O dono da SAF do Botafogo John Textor segue vivendo momentos de tensão com a justiça desportiva por criar polêmicas no futebol brasileiro, e pode pegar suspensão de 360 dias após declarações contra a CBF e sua arbitragem. Nesta quinta-feira, o empresário norte-americano será julgado em plenário pelo STJD pelas falas realizadas após a derrota do Glorioso para o Palmeiras por 4 a 3, válido pela 31ª rodada do Brasileirão do ano passado.
O julgamento iniciado na semana passada em São Paulo, será retomado após a interrupção do processo mediante pedido de vista do vice-presidente do STJD Felipe Bevilacqua, que pediu mais tempo para analisar as evidências em torno do caso. Textor foi denunciado três vezes no artigo 243-F (ofensa à honra) e uma no artigo 258-B (invasão de local destinado à equipe de arbitragem ou o local de partida). Sendo assim, o gestor da SAF do Botafogo foi enquadrado no artigo 184 (quando o denunciado pratica duas ou mais infrações, e as penas se acumulam).
Duas das três denúncias feitas pelo artigo 243-F se agruparam no processo contra o manda-chuva do futebol do Fogão. Penas que juntas podem chegar a punições máximas, e render 360 dias de gancho para Textor, que participará da audiência de hoje de forma virtual.
O que prevê o Código Brasileiro de Justiça Desportiva para punir Textor?
243-F: Ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto.
PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), e suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a noventa dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código.
258-B: Invadir local destinado à equipe de arbitragem, ou o local da partida, prova ou equivalente, durante sua realização, inclusive no intervalo regulamentar.
PENA: suspensão de uma a três partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código.
Diante dos fatos consumados e apreciados pela corte desportiva, John Textor pode chegar a desembolsar R$ 300 mil por suas declarações após Botafogo e Palmeiras, e pegar uma pena ainda maior de suspensão do futebol brasileiro, de cerca de 720 dias.
O que disse John Textor em Botafogo e Palmeiras?
Depois da partida válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023 entre Botafogo e Palmeiras, na qual os cariocas terminaram derrotados de virada pelos paulistas por 4 a 3, John Textor demonstrando indignação com o resultado e com a arbitragem fez a seguinte declaração para a reportagem do Grupo Globo:
O mundo todo viu, isso não é cartão vermelho. Ele (Adryelson) pegou a bola primeiro. Não tenho certeza nem se foi falta. Mas não é cartão vermelho, ele mudou o jogo. Isso é corrupção, isso é roubo. Por favor, me multa, Ednaldo (presidente da CBF), mas você precisa renunciar amanhã de manhã. É isso que precisa acontecer. Esse campeonato se tornou uma piada. Ninguém merece isso, esses jogadores do Palmeiras não querem ganhar desse jeito, nós não queremos perder desse jeito. São cinco jogos seguidos. Senhores, vocês jogaram um bom jogo, não é culpa de vocês, mas isso é corrupção.”
– John Textor após a derrota do Botafogo para o Palmeiras por 4 a 3 no Brasileirão do ano passado e da expulsão do zagueiro Adryelson após dividida com Breno Lopes, em lance analisado pelo VAR.
A partir das declarações feitas neste jogo, tendo citado a arbitragem e o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues, Textor foi suspenso de maneira preventiva por 30 dias, porém, teve a pena acentuada para 35 dias após julgamento do STJD. O Botafogo derrubou a punição através de liminar para permitir o empresário acompanhar a reta final do Brasileirão, e o processo foi retomado recentemente.
Além desses processos, o empresário dono da SAF botafoguense irá a julgamento na justiça desportiva por outra declaração, na qual afirma a existência de manipulação de resultados no futebol brasileiro e acusa o Palmeiras de ter sido “beneficiado” nas duas últimas edições da Série A. O STJD julgará Textor em nova data, porém, ainda não anunciou quando realizará a apreciação do caso.
Foto: Divulgação/Botafogo.
