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UFC

Amanda Nunes faz história, enquanto Garbrandt, Sterling e O’Malley dão shows. Confira tudo sobre o UFC 250

(por Rafael Lima e Matheus Morais)  O UFC voltou à Las Vegas com um card que apresentou a defesa do cinturão peso-pena de Amanda Nunes, além de belos nocautes, lutas importantes, principalmente para a categoria peso-galo masculino, e muita emoção. Confira o que aconteceu em todos os combates.  CARD PRINCIPAL Fez história! Amanda Nunes domina completamente o combate e vence Felícia Spencer por decisão unânime  Na luta principal, Amanda Nunes foi ao octógono para fazer história diante de Felícia Spencer, já que a brasileira tinha a oportunidade de defender seu segundo cinturão, tendo dois simultâneos, fato inédito no UFC. Amanda foi para o cage favoritaça, sendo teoricamente superior em todas as áreas, mais experiente e com um arsenal bem maior, enquanto os pontos positivos de Felícia se resumiam ao bom nível na luta agarrada e a grande resistência. A premissa era toda favorável à brasileira, mas, luta só é decidida no octógono e a leoa precisava provar isso.Amanda começou mais agressiva, Felícia tentou o clinche, mas não teve sucesso. A brasileira foi acertando bons golpes, pontuando e minando a canadense. Spencer tentou agarrar Amanda, mas quem conseguiu a queda foi a leoa, caindo por cima. Amanda Nunes foi desferindo cotoveladas que magoaram bastante a adversária. Round incontestável para a campeã. As duas começaram o segundo assalto trocando golpes em pé, com a brasileira com melhor postura e mais contundente nas investidas. Felícia Spencer tentou “quedar”, mas novamente Amanda Nunes levou a melhor e jogou a oponente no chão. Rapidamente o duelo voltou em pé e a campeã se manteve superior, acertou bons jabs e chutes baixos, mas nada que abrisse caminho para um nocaute. Mais um round claramente vencido pela brasileira. No terceiro assalto Amanda seguiu caminhando pra frente e batendo mais. A brasileira soltava seu arsenal, mas a adversária absorvia os socos de maneira absurda. A campeã, muito mais forte, quedava a canadense para pontuar, voltava de pé, soltava sequências e minava a adversária com golpes duros.Spencer passou a dar sinais de que a absorção de impacto não era a mesma e Amanda desferiu boa quantidade de golpes para vencer mais uma etapa com dominância. O quarto round iniciou e, logo uma bomba de direita da brasileira fez Felícia balançar. A canadense é muito guerreira, mas o castigo sofrido por ela parecia determinar que o fim da luta estava próximo. Eram jabs, diretos, uppers, chutes rodados, porém, nada fazia a desafiante desistir. No final do assalto Amanda Nunes deu uma blitz na adversária, fez Spencer ficar sem rumo, ir ao chão e deixar o pescoço exposto para a brasileira aplicar o mata-leão, porém, a canadense foi salva pelo gongo. No último round Amanda foi pra cima, bateu em pé, defendeu tentativa de queda caindo por cima e seguiu seu passeio no duelo. A brasileira continuou superior no chão e em pé, Herb Dean chegou a parar o combate para que os médicos examinassem Spencer, que voltou para terminar a luta. Ainda deu tempo de Amanda aplicar mais uma queda, antes de sair comemorando a missão cumprida.  Amanda Nunes defende o cinturão peso-pena feminino com vitória por decisão unânime (50-44, 50-44 e 50-45)  Que bomba linda! Com um cruzado cinematográfico, Cody Garbrandt vence Raphael Assunção por nocaute no último segundo do segundo round  O co-evento principal foi de suma importância para os dois lutadores, Raphael Assunção e o ex-campeão, Cody Garbrandt, vinham de duas derrotas consecutivas e o combate tinha a importância de ser um divisor de águas no momento de ambos.  O combate começou muito estudado, com ambos soltando bombas no vazio. A movimentação era intensa, mas sem efetividade. Raphael dominou o centro do octógono, Garbrandt se movimentou mais e o primeiro round foi dificílimo de pontuar. O segundo assalto começou mais dinâmico com Garbrandt acertando um chutaço no rosto de Assunção, que absorveu bem o golpe. Após isso, os dois voltaram a se estudar, encontrar a distância, mas ninguém prevaleceu. Raphael soltava mais o jogo, mas não conseguia acertar o americano, que por sua vez tentava poucos golpes, porém, uma bomba de direita do “No Love” levou o brasileiro ao chão, que caiu e levantou automaticamente, mostrando o quanto é casca-grossa. Apesar disso, não dá pra resistir sempre, um cruzado maravilhoso de Cody Garbrandt, no último segundo do round, acertou em cheio o queixo de Assunção que caiu completamente nocauteado.  Vitória sensacional de Garbrandt, que deve voltar ao Top 5 da categoria, dando um passo importantíssimo para buscar a recuperação do cinturão. Enquanto isso, o revés, além de fazer Raphael despencar no ranking, deixa o brasileiro em situação muito difícil na organização, já que poderá se tornar um “lutador escada” nos galos.  Dêem o “title shot” ao homem! Aljamain Sterling não toma conhecimento de Cory Sandhagen e “coloca o adversário pra dormir” no primeiro round  Um dos duelos mais esperados da noite, em outra luta de grandes implicações para a divisão peso-galo. O número 2 do ranking, Aljamain Sterling, ficou frente a frente contra Cory Sandhagen, quarto colocado, em um encontro com expectativa de ser muito técnico. O combate começou frenético, Aljamain Sterling foi com tudo pra cima, ambos desferiram golpes francos e Aljamain conseguiu ir para as costas de Sandhagen, tentou um estrangulamento, mas não teve sucesso, bateu mais um pouco e conseguiu encaixar o mata-leão perfeito fazendo o “Sandman” apagar.  Uma finalização espetacular em um dos grandes desempenhos da carreira de Sterling, que se credencia para disputar o cinturão, sem sombra de dúvidas. A premissa de um duelo técnico foi comprovada, porém, somente do lado do “funk master”, que não deixou Sandhagen “entrar no octógono”.  Morno! Neil Magny vence Anthony Rocco Martin por decisão unânime O favorito e mais experiente Neil Magny foi ao octógono para se recolocar na trilha das grandes lutas, o adversário, Anthony Rocco Martin tinha um dos maiores desafios de sua carreira, indo para a luta para mostrar sua evolução. Magny tentou dominar o centro do cage, mas Rocco Martin demonstrou maior velocidade e levou para o clinche para tentar derrubar.O combate seguiu com os dois tentando se acertar, mas o jogo de clinche era a tônica. No fim do assalto inicial os dois se tocaram, mas ninguém foi contundente. Primeira etapa bem difícil de pontuar. O segundo round começou com mais ação em pé e Martin levou pequena vantagem. Ele tentou levar para o chão com uma bela queda, mas não conseguiu manter o embate por lá.Os dois trocaram golpes em pé, porém, não tinham efetividade, com isso, as sequências terminavam em clinche. Combate amarrado e morno. Novamente a tarefa dos juízes não foi das mais fáceis, mas Anthony Rocco Martin merecia levar o round. Na etapa final, mais do mesmo no início, porém, Magny estava mais ativo, dominando o centro do octógono, arriscando socos e chutes, sem potência, e buscando o clinche. Neil Magny seguiu soberano no round, acertou golpes mais claros, andou para frente e foi bem superior, acertando bastante o adversário. Se Magny tivesse mais “pegada” teria conseguido o nocaute. Esse foi o assalto mais nítido, com Neil Magny vencendo tranquilamente.  Vitória de Magny por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28).  Nocaute clássico! Sean O’Malley vence Eddie Wineland com um lindo direto no queixo  O card principal começou com um belo e curto duelo entre pesos-galos, no retorno do experiente Eddie Wineland diante do invicto Sean O’Malley.  O combate começou bem rápido e movimentado com Wineland acertando os golpes mais claros. O’Malley tentava chutes de efeito, mas não conseguia. Porém, isso durou pouco. Uma finta seguida de um diretaço espetacular do “Sugar” no queixo de Wineland fizeram Eddie ficar “sem som nem imagem”, num lindo nocaute. O garoto agora tem 12 vitórias, 5 no UFC, sem derrotas, e se credencia ainda mais para, além de entrar no ranking dos galos, enfrentar lutadores no Top 10 da categoria.  CARD PRELIMINAR Sem chance! Alex Caceres vence Chase Hooper por decisão unânime, sem deixar qualquer dúvida Na última luta do card preliminar, Chase Hooper enfrentou o veterano Alex Caceres. Hooper iniciou a luta indo muito para cima de Caceres, mas sofria fortes contragolpes. Caceres acertou um forte jab de contragolpe que, junto com Hooper pressionando muito forte, levou Hooper ao chão com a força do golpe. Caceres não aproveitou a oportunidade e deixou Hooper voltar em pé. Hooper tentou o clinche na grade e alcançou as costas de Caceres, que rapidamente soube se livrar e voltar a luta ao centro do octógono. Mais para o fim do round, Hooper acabou forçando o embate a ir para o chão, mesmo estando por baixo e nada mais aconteceu. O segundo round se desenrolou de maneira parecida com o primeiro. Hooper tentou encurtar a distância para levar a luta ao chão, mas Caceres demonstrou sua superioridade na trocação, encaixando bons contragolpes em seu adversário. Hooper, após não encontrar sucesso em pé, puxou para a sua guarda. Caceres cometeu um erro e Hooper conseguiu raspá-lo, ficando na posição que queria desde o início da luta. Ao tentar entrar na guarda de Caceres, Hooper perde a posição, deixando a luta voltar em pé. Novamente, Caceres levou vantagem.  Hooper iniciou o terceiro e último round com certo senso de urgência, após seu corner dizer que provavelmente ele estaria perdendo. Hooper pressionou Caceres e tentou um double leg na grade. Caceres conseguiu se separar e a luta voltou ao centro do octógono, o lutador manteve sua vantagem em pé, apesar da determinação de Hooper, que tentava puxar Caceres para sua guarda algumas vezes no round. Quando conseguiu, Caceres permaneceu na meia-guarda, sem muito perigo.  No fim, vitória de Caceres por decisão unânime  (30×27, 30×27 e 30×27).  Que soco! Ian Heinisch derrota Gerald Meerchaert por nocaute técnico no primeiro round, após acertar um forte soco de direita em seu adversário Na penúltima luta do card preliminar, Ian Heinisch enfrentou Gerald Meerschaert. A luta começa com Heinisch tentando alguns chutes na perna e Meerschaert defendendo bem. Após algumas trocas de socos, Heinisch acerta um overhand de direita muito forte na têmpora de seu adversário. Meerschaert vai ao chão e Heinisch desfere diversos golpes para tentar interromper a luta. Com seu adversário não se defendendo muito bem, o árbitro central interrompe e Heinisch vence por nocaute técnico bem no início do primeiro round. Ótima vitória!  Significado especial! Grande vitória do guerreiro Cody Stamann diante de Brian Kelleher, por decisão unânime, na semana da morte de seu irmão Na quinta luta da noite, Cody Stamann enfrentou Brian Kelleher na divisão dos penas. O primeiro round transcorreu a maior parte do tempo em pé. A luta foi bem movimentada e, na primeira metade do round, Stamann consegue os melhores golpes, especialmente seus contragolpes no boxe. Stamann consegue levar Kelleher ao chão, mas Kelleher rapidamente volta em pé. Na segunda metade do round, Kelleher consegue se encontrar mais na luta e o duelo fica mais equilibrado. O segundo round foi bem mais movimentado. Stamann encontrava boa vantagem com seu ótimo jab, que parecia incomodar Kelleher. A luta esquentou e ambos trocaram socos duríssimos. Stamann parece levar a vantagem em pé. Após a primeira metade do round, Stamann partiu para o single leg e conseguiu derrubar Kelleher. Stamann fica alguns minutos por cima no chão, mas sem conseguir grandes golpes. No final, a luta voltou em pé e ambos trocaram bons golpes. Stamann começa o terceiro round agressivamente. Consegue uma queda em Kelleher, mas este levanta rapidamente. O terceiro round ocorreu primariamente em pé, bem equilibrado até a primeira metade. A partir da segunda metade do round, Kelleher começou a encontrar algum sucesso na luta em pé, com combinações básicas de jab e direto. Próximo ao fim do assalto, Kelleher entra no single leg, Stamann força uma guilhotina e a luta vai ao chão. Sem muito tempo para trabalhar a posição, o round termina.  Os juízes declararam, unanimemente, a vitória de Cody Stamann (30×27, 30×27 e 30×27), que imediatamente chorou pela morte de seu irmão.  Bela vitória! Maki Pitolo vence Charles Byrd por nocaute técnico no segundo round Na quarta luta da noite, os americanos Charles Byrd e Maki Pitolo se enfrentaram. A luta começou bem movimentada em pé, com Pitolo acertando os melhores golpes. Rapidamente Byrd encurtou a distância e leva a luta ao clinche na grade. Logo após, Pitolo conseguiu reverter a posição e derrubar Byrd. Depois de alguns segundos por baixo, Byrd conseguiu raspar Pitolo e assumir a posição superior. Pitolo reverteu a posição com um double leg, jogando Byrd no chão. Ótima movimentação de ambos os lutadores no grappling. A partir daí, a luta ficou lá e cá, porém, Byrd conseguiu bons golpes por cima no fim do round. O segundo assalto começou bem movimentado em pé. Após boas trocas de golpes de ambos, Pitolo desferiu ótimos socos em Byrd, que estava com as costas contra grade. Pitolo conseguiu ainda uma queda no clinche e imediatamente lançou bombas no ground and pound. A falta de defesa inteligente de Byrd forçou Herb Dean a interromper a luta e declarar o nocaute técnico para Pitolo.  Que chutes! Alex Perez nocauteia o brasileiro Jussier Formiga com chutes na perna  Outro brasileiro na área! Jussier Formiga enfrentou o americano Alex Perez. A luta começou e o americano de início já mostrou sua principal arma: os chutes na perna.  Ambos trocaram golpes e a luta ficou equilibrada, no entanto, os chutes de Perez eram o diferencial do embate. Aos poucos, Perez foi magoando a perna de Formiga.  Perez tentou uma queda, mas Formiga interrompeu a tentativa. Após mais alguns fortíssimos chutes baixos, Formiga foi ao chão. Perez o convidou a lutar novamente em pé, só que alguns segundos depois, Perez acertou um chute que nem chegou a pegar em cheio no brasileiro, mas Formiga caiu e forçou o árbitro central a interromper a luta.  Grande vitória de Perez por nocaute técnico.  Boa luta na categoria meio-pesado! Devin Clark vence Alonzo Menifield por decisão unânime dos árbitros laterais, após sofrer muitos danos no primeiro round Na segunda luta da noite, os americanos Alonzo Menifield e Devin Clark se enfrentaram. Clark rapidamente tentou o double leg e a luta foi para o clinche na grade. Após alguns minutos, na saída do clinche, Menifield acertou um belíssimo uppercut, que machucou o olho esquerdo de Clark. Mesmo atordoado, Clark conseguiu sobreviver. Após a luta voltar ao centro do octógono, Devin acertou bons golpes em seu adversário. Ótimo primeiro round. No segundo assalto, Menifield parecia mais cansado. Clark conectou bons golpes e a luta foi ao clinche na grade novamente. Ao se separarem, ambos trocaram bons golpes, mas Clark pareceu levar a vantagem. A luta variava entre algumas trocas de golpes no centro do octógono e clinche na grade, com Clark acertando investindo melhor. No fim do round, Clark conseguiu boa combinação na saída do clinche. O terceiro assalto começou parecido com os anteriores: Clark tentou a queda e a luta chegou novamente ao clinche na grade. Após alguns minutos, Clark finalmente quedou. Apesar de cair nas costas de Menifield, Clark não aproveitou a oportunidade e chegou à guarda de Menifield. Próxima ao fim, a luta voltou em pé e rapidamente ao clinche. Nos últimos segundos, ambos se separam e Clark acertou os melhores golpes. No fim, Devin Clark vence por decisão unânime dos árbitros laterais (30×27, 29×28 e 29×28).  Levou o pescoço para casa! O brasileiro Herbert Burns abre o evento com bela vitória por finalização no primeiro round sobre Evan Dunham Primeira luta da noite e já tivemos brasileiro na área. Herbert Burns, irmão do Durinho, enfrentou o americano Evan Dunham, que voltava de aposentadoria após dois anos. A luta começou com boa movimentação e o brasileiro rapidamente levou para o clinche. Herbert tomou as costas de Dunham e o combate foi ao chão. Dunham conseguiu se defender por um bom tempo com Herbert em suas costas. Porém, de maneira muito rápida, o brasileiro fez um ajuste na posição e encaixou o mata-leão. Com poucos segundos da posição encaixada, Dunham desistiu.  Grande vitória de Herbert por finalização no primeiro round.

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