(por Eduardo Schachnik)No fim de semana a notícia de que o piloto Bubba Wallace, único negro na NASCAR, se deparou com uma corda em formato de laço de forca em sua garagem no autódromo de Talladega, chacoalhou o mundo dos esportes. Em meio ao turbilhão de informações e discussões acerca da igualdade racial, o acontecimento ganhou proporções gigantescas, pois o laço é um símbolo que remete aos enforcamentos praticados pelo grupo extremista que defende a supremacia branca, a KKK.Assim, em um primeiro momento, o nó de forca foi considerado uma ameaça de morte ao piloto, provavelmente como reação ao fato da NASCAR ter banido a bandeira dos Estados Confederados, outro símbolo da divisão racial, supremacia branca e escravidão. A resposta foi rápida e emocionante: todos os pilotos e funcionários das equipes empurraram e acompanharam o carro de Bubba Wallace até o grid de largada antes da corrida.Acontece que na noite desta terça-feira, o FBI, após breve investigação, concluiu pela ausência de crime de ódio. O órgão federal constatou, inclusive por meio de vídeos e fotos, que o nó já se encontrava na garagem em outubro de 2019, que era um acessório para ajudar na abertura da porta e por isso não se tratava de uma ameaça ao piloto.A NASCAR emitiu nota oficial relatando o resultado das investigações e agradecendo ao FBI, reiterando ainda que deseja manter todas as medidas destinadas a tornar o ambiente das corridas mais inclusivo.Por mais que o caso não tenha passado de um alarme falso, a atitude tomada pela NASCAR e demais pilotos, ao demonstrarem imediato e irrestrito apoio à Bubba Wallace e à causa da igualdade racial foi provavelmente a mais bela manifestação, em tal sentido, no mundo dos esportes até agora, especialmente levando-se em conta a grande parcela do público-alvo da NASCAR que se situa no lado oposto dessa discussão.
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