocar os Bucks na frente. Mas o duelo era lá e cá. Além disso, o clima em quadra era tenso, cada lance brigado, realmente o jogo 6 estava sensacional. Que final!Giannis Antetokounmpo chamava a responsabilidade por Milwaukee, enquanto Chris Paul puxava a fila dos Suns. Os astros queriam ser decisivos de qualquer maneira. Apesar dos esforços de CP3, o Greak Freek estava impossível, imparável e onipresente. Bem no ataque e na defesa. Uma enterrada no meio de três defensores, faltando seis minutos para o fim, foi a representação da performance memorável de Giannis. O Phoenix Suns tinha muita dificuldade para pontuar, enquanto do outro lado era bola em Antetokounmpo e a cesta sairia de uma forma ou de outra. Giannis estava iluminado em uma das maiores atuações da história das finais da NBA. Os Suns ainda tentavam colocar água no chope dos fanáticos torcedores da franquia do Wisconsin, mas Khris Middleton, no seu momento, definiu a partida e os Bucks conquistaram o título após 50 anos de espera. Final: Phoenix Suns 98-105 Milwaukee Bucks A tão sonhada conquista da geração de Giannis Antetokounmpo, que chegou a ser considerado ‘amarelão’, finalmente aconteceu. E o grego teve uma das maiores performances individuais de um jogador numa final de NBA (50pts e 14reb), o astro não parecia humano, estava no ataque e na defesa com a mesma intensidade, acertou quase todos os lances livres que bateu e levou o tão esperado título para a “Mecca”.Pós-temporada sensacional de Milwaukee, que eliminou o favorito Brooklyn Nets e soube dar a volta por cima na final após estar perdendo por 2 a 0. A festa no Wisconsin não terá hora para acabar. Do lado perdedor, grande temporada do Phoenix Suns, que voltou às finais da NBA, passando pelo então campeão Los Angeles Lakers, e valorizou demais o título dos Bucks. Caso Chris Paul renove com a franquia do Arizona, os Suns voltarão em alto nível de competitividade para 21/22.A emoção nos olhos de Giannis Antetokounmpo ao final da partida, demonstra o valor do esporte. Realmente foi uma noite memorável para todos os fãs da NBA.
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