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Aumente o volume! Uma viagem musical pelas ligas americanas – Parte 4

(por Eduardo Schachnik) Nossa jornada está quase chegando ao fim, mas não poderia acabar sem essas pérolas que, com certeza, lhe foram apresentadas pelo mundo dos esportes e por mais que você não faça ideia do título, você está bem familiarizado com elas.Parte 4 – Famosas desconhecidasEsta seção foi especialmente reservada para aquelas canções que se alguém te fala o nome, você não faz ideia do que estão falando, mas se colocar para tocar, você solta um sonoro “aaaaah!” e canta junto. Pois é, mais do que quaisquer outros que apareceram nessa série especial, os artistas a seguir têm muito que agradecer aos esportes por lhes garantir royalties até hoje.Comecemos por aquela que tem o nome mais estranho: “Kernkraft 400”. O nome em alemão significa exatamente o que soa: “energia nuclear 400” e faz jus ao impacto que a criação do dj Florian Senfter (sob a alcunha “Zombie Nation”) causou no mundo dos esportes e vice-versa. Não deixe para depois, assim como você deve fazer com todas as músicas dessa seção, corra para o link e mate sua curiosidade. Se não deu pra acessar, aqui vai uma dica pra quem curte frequentar os estádios de futebol no Brasil: “ôoooo, ôooo-ôooo, ôo-ôo, que torcida é essa?!”.Surfando a onda eletrônica dos anos 2000, Kernkraft 400 fez sucesso com as próprias pernas em um primeiro momento, mas graças aos esportes ela é tocada até hoje constantemente. Há 20 anos, desde seu lançamento, ela é a música de gol do Boston Bruins e por isso ganhou muita popularidade enquanto o time conquistava três títulos na NHL (2011, 2013 e 2019). Na NFL, o Pittsburgh Steelers tem usado o som por mais de 10 anos, assim como Penn State na liga universitária. Na MLB, Seattle Mariners e Los Angeles Dodgers são clientes fiéis de Zombie Nation. Fora esses mais assíduos, o hit alemão é sempre bem-vindo na NBA e outras competições, por ser, sejamos francos, uma música perfeita para embalar a torcida.Outro exemplar contagiante da música eletrônica é “Sandstorm”, do dj finlandês Darude. Diferente da sua contemporânea Kernkraft 400, Sandstorm não deixa espaço para a participação do público, mas é igualmente capaz de incendiar um estádio com seu ritmo eletrizante. Outra diferença é o sucesso, que para Darude só veio 10 anos após o lançamento e tem uma ligação íntima com o futebol americano.Em 2009 a música foi tocada em um jogo da Universidade de South Carolina contra Ole Miss e levou os torcedores a um frenesi. Diante da grande aceitação, inciou-se uma tradição de tocar a obra tecno em todas as partidas da equipe da Carolina do Sul. Por volta de 2012, com o YouTube ganhando cada vez mais espaço, vídeos da torcida enlouquecendo ao som de “Sandstorm”, especialmente em um jogo contra a UGA, fizeram a música bombar na internet, ultrapassando as 500.000 cópias vendidas (há também uma ligação com um canal de games que ajudou nessa disseminação).O sucesso foi tão grande que as inúmeras buscas pelo nome da música originaram um meme: quando alguém pergunta qual o nome de uma música qualquer, engraçadinhos respondem “Sandstorm – Darude”. Brincadeira que até foi incorporada pelo YouTube em 1º e Abril de 2015, quando direcionava qualquer pesquisa para essa música, com a seguinte mensagem: “você quis dizer Sandstorm – Darude?”.Brincadeiras à parte, a música não é exclusividade da torcida dos Game Cocks. Tocada em praticamente todos os estádios de todas as ligas, “Sandstorm” (“tempestade de areia”) paradoxalmente brilha mais no gelo, sendo uma das principais músicas reproduzidas em jogos da NHL.O último elemento da era eletrônica é mais “old-school”: lançada em 1991, “Get ready for this” tem sido sinônimo de basquete da NBA desde então. A criação do grupo holandês 2 Unlimited tem uma ligação íntima com o basquete, por ter sido usada no filme Space Jam em 1996 e ser frequentemente tocada nas arenas. Você muito certamente não lembra do ritmo contagiante ao ler o título, mas confira o link, não vai se arrepender.Colocando um ponto final nessa lista de “famosas desconhecidas” apresento-lhes “Rock and roll part 2” de Gary Glitter. Essa é a única música do cantor a figurar no top 10 dos EUA, graças, você já sabe, ao esporte. Ao contrário da “part 1”, a segunda parte é basicamente instrumental e é por isso que foi tão bem-aceita nas arenas. Com um ritmo legal que é acompanhada por palmas e pelo grito “hey”, a música também ficou conhecida como “the hey song”.A obra adentrou o cenário esportivo pela NHL em 1976, graças ao diretor de marketing do Colorado Rockies, Kevin O’Brien, que posteriormente a levou consigo para o New Jersey Devils. Em 1982, as demais franquias de Denver (Nuggets e Broncos) “importaram” o hit para suas arenas. Mais à frente a música tomou conta dos estádios e seu autor chegou a arrecadar cerca de 450.000 dólares por ano em royalties.No entanto, após duas condenações por download de pornografia infantil e abuso sexual de menores, Glitter viu sua popularidade despencar nas ligas americanas. Em 2006, a NFL pediu que as equipes parassem de utilizar a canção original e em 2012 pediu que se evitassem até mesmo as versões cover. Na NHL, o Devils não precisou que a liga o orientasse para tomar essa iniciativa. Em 2015, com 70 anos de idade, o cantor foi sentenciado a 16 anos de prisão.Mesmo com o “banimento” da NFL, talvez pelo grande desconhecimento do público e até mesmo dos responsáveis pelo som, a música ainda é tocada com certa frequência em outras ligas e especialmente no âmbito universitário, onde as bandinhas a reproduzem paulatinamente enquanto a torcida aproveita para encaixar um “you suck” na pausa estratégica.Agora que já sabe como se chamam, fique à vontade para adicionar à playlist de suas festinhas e eventos esportivos e receba o elogio dos amigos mais nostálgicos.Confira a playlist completa da série: https://www.youtube.com/playlist?list=PL5GV7MORbunVuiscjHtUZupuzKiqJQmfn

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