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Amanda Nunes: a maior de todas do MMA feminino

(por Matheus Morais)  Um fato notável para mim foi a queda na popularidade do MMA no Brasil nos últimos anos. Embora o esporte ainda tenha certa fama e seja apreciado por muitos brasileiros, seria inegável dizer que estamos longe da fama atingida pelo MMA no Brasil quando Anderson Silva enfrentou Vitor Belfort, em 2011, e os anos subsequentes, que culminaram com o MMA ganhando as telas da Rede Globo. Difícil apontar as razões para esse fato. Esse texto não tem a pretensão de discutir profundamente isso. Apenas aponto que uma das razões comumente apresentadas consiste em afirmar que o Brasil já não tem mais a força que possuía no MMA antigamente. Anderson Silva, Vitor Belfort, Wanderlei Silva, Mauricio Shogun, Minotauro Nogueira, José Aldo, grandes estrelas do MMA brasileiro, já não lutam como antes ou estão aposentados. Apesar disso, esse senso comum erra na medida em que o Brasil ainda é uma das maiores forças do MMA mundial, estando provavelmente apenas atrás dos Estados Unidos. Pretendo iniciar uma série de textos em que demonstro isso. No MMA, as discussões sobre os maiores lutadores da história são recorrentes. Na maior parte das vezes, analistas e fãs não chegam à mesma conclusão sobre uma lista dos maiores da história, muito menos sobre quem seria o maior da história. Por outro lado, no MMA feminino não há dúvidas. Todos concordam que a maior lutadora de MMA de todos os tempos tem nome, sobrenome e apelido: Amanda “A Leoa” Nunes. Para demonstrar a razão pela qual haveria um consenso sobre o fato de a brasileira ser a maior lutadora da história do MMA, discutirei brevemente sobre as grandes vitórias da brasileira em sua carreira:  1. Cristiane “Cyborg” Justino A maioria vitória da carreira de Amanda provavelmente ocorreu em 29 de dezembro de 2019, quando a leoa derrotou a também brasileira Cris Cyborg. Campeã peso-pena do UFC, Cyborg era considerada por analistas e fãs como a melhor lutadora do mundo e uma das maiores da história do MMA feminino (se não a maior). Cyborg, previamente a essa luta, tinha apenas uma derrota em 21 lutas e não perdia há 13 anos. Amanda, na época campeã peso-galo do UFC, subiu de peso e nocauteou Cyborg com 51 segundos do primeiro round. Amanda se tornou a primeira lutadora da história do MMA feminino no UFC a ser campeã de duas categorias de peso simultaneamente.  2. Ronda “Rowdy” RouseyRonda Rousey deve ser a lutadora mais famosa da história do MMA feminino. Além da fama, Rousey foi responsável por colocar o MMA feminino no mapa. Anos antes da americana estrear no evento, houve uma famosa entrevista de Dana White (CEO do UFC) dizendo que o MMA feminino jamais chegaria ao UFC. Não só chegou, em 2013, como viu em Rousey uma de suas maiores estrelas. A lutadora defendeu ocinturão 6 vezes seguidas na categoria peso-galo do UFC (com últimas defesas de cinturão durando apenas 1:06, 00:16, 00:14 e 00:34 do primeiro round). Após perder o cinturão para Holly Holm, Rousey voltou ao octógono para enfrentar Amanda pelo cinturão da brasileira. Amanda nocauteou Rousey com 48 segundos do primeiro round e manteve o cinturão peso-galo do UFC.  3. Valentina “Bullet” ShevchenkoValentina Shevchenko, além ser considerada uma das maiores lutadoras da história do MMA feminino, é uma das melhores na atualidade. Considerada por analistas e fãs como a segunda melhor lutadora na atualidade (não ligue para o ranking do UFC, que a posiciona em #3), Shevchenko é a atual campeã peso-mosca do UFC, tendo defendido o cinturão por três vezes. Amanda enfrentou Shevchenko em duas ocasiões, tendo vencido em ambas. Nas duas oportunidades, Amanda venceu por decisão dos árbitros laterais, tendo a última vitória, que ocorreu em setembro de 2017, questionada por analistas e fãs. Nenhum demérito à Amanda, dado que Valentina costuma atropelar suas adversárias. A trilogia entre ambas as lutadoras é uma das lutas mais aguardas pelos fãs.  4. Holly “The Preacher’s Daughter” HolmA americana Holly Holm se tornou conhecida inicialmente no boxe. Múltiplas vezes campeã do mundo no esporte, Holm defendeu seu cinturão dezoito vezes em três categorias diferentes. A “filha do pastor” chegou ao UFC em 2015, fazendo pouco barulho. Em novembro de 2015, a americana teve a grande luta de sua vida contra a então invicta no MMA e super estrela, Ronda Rousey. Rousey era tida como imbatível na época, mas Holm simplesmente deu um show para 56.214 pessoas, em Melbourne Austrália, nocauteando a campeã no segundo round com um chute na cabeça. Em julho de 2019, Holm enfrentou Amanda pelo cinturão que havia perdido para Miesha Tate em março de 2016. Sofreu dura derrota para a brasileira: Amanda nocauteou Holm com um chute na cabeça no primeiro round (vingando a Rousey!). 5. Miesha “Cupcake” Tate Hoje aposentada, Miesha Tate foi uma famosa lutadora de MMA, veterana do antigo Strikeforce e do UFC. Tate teve grande rivalidade com Ronda Rousey, mas em março de 2016 teve o momento mais alto de sua carreira: venceu a campeã Holly Holm em uma reviravolta inesquecível. Estando atrás na pontuação dos árbitros laterais, Tate finalizou Holm com um mata-leão no quinto round e se tornou campeã do UFC. Pouco mais de um ano depois, Tate teve uma das maiores oportunidades de sua carreira, quando enfrentou Amanda no evento principal do lendário UFC 200. Nessa luta, Amanda teve provavelmente um de seus maiores momentos da carreira. Finalizou Tate com um mata-leão no primeiro round e se tornou pela primeira vez campeã do UFC.Há muitos outros nomes de envergadura no cartel de Amanda Nunes. Esses são apenas os mais notáveis e demonstram porque a brasileira é, com consenso de analistas e fãs, a maior lutadora da história do MMA. Neste sábado, Amanda volta ao octógono do UFC para defender seu segundo cinturão pela primeira vez: o de campeã peso-pena do UFC. A luta será difícil. Felicia Spencer, canadense muito talentosa e valorizada pelos analistas e fãs de MMA, deve oferecer reais perigos ao trono de Amanda. O Brasil inteiro deve estar ao lado de Amanda nesse sábado. Ela fez muito por merecer isso.

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