(por Natassjia Bouchard) Era dia 25 de janeiro de 2020 e eu estava comemorando a festa de aniversário de 24 anos da minha melhor amiga. Ela, torcedora dos Lakers e eu do Heat. Fizemos o tema da festa em homenagem ao seu jogador favorito: Kobe Bryant. Afinal, Kobe já havia jogado com a camisa 24. Todos vestidos com jerseys de seus times, com um bolo amarelo e roxo e um mini Kobe de pelúcia, parecia a festa perfeita para qualquer torcedor fanático. E realmente foi! Dormimos às 5 da manhã e quando acordamos no dia seguinte, uma notícia atravessou nosso coração. Não conseguimos acreditar, parecia até uma piada infantil e sem gosto! Como que o homem que havíamos acabado de homenagear tinha morrido? A visão ficou turva e o estômago embrulhou. Talvez até um pouco céticos, procurávamos em todos os sites de notícias se era verdade ou não, porque não podia ser! Não podia… Até que veio a confirmação. E era verdade. E a primeira gota de lágrima caiu. Ele não era do meu time, nunca o tinha visto pessoalmente e muito menos falado com ele, mas o que eu sentia naquela hora era como se um pedaço de vidro tivesse quebrado em minhas mãos. Independente do que tentasse fazer, não conseguiria colocar os pedaços juntos novamente. E assim, outra lágrima caiu. Sentei no banco do metrô incrédula. Triste. Chorando. Eu havia passado toda minha “vida de torcedora” dizendo que não gostava do Mamba. “Ele é muito fominha”, “Se acha”, “Deveria ter se aposentado antes”. Mas eu estava errada. Eu achava que não gostava dele. Mas, eu não só simplesmente gostava, como amava. Amava o que ele representava para o basquete, para a luta por direitos iguais na WNBA, para a rivalidade e a torcida. Amava seu companheirismo com sua esposa e seu apego com as suas filhas. Amava. Dizer esse verbo no passado é doloroso. Hoje, Kobe Bryant faria 43 anos. Nesta data, devemos sim celebrar seu legado. É óbvio e conhecido que ele foi cinco vezes campeão da NBA, duas vezes MVP das Finais, 18 vezes All-Star, uma vez MVP. Mas, Bryant também foi pai, amigo, filho e esposo. Kobe foi, mas ainda é. Kobe segue sendo pai para suas filhas, é esposo (ou “papi” como Vanessa o chama) e ainda é amigo para diversos jogadores da NBA. Black Mamba ainda é e sempre será inspiração, pois seu legado não morreu. E é isso que eu amo sobre ele. Amo sua história, sua superação e sua luta. Amo que seu nome foi dado após verem o “Kobe beef” em um restaurante japonês e também amo o fato dele ter processado uma cidade japonesa por isso. Amo, no presente.Kobe está vivo no coração de todo amante do esporte, pois lendas nunca morrem. Feliz aniversário, Black Mamba.
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