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Automobilismo

Análise – Red Bull Powertrains e a carta de alforria da equipe 

(por Bruno Braz) A Red Bull segue dando passos para se tornar totalmente independente na Fórmula 1.Voltando um pouco no tempo, olhando sua trajetória, vemos que o time, que já foi Stewart, que virou Jaguar e, por fim, Red Bull, em 2005, passou seus primeiros anos como uma consistente equipe de meio de pelotão.A primeira temporada, em 2005, foi interessante, com Coulthard e Klien como pilotos. Teve dois quartos lugares e esteve sempre ali, beliscando pontos. No ano, estava de motores Ford Cosworth e terminou em 7º lugar no campeonato de construtores.Em 2006, já com motores Ferrari, o primeiro pódio, com Coulthard, mas um ano com muitos problemas e quebras. Outro 7º lugar nos construtores, mas abaixo do ano de estreia. Aqui, a primeira cabeça rolada pela Red Bull. Coulthard fez todos os GPs, mas Klien foi dispensado, dando lugar para Robert Doornbos, nos últimos três GPs, que também não fez grande coisa.Em 2007, usa os motores Renault, mandando os Ferrari para a satélite, Toro Rosso. Coulthard seguiu na equipe, ganhando como parceiro, Mark Webber. A expectativa era maior, pois era o primeiro carro efetivamente desenhado por Adrian Newey. Repetiu a dose de pódio, dessa vez com Webber. Porém, apesar de boa temporada, ainda era uma equipe de meio de grid, terminando o ano em 5º lugar nos construtores (seria 6º se a McLaren não tivesse sido punida, tendo todos seus pontos de construtores removidos, naquele escândalo de dados vindos da Ferrari por baixo dos panos).2008 foi um ano que começou promissor, com outro pódio com Coulthard, mas no decorrer do campeonato, pela falta de potência do motor Renault, foi sendo ultrapassada pelos demais times, até pela sua equipe satélite, que ganhou uma corrida (única vitória de um motor Ferrari fora da Ferrari), finalizando o campeonato de construtores em 7º lugar.Em 2009 é quando a coisa muda. Webber seguiu na equipe, ganhando como companheiro, Vettel. Alí é o divisor de águas. O trabalho de Newey começa a dar resultados, com poles, vitórias, dobradinhas e o vice-campeonato no mundial de construtores. Dalí para frente, nunca mais deixou de figurar entre as equipes de primeiro nível da F1.Entre 2010 e 2013, foram quatro anos seguidos de domínio, ganhando todos os títulos de pilotos e construtores. Uns anos mais apertados, outros mais folgados, mas o fato de que era a equipe a ser batida no período é inegável. Até aqui, usando os motores Renault. Não eram os mais fortes da época, mas casavam bem com o carro.Em resumo, até chegar ao topo, foram quatro anos penando no meio do grid, muito trabalho duro, um ano de quase, e depois, quatro temporadas de topo.Foi exatamente aí que começou o maior problema que a Red Bull poderia ter, pois não estava em suas mãos resolver isso: O motor.Vejam, enquanto equipe de meio de grid, era mais fácil ser cliente. Até a Ferrari forneceu motor para eles. Alguém consegue imaginar isso hoje? A Ferrari entregando um motor para um de seus mais fortes concorrentes? A Mercedes? Sem chance.De 2014 para cá, está meio que fresco na memória de quem acompanha: bom carro, sem motor, seguindo como equipe forte, incomodando de vez em quando a Mercedes, mas já tendo ameaçada, e às vezes, perdida, sua posição de vice-campeã para a Ferrari. Enfim, nunca esteve em condições de brigar, nesse intervalo de tempo, de igual para igual, justamente, por não ter um motor, digamos, de primeira linha.Aí vem a parceria com a Honda, que fora chutada da McLaren. Um ano incubando da equipe satélite, outro ano consigo e agora, o vai ou racha. E está indo. Mas aí vem o golpe: Honda resolve pular fora da Fórmula 1. Voltamos ao ponto inicial: Mercedes ou Ferrari entregariam um motor para a Red Bull? Jamais. Renault? Depois daquele tumulto todo, duvido. A Red Bull precisa ser o foco, e não um mero cliente de meio de grid.Diante disso, a Red Bull decide: Red Bull Powertrains. De 2022 em diante, passa a ser 100% dona do seu próprio destino. Vai seguir adiante o projeto da Honda, e mais: trouxe da Mercedes Ben Hodgkinson, que atualmente, é o chefe de engenharia da equipe alemã, para encabeçar o mais ousado passo de sua história, que é construir, gerir e evoluir seu próprio motor.É a Red Bull com sua carta de alforria. E não tenho muitas dúvidas. O projeto pode ter um ou outro percalço, mas será vencedor. Podem se acostumar com a Red Bull nas cabeças pelos próximos incontáveis anos.

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