(por Eduardo Schachnik)Chamem um psicólogo, por favor! É deprimente assistir ao time de Atlanta sucumbir em campo toda semana, a equipe está emocionalmente em frangalhos. O torcedor sabia o que esperar, mesmo assim chegou a acreditar que os erros do SB LI e da semana 2 contra Dallas não aconteceriam novamente devido à fragilidade do ataque adversário, mas no fim, os Falcons encontraram um jeito de perder outra confortável liderança na reta final.Mérito aos Bears, que sabiam quem enfrentavam. Matt Nagy tinha certeza de que o mais simplório quarterback era o bastante para abater a defesa adversária, tanto que substituiu Trubisky no 3º quarto, mesmo quando o jogador não apresentava uma performance tão ruim (128 jardas, 1 TD e 1 interceptação, além de 45 jardas terrestres). Foles tomou as rédeas do ataque e não precisou fazer muito, pois a defesa de Atlanta serviu-lhe a vitória em uma bandeja dourada.Com muito provavelmente a pior defesa da liga (pior em pontos cedidos e 2ª pior em jardas áreas antes do início da rodada), Atlanta entrou em campo com uma unidade ainda mais deficiente, uma vez que não contava com 4 titulares: o DE Takk McKinley (melhor pass rusher da equipe), o LB Oluokun (responsável por 3 fumbles contra o Cowboys) e os DBs A.J. Terrell (escolha de 1º round no último draft) e Ricardo Allen.O ataque, grande orgulho da franquia, também sofria o desfalque de seu melhor recebedor: Julio Jones (lesionado) e para piorar perdeu sua 3ª maior arma ofensiva ainda no 1º quarto: o recebedor Russell Gage, após uma pancada na cabeça.Ainda que tivesse perdido meio time, não há desculpa para a mais nova vergonha protagonizada pela franquia da Geórgia. Antes do jogo, Matt Ryan disse que a melhor forma de esquecer o papelão contra Dallas seria derrotar os Bears. E agora? Derrotar o Packers? Restam 13 jogos na temporada, 13 chances de esquecer, uma semana a vitória chega, ou não…O roteiro do jogo foi bem previsível para quem tem acompanhado os Falcons esse ano: dominância do ataque nos primeiros momentos e implosão psicológica no fim. Atlanta abriu o placar com uma campanha relâmpago de 3 jogadas (incluindo uma big play de 63 jardas de Ryan para Ridley), finalizada com um passe na goal line recebido pelo TE Hayden Hurst. Koo não converteu o extra-point, deixando o placar em 6×0.O Chicago Bears, mesmo com muito tempo de posse só conseguiu um FG com o brasileiro Cairo Santos. O kicker de Atlanta, Koo, se redimiu com um FG no começo do 2º quarto: 9×3. Mais tarde, no segundo período, o running back do Falcons, Brian Hill, arrancou para 35 jardas e deixou o placar em 16×3. Em resposta, Jimmy Graham selou uma drive longa de Chicago, que incluiu uma corrida de 45 jardas de Trubisky, com um TD numa jogada de play action na goal line: 16×10.No terceiro período, Atlanta fez outro drive rápido e efetiva, marcando o touchdown em uma corrida de 10 jardas de Todd Gurley, após outra big play de Ridley: 23×10. A defesa dos Falcons enganou os fãs por alguns minutos: Wreh-Wilson interceptou Trubisky (1ª interceptação do time na temporada), mas o turnover só rendeu um field goal: 26×10.Foi então que Matt Nagy percebeu que qualquer quarterback digno de ser titular na NFL venceria aquele jogo, portanto tirou Trubisky e colocou Nick Foles em campo. A primeira campanha de Foles teve o mesmo final que do seu antecessor: interceptação. Dessa vez foi Dennard que arrancou a bola das mãos de Allen Robinson no fundo da end zone. A arbitragem deu TD, mas reviu e marcou o touchback decorrente da interceptação. Na drive seguinte, Brian Hill dropou um passe fácil em uma terceira descida e o TO acabou em punt.Finalmente chegou o período final, e com ele o desespero de Atlanta. Tudo começou com um FG errado de 48 jardas pelo “confiável” Koo. Logo depois, Jones e Oliver bateram cabeça e Jimmy Graham recebeu um passe longo que deveria ser facilmente interceptado. A defesa dos Falcons conseguiu tomar um TD em uma 4ª descida para gol na linha de 17 jardas (a própria tentativa de 4ª para 17 já prova o quanto Nagy desdenhou da defesa adversária), mas a jogada voltou porque a bola tocou o chão antes de Anthony Miller ter controle, o que claramente foi identificado como um passe incompleto.Entretanto, minutos depois Graham recebeu passe na end zone para marcar seu 2º TD do dia. A conversão de 2 pontos foi interceptada pelo calouro Walker: 26×16. O resto do jogo foi desastroso para o time da casa: após um rápido 3 and out de Atlanta, Robinson marcou um TD de 37 jardas após Oliver perder um tackle ridículo tentando forçar o fumble (o que destacou o desespero psicológico da equipe): 26×23.Na sequência, outro 3 and out do antes possante ataque levou a mais um touchdown longo dos Bears. Dessa vez Anthony Miller completou a recepção para 38 jardas, sozinho no fundo do campo: 30×26 (primeira liderança dos Bears na partida).Atlanta recebeu a bola com pouco menos de 2 minutos para o fim e precisava de um touchdown. O ataque começou promissor com passes curtos e precisos, porém, em uma jogada incomum, Ryan errou Ridley por muito e foi interceptado facilmente por Gibson, que fazia uma cobertura dupla na jogada. Ponto final em mais uma tragédia georgiana. Final: Chicago Bears 30-26 Atlanta FalconsPara quem gosta de ver o lado bom das coisas, pouquíssimos torcedores dos Falcons puderam acompanhar in loco essa derrota melancólica.Os Bears tem 3 vitórias até aqui na temporada, mas todas conquistadas com muito sofrimento. A defesa segue sendo o motor do time e realmente se destaca na liga, por outro lado, o ataque tem muito que melhorar. Os números conquistados contra Atlanta não podem ser levados muito a sério, pois a defesa dos “birds” cedeu big plays ridículas e manteve seu péssimo aproveitamento. Ao final, os fãs de Chicago podem comemorar, além da campanha 3-0, o fato de Foles provavelmente se tornar o QB titular daqui para frente.Pelo lado de Atlanta, mudanças bruscas são aguardadas, pois não há qualquer indicação de que o time pode sair dessa depressão sem ajuda externa.
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