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Futebol

Atlético de Madrid 21/22 – De patinho feio à principal potência espanhola

(por Rafael Lima) Nos últimos anos, quando se fala em times espanhóis, citamos sempre Real Madrid e Barcelona como as principais forças e o Atlético de Madrid sendo a terceira via que tenta surpreender. Porém, na última temporada o “Atleti” mostrou que, assim como em 13/14, tinha condições de surpreender e terminou como campeão espanhol. Diego Simeone está desde 2011 na direção técnica do Atlético de Madrid e, ano após ano, mudou a forma do time jogar e devolveu o orgulho aos torcedores “Colchoneros”, tornando o patinho feio de Madri numa equipe que passou a brigar por títulos, desafiando as grandes potências de seu país e do continente. Na era Simeone, o “Atleti” conquistou oito títulos, incluindo duas La Ligas e duas Europa Leagues, além de ter ido à duas finais de Champions League.O Atlético de Simeone sempre se caracterizou por uma defesa forte e intensa, além de saídas rápidas em contra-ataques e goleadores para definir as jogadas, como David Villa, Radamel Falcao, Diego Costa e, por último, Luis Suárez.Os “Colchoneros” continuaram fortes na defesa na última temporada e sendo cirúrgicos no ataque. O estilo de jogo se mostrou essencial para conquistar o título da La Liga, mas não foi suficiente para o “Atleti” superar o Chelsea nas oitavas da Liga dos Campeões, sendo derrotado pelos ingleses nas duas partidas (1-0 e 2-0), por não conseguir propor o jogo contra um time também reativo, que se mostrou eficiente, conquistando a competição europeia.Eis que chega a temporada 21/22, e o Atlético de Madrid entra como favorito ao título espanhol (quem diria?!), o time que conquistou a competição anterior, perdeu apenas Moussa Dembélé, Lucas Torreira, retornando de empréstimo aos seus clubes de origem (Lyon e Arsenal), além da saída mais sentida, a de Saúl, que seguiu para o Chelsea. Porém, as chegadas do cerebral Rodrigo De Paul e dos atacantes Antoine Griezmann e Matheus Cunha, transformaram esse elenco no plantel com mais opções de ataque desde que Simeone assumiu a equipe, dando a oportunidade de finalmente o técnico argentino montar esquemas mais ofensivos e sofrer menos quando tiver que propor o jogo. Nas primeiras partidas da temporada, já deu para ver uma equipe que marca no ataque e sufoca os adversários, isso sem ter um time entrosado e 100% fisicamente.O elenco conta com o melhor goleiro do mundo para muitos, Jan Oblak. Peças defensivas excelentes que permitem o time variar esquemas com três zagueiros (Giménez, Savic e Felipe ou Hermoso) ou optar por dois zagueiros com Trippier (um dos melhores laterais do mundo) na direita e Renan Lodi na esquerda. Com a opção de três homens na zaga, Trippier se torna um ala e Yannick Carrasco faz a ala esquerda, dando muita profundidade pelo setor. O meio-campo é algo que chama a atenção, pois o time conta com três jogadores muito talentosos, o capitão Koke, o polivalente Marcos Llorente e o talentosíssimo Rodrigo De Paul. Atletas que marcam e sabem jogar como poucos. Caso necessite de marcadores mais fortes, Simeone pode optar por Kondogbia e Héctor Herrera e, no caso de precisar abrir mais a equipe, o habilidoso Lemar será acionado. Reservas úteis para jogos específicos.Chegando ao ataque, o treinador argentino terá um “ótimo problema” para resolver. Partindo do princípio que Suárez é um titular indiscutível, sobraria uma vaga para atuar ao lado dele, que seria disputada por Angel Correa, em grande fase, o ídolo Antoine Griezmann, a promessa que precisa se afirmar, João Félix, e o recém-chegado Matheus Cunha. Com todo esse arsenal ofensivo, não seria uma grande surpresa ver o “Atleti” jogando com três atacantes, mostrando um estilo mais solto do que nos acostumamos a ver. Essa é a grande chance que teremos de ver mais versatilidade no estilo de Simeone, pois peças para isso ele tem como nunca. Se mantiver a pegada defensiva, deixando o meio-campo técnico criar e colocando para jogar um poderoso trio de frente, não seria nenhuma absurdo ver os “Colchoneros” brigando de igual com as principais potências europeias, afinal, o futebol espanhol sempre teve times brigando pela maior competição continental, e hoje, por incrível que pareça, o representante mais forte do país não é o Real Madrid e nem o Barcelona.No grupo da morte, o Atlético Madrid já poderá provar sua força desde o início desta Champions League, enfrentando Liverpool, Porto e Milan. Uma classificação com autoridade mandará um recado para toda a liga. O otimismo é grande na torcida que “nunca deixa de acreditar”.

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