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Futebol

AC Milan: O início do ressurgimento rossonero

(por Cassiano Pinheiro) Depois de praticamente uma década de ostracismo o gigante italiano Milan começa a dar sinais que pode voltar a competir entre os maiores clubes do velho continente novamente.Parece muito estranho falar assim do poderoso Milan, principalmente para nós brasileiros, que fomos acostumados a ver esquadrões rossoneros fortíssimos, com grandes estrelas do futebol mundial. Os mais novos lembram já com certo saudosismo do grande time de Carlo Ancelloti da primeira década do século XXI. Nomes como Shevchenko, Kaká, Pirlo, Seedorf e Maldini colocavam respeito diante de qualquer adversário. Os mais velhos vão lembrar do trio de holandeses Rijkaard, Gullit e Van Basten comandados pela lenda Arrigo Sacchi, que marcou época no final dos anos 80, no auge do futebol italiano. Só para citar alguns dos grandes times milanistas entre tantos outros que já houveram.Pois bem, o tempo de estrelas e craques passou… devido à péssima administração a equipe entrou em uma crise financeira enorme o que naturalmente afetou os resultados em campo. A decadência futebolística começou na temporada 2011-12, apesar de ter um time melhor e liderar boa parte do campeonato, a equipe acabou perdendo fôlego, vendo a rival Juventus ultrapassar e conquistar o “scudetto” (esse seria o primeiro dos nove títulos italianos seguidos da Juve).Os anos seguintes foram de sofrimento para os torcedores milanistas, a equipe que outrora brigava por títulos nacionais e internacionais mal conseguiu brigar por vagas nas competições europeias, ver o Milan participar de uma Champions League parecia utopia. Em 2017, o time foi vendido por Silvio Berlusconi para um grupo de investimento chinês e, após um grande embróglio com os asiáticos, pelo não pagamento de dívidas, a equipe passou a ser gerenciada do fundo Elliot Management. O processo de recuperaçãoApós a chegada dos americanos da Elliot no segundo semestre de 2018 as coisas começaram a entrar nos trilhos. Paolo Maldini, provavelmente o maior jogador da história do Milan, assumiu o cargo de diretor técnico do clube. O Milan se estruturou e passou a assumir uma nova política de contratações, a equipe passou a ter lugar “temporário” como um time de segundo/terceiro escalão europeu e, com isso, passou a apostar em jovens jogadores com o objetivo de desenvolvê-los e vendê-los. Com isso, aos poucos a equipe iria equilibrar suas finanças e se reposicionar no cenário italiano e europeu.Porém, esse processo parece estar sendo acelerado devido aos inesperados bons resultados em campo. O técnico Stefano Pioli, até então desacreditado, conseguiu fazer um ótimo ano de 2020, recuperando o time e alcançando a 6ª posição, classificando a equipe para a Europa League. A campanha contou com os destaques dos ótimos jovens Theo Hernandez, Ismael Bennacer, Franck Kessie e Rafael Leão, e tudo ficou mais fácil com a chegada do ídolo Zlatan Ibrahimovic, que mesmo com 38 anos e vindo da MLS, chegou para fazer a diferença.O time então começou a temporada 2021 com a expectativa de dar o próximo passo, que seria brigar por uma vaga na Champions League. No entanto, a realidade atual é outra, apesar de ter sofrido uma queda de desempenho no último mês, o Milan voltou a liderar o campeonato italiano por muitas rodadas. Além disso, os rossoneros enfrentarão o Manchester United pelas oitavas da Europa League, relembrando grandes confrontos entre esses dois gigantes do futebol europeu.Atualmente, o Milan é vice-líder do Calcio, atrás da arqui-rival Inter de Milão, é difícil que o título venha porque o time titular e O elenco da Inter são melhores, porém, a temporada 2020-21 devolveu os sorrisos aos torcedores milanistas, permitiu que eles sonhassem com algo positivo, o que já fazia uma década que não acontecia.O 19º scudetto pode não vir nessa temporada, nem na próxima, mas é certo que o Milan está traçando um bom plano para voltar aos seus melhores anos. A torcida merece e o futebol também quer ver uma das camisas mais tradicionais da história do esporte bretão brilhando de novo em solos italianos, europeus e mundiais.

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